Em vídeo divulgado no Youtube, Seu Jorge explicou situação em show de Porto Alegre e ressaltou importância de movimentos sociais na luta antirracista
Redação Publicado em 18/10/2022, às 09h18
Após sofrer ataques racistas durante apresentação, Seu Jorge veio a público e se manifestou sobre o ocorrido na última segunda, 17. Show do cantor em Porto Alegre, no Grêmio Náutico União - em evento de comemoração para os sócios - terminou mais cedo que o planejado na sexta passada, 14.
Em vídeo de 9 minutos publicado no Youtube (via Quem), o músico relembra história do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre. Ele, então, confirma que ouviu gritos racistas e vaias logo após deixar o palco. Segundo apuração do jornal O Globo, discurso contra a redução da maioridade penal e em defesa dos jovens negros moradores de comunidades pobres teria antecedido comportamento racista da plateia.
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Começo a escutar muitas vaias e xingamentos, e logo, por conta disso, percebi que não seria possível voltar para fazer o famoso bis. Voltei ao palco e de maneira respeitosa agradeci a presença do público e me retirei do local do show
Seu Jorge relatou não ter visto pessoas negras acompanhando o show além dos funcionários do local - que teriam sido proibidos de olhar e falar com os artistas. "O que eu presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista (...) Particularmente, não vi nenhuma pessoa negra no jantar. E as pessoas negras que eu encontrei foram somente os funcionários que, uma coisa que me causou muita espécie, eu ouvi dizer que eles estavam proibidos de olhar pra mim ou falar comigo quando eu chegasse no local do show."
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O cantor ainda relembrou a cidade com carinho antes de afirmar "não reconhecer a cidade que eu comecei a amar e respeitar (...) Ao povo negro do Rio Grande do Sul e de toda a região do Sul, quero dizer que amo todos vocês, e admiro, respeito. E digo também que estamos mais unidos do que nunca e que vamos vencer essa guerra que segrega o nosso povo à miséria e à falta de oportunidade no Brasil," ressaltou antes de mencionar importância dos movimentos sociais que lutam contra o racismo.
O caso foi levado à Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI) e ao Departamento Estadual de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV), que analisarão imagens de câmeras de segurança para responsabilizar criminosos.
Além dos gritos de "vagabundo" e "safado," parte da plateia imitou gestos e sons de macacos, segundo relato de testemunha ao G1. Espectadores ainda mencionaram gritos de "mito, mito," em apoio ao candidato à presidência Jair Bolsonaro.
Paulo José Kolberg Bing, presidente do Grêmio Náutico União, declarou que repudia qualquer ato de discriminação e que instaurou investigação interna sobre o caso.
Confira depoimento completo de Seu Jorge:
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