Primeira edição da Ilha Chama Meu Nome expandiu universo artístico do DJ no Recife - e celebrou o sucesso que ele vem fazendo na Europa: 'minha identidade é global'
Eduardo do Valle (@duduvalle) Publicado em 02/08/2022, às 18h34
Pedro Sampaio voou alto - e desta vez, nem foi em sentido figurado. Foi com show repleto de efeitos visuais, incluindo um sobrevoo pela plateia lotada, que o artista carioca estreou o novo projeto de sua label - a Ilha Chama Meu Nome, festa que leva o nome do primeiro disco e ganhou a primeira de três edições confirmadas no último sábado (30), no Recife.
"Eu sempre quis ter uma festa autoral, uma festa própria, porque sempre quis um espaço para poder cuidar desde a entrada até tudo o que vai acontecer em cima do palco" contou Pedro à Rolling Stone Brasil, que esteve na Arena Pernambuco conferindo de perto o evento.
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E o que se viu foi exatamente uma expansão do universo que Sampaio já cria desde os primeiros trabalhos. Na escolha das cores, todas vibrantes, aos personagens de seu universo, tudo foi pensado em detalhes como uma imersão 360° na obra do DJ - que, segundo relatos, pulou de cabeça no projeto, ajudando com a própria montagem dos cenários antes do evento.
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Foi no palco, porém, que Sampaio mostrou um outro lado - o de um artista com fôlego para segurar uma casa lotada em um show de mais de 4 horas, com muita pirotecnia e versões estendidas de sua discografia. Novamente, cada detalhe arquitetado por ele próprio e celebrado pelas mulhares de pessoas que o acompanhavam do local: "O show vai ser bastante diferente dos shows que eu entrego pelo Brasil. É o álbum colocado para fora assim".
Da plateia, perto do palco, quem curtia era a família do músico em meio a maré essencialmente jovem, que incuía a apresentadora Maisa e os influenciadores Vanessa Lopes e Alvaro - este, aliás, chegou a subir no palco trajado como o infame abacaxi alucinado que marcou a apresentação de Pedro no TVZ, da Multishow.
Para além da festa, a Ilha Chama Meu Nome também comemora a boa fase de Sampaio nos streamings internacionais. Naquele momento, Pedro mal continha a alegria de ter entrado no top 50 da França com o remix de 'Dançarina'. No dia seguinte, rumaria para Portugal, onde o sucesso lhe rendeu o topo dos charts:
"Eu não esperava [tanto retorno internacional] assim, mas cada vez mais venho entendendo que minha identidade artística é bastante global. Meu processo de criação é muito brasileiro, mas minha produção é muito global. O tipo de beat que acontece nas minhas músicas, a galera de lá recebe bem", disse o músico, direto de sua ilha e pronto para conquistar o globo.
Confira a entrevista completa com Pedro Sampaio abaixo:
Rolling Stone Brasil: Chama Meu Nome, seu primeiro disco, tá com seis meses de lançamento. Eu queria saber como o álbum evoluiu pra você. O que você não esperava que fosse acontecer, e que acabou acontecendo?
Pedro Sampaio: Eu não esperana nada! [risos] Botei meu filho no mundo, cuidei dele e ele teve uma evolução maravilhosa, teve até sobrinhos: teve o remix de 'Dançarina' agora que tá tendo um êxito gigantesco, a gente acabou de entrar no Top 50 da França. Esse é o funk se expandindo, é o trabalho de um artista brasileiro se expandindo... E o álbum, eu fiquei muito feliz porque não entreguei somente as músicas, como entreguei também um conceito, uma carga muito grande de identidade, tanto é que hoje tá acontecendo a festa Chama Meu Nome, que tem tudo a ver com o álbum. É uma entrega 360° de fato.
Rolling Stone Brasil: Antes de falar do álbum em si eu queria falar disso, falar de Europa. O álbum é um sucesso por lá, com Portugal, com França - a que você tá atribuindo essa popularidade, que não é algo tão esperado assim para nossa música, aqui do Brasil?
Pedro Sampaio: Eu não esperava assim, tanto, mas cada vez mais venho entendendo que minha identidade artística é bastante global. Meu processo de criação é muito brasileiro, mas minha produção é muito global. O tipo de beat que acontece nas minhas músicas, a galera de lá recebe bem. Então tiveram muitas músicas que começaram a performar lá fora, principalmente em Portugal. Tô indo amanhã para Portugal, uma coisa incrível o show lá. Vai ser uma parada surreal assim, tá sendo muto aguardado, eu tô recebendo muito carinho de lá e não só nos charts do Spotify, mas também do público.
Rolling Stone Brasil: E agora a gente chega aqui nesta festa, que é uma imersão em todo esse universo que você construiu - eu ouvi dizer que você tava em pessoa aqui ontem, pintando as coisas, finalizando tudo. O que você imaginou com tudo isso?
Pedro Sampaio: Eu sempre quis ter uma festa autoral, uma festa própria, porque sempre quis um espaço para poder cuidar desde a entrada até tudo o que vai acontecer em cima do palco. Então a Ilha Chama Meu Nome é exatamente isso, tudo é um universo bastante imersivo para quem tá vindo assistir. O show vai ser bastante diferente dos shows que eu entrego pelo Brasil. É o álbum colocado para fora assim. Toda a identidade da ilha, os personagens, fora a minha essência também, a alegria, uma coisa muito lúdica mesmo. É um sonho se realizando. Hoje tá tendo a primeira edição aqui no Recife, e vão ter outras duas este ano, em São Paulo e Rio. Eu tô muito feliz. ansioso para subir no palco.
Rolling Stone Brasil: O que tem musicalmente de diferente nessa festa de hoje e nas próximas que vão vir por aí?
Pedro Sampaio: O repertório continua basicamente o mesmo, mas eu venho atualizando e modificando algumas coisas dentro dele. Eu venho muito mais dançante, com um balé muito maior. O que a gente programou para trazer para o show é algo que o Brasil nunca viu. Porque eu sou um artista que tô disposto a inovar, me jogo no projeto. Tem vários clipes meus que eu voo dentro do vídeo. 'Galopa' tem cena voando, 'Bagunça' eu tenho cena voando... então eu vou voar no palco hoje e a galera var ficar boquiaberta, tenho certeza.
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