Grupo americano de glam metal é conhecido por letras escrachadas, a ponto de render críticas por misoginia
Igor Miranda Publicado em 03/01/2024, às 09h30
Desde que se tornou conhecido, o Steel Panther é alvo de críticas. A banda formada no ano 2000 em Los Angeles, nos Estados Unidos, tem a proposta de parodiar o glam metal, ou hard rock da década de 1980. Para isso, recorre à estética sonora e visual do período, mas com letras escrachadas.
Por vezes, o conteúdo esbarra em estereótipos machistas e, por vezes, até racistas, como em “Asian Hooker”. Na faixa do álbum Feel the Steel (2009), o grupo canta os seguintes versos, conforme tradução livre do inglês para o português: “Estou em Tóquio à procura de uma p*ta; Tentei descolar algum b*quete, mas eu não falo japonês; Encontrei uma gueixa, levei ela para dar uma volta; Ela enrolou um rolo de atum no meu pau e a v*dia está de joelhos; Chupa e f*de, tem cheiro de sushi”.
Apesar dessa e outras canções apresentarem versos no mínimo controversos, os integrantes garantem não ser machistas ou preconceituosos. Em entrevista ao site Igor Miranda, o baterista Stix Zadinia — que compõe o grupo ao lado de Michael Starr (voz), Satchel (guitarra) e Spyder (baixo) — afirma que “metade da plateia do Steel Panther é formada por mulheres” e que “elas adoram” o show.
“Fazemos o que fazemos. Se a pessoa não gosta, está tudo bem. Se quiser nos chamar de machistas, se quer nos xingar, vá em frente. Sabemos quem somos, sabemos nosso sentimento, sabemos da relação que temos com nosso público, que é composto tanto por homens quanto por mulheres. Sendo sincero, nosso público é provavelmente o que grita mais alto em um show de heavy metal e se você olhar para eles, verá que metade do público é formado por mulheres — e elas adoram. Não importa o que nos chamem.”
Outro tipo de crítica é comum ao Steel Panther: a abordagem humorística no cenário heavy metal, não tão aberto a isso. Bandas como o brasileiro Massacration e o inglês Spinal Tap, ambos derivados de outras produções (o humorístico Hermes e Renato e o filme This is Spinal Tap, respectivamente), até abordam a comédia no segmento, mas são exemplos raros — e, não por acaso, também responsáveis por dividir a opinião do público.
Com relação a isso, Zadinia admitiu que preocupava com as críticas de início. Porém, não se importa mais, pois “somos músicos estabelecidos e sabemos o que estamos fazendo”.
“Não pedimos desculpas por isso. Nós fazemos o que fazemos porque amamos isso. E aí, as pessoas podem gostar disso ou não. É a escolha delas, está tudo bem. Mas quando criticam a banda, não me prendo muito a isso. A prova é que mesmo com as críticas, nós temos uma base sólida de fãs. Podem falar o que quiser, não importa.”
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Apesar dos comentários negativos, vários músicos consolidados do rock e heavy metal já demonstraram apoio ao Steel Panther. Nomes como Corey Taylor (Slipknot), Justin Hawkins (The Darkness), Scott Ian (Anthrax) e Vivian Campbell (Def Leppard, Dio, Whitesnake) já participaram de seus discos. O Kiss levou a banda para ser sua atração de abertura, inclusive no Brasil, em 2015.
Outro artista que se vinculou recentemente com o Steel Panther é Dweezil Zappa, filho do lendário Frank Zappa. Ele participou da música “Is My D*ck Enough”, presente no álbum mais recente, On the Prowl. Sobre a colaboração, Stix Zadinia comenta:
“Eu o conheço um pouco, mas Satchel e ele são amigos. Ele gravou direto de casa, então, essa é a beleza da internet. Enviamos a música e perguntamos se ele tocaria. Ele disse que sim, então mandamos e ele fez de casa, mandando de volta, daí mixamos. Satchel e Michael Starr foram para o estúdio dele, pois ele tem um estúdio de mixagem em tecnologia Dolby Atmos. É um ótimo músico e um cara incrível, foi uma grande honra para nós. Gostamos de colaborar com outras pessoas.”
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