Com repertório repleto de clássicos, Titãs incendiou o público do Allianz Parque na noite desta sexta-feira, 16 de junho
Emanuela Lemes Publicado em 17/06/2023, às 02h10
Filhos acompanhando os pais, casais relembrando a juventude... foram mais de 40 mil pessoas revivendo a época em que os Titãs eram a banda mais tocada nas rádios do Brasil na noite desta sexta-feira (16), no Allianz Parque, em São Paulo.
Em meio à baixa temperatura da noite paulista, o público não hesitou em cantar a plenos pulmões hits de Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto na primeira noite da turnê de reencontro, que esgotou em menos de duas horas.
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A julgar pela empolgação da plateia, a espera valeu a espera. Quando as luzes anunciaram a chegada dos Titãs, a plateia predominantemente adulta deixou as preocupações de lado e se entregou à nostalgia durante as duas horas de apresentação.
"Não tô acreditando que eles tão todos juntos mais uma vez!", exclamou uma fã, durante a abertura com "Diversão", do disco Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas (1987). De fato, não há canção melhor para rever a dinâmica de todos os integrantes juntos, que exalaram o espírito jovial e brincalhão no palco, depois de tantos anos afastados.
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E não foi só o público que ficou emocionado. Era quase impossível para os integrantes esconderem os sorrisos e a alegria de ouvirem o público vibrarem com os clássicos que marcaram gerações no rock brasileiro. Diferente de outras apresentações, o público do Titãs se entregou ao momento e vez ou outra era possível ver alguém filmando - revivendo às icônicas canções à 'moda antiga'.
Outro fato que chamou a atenção foi o jogo de câmeras e luzes. A ideia de transportar o público para dentro do palco através das diversas transições entre câmeras profissionais e celulares estrategicamente posicionados, até mesmo quem estava nas cadeiras superiores do Allianz Parque sentia a sinergia e mergulhava no palco com os Titãs - o que aumentou ainda mais a sensação de ser "abraçado" por cada um.
As lágrimas e os gritos emocionados tomaram conta antes de "Tô Cansado", quando Branco Mello celebrou a possibilidade de estar ao lado dos "velhos amigos" após a retirada de um tumor na garganta.
Estou muito feliz esta noite, de estar aqui com os meus velhos e queridos amigos, companheiros de uma vida [...]. Eu estou aqui! Curado! Me divertindo com meus velhos amigos. E ainda vou cantar pra vocês!"
A performance de "O Pulso" foi um espetáculo a parte, considerando que uma canção cheia de doenças foi entoada em uníssono. Já em "Nome aos Bois", Nando Reis agradeceu a força de plateia em ainda relembrar "o porquê as canções do Titãs ainda tem força nesse país maluco que é o Brasil", atualizando a lista com o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A icônica "Cabeça Dinossauro" paralisou o Allianz Parque, que voltou toda a sua atenção a dança de Branco Mello e trouxe de volta à memória do público a potência dos Titãs - finalizando o primeiro set do show.
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Honrando as tradições, aos sons de "Epitáfio", "Os cegos do castelo" e "Pra dizer adeus", o público teve o tão esperado momento acústico, que veio também carregado de emoção. Abrindo as homenagens da noite, a filha do ex guitarrista Marcelo Fromer, Alice Fromer, se juntou aos oito Titãs para homenagear o pai cantando "Toda cor" e "Não vou me adaptar", acompanhando Arnaldo Antunes nos vocais.
A segunda homenagem foi à Rita Lee, que faleceu em 8 de maio deste ano. Ainda ao lado de Alice Fromer, Arnaldo Antunes, Sérgio Britto e Paulo Miklos deram voz à clássica "Ovelha Negra". Por fim, Erasmo Carlos, invocado como 'o eterno Tremendão, que sempre foi referência para o Titãs' por Miklos, foi lembrado pelo cover de "É preciso saber viver".
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"É uma alegria sem palavras apresentar cada um desses caras que está comigo hoje", afirmou Paulo Miklos, antes de introduzir formalmente os oito músicos. E as declarações se seguiram durante as 32 canções: cada vez que um dos Titãs tomava os vocais, celebravam o fato de estarem ali reunidos, especialmente em São Paulo 'onde tudo começou'.
Após duas horas de show, com incansáveis aplausos e um sorriso de ponta a ponta no rosto dos oito músicos, Titãs se despediu da primeira noite que marca o encerramento da turnê de reencontro no Brasil com a bandeira LGBTQIAPN+ e reverenciando o público da maneira clássica.
Um repertório repleto de nostalgia, danças descontraídas que lembram a geração Z e poses de verdadeiras estrelas do rock é a verdeira fórmula do sucesso dos Titãs, que mostrou que não importa quanto tempo passem longe dos palcos, o talento e a disposição estão longe de acabar.
Titãs - Encontro em São Paulo
Set 1
Diversão
Lugar nenhum
Desordem
Tô cansado
Igreja
Homem Primata
Estado violência
O pulso
Comida
Jesus não tem dentes no país dos banguelas
Nome aos bois
Eu não sei fazer música
Cabeça dinossauro
Set Acústico
Epitáfio
Os cegos do castelo
Pra dizer adeus
Toda cor (Alice Fromer no vocal principal)
Não vou me adaptar (Alice Fromer no vocal)
Ovelha negra (cover Rita Lee) (Alice Fromer no vocal)
Set 2
Família
Go Back
É preciso saber viver (cover Roberto Carlos)
32 dentes
Flores
Televisão
Porrada
Polícia
AAUU
Bichos escrotos
Encore:
Introdução por Mauro e Quitéria
Miséria
Marvin
Sonífera ilha
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