Fora dos palcos, integrantes da icônica banda brasileira também têm destaques no campo da literatura
Bruno Inácio Publicado em 20/06/2023, às 16h59
A turnê Titãs Encontro, em celebração às quatro décadas dos Titãs tem sido um dos acontecimentos mais importantes da música brasileira nos últimos anos. No palco, Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto emocionam os fãs com sucessos que vão dos hits enérgicos do álbum Cabeça Dinossauro até momentos mais tranquilos proporcionados por canções como "Epitáfio".
Fora da música, dois integrantes da banda também construíram uma carreira bastante relevante na literatura, cada qual à sua maneira: Arnaldo Antunes, com importantes obras no campo da poesia, e Tony Bellotto, como um renomado autor de romances policiais.
As letras escritas por Arnaldo Antunes – seja no Titãs, em sua carreira solo ou no projeto Tribalistas, ao lado de Carlinhos Brown e Marisa Monte – já evidenciam sua habilidade para utilizar versos e rimas, além de uma rara habilidade para explorar a sonoridade das palavras.
Todas essas características já evidentes em canções como "O Pulso" (composta junto com Marcelo Fromer e Tony Bellotto) se tornam ainda mais perceptíveis em sua obra poética, em livros como Psia, As coisas e 2 ou + corpos no mesmo espaço.
Não por acaso, o autor venceu o Jabuti – principal prêmio literário do país – na categoria Poesia, em 2016, com o livro Agora aqui ninguém precisa de si, e foi finalista no ano passado, também na categoria Poesia, com Algo antigo.
Seu trabalho tem bastante influência da poesia concreta e muitas vezes aborda temas cotidianos, com elementos coloquiais e uma linguagem que se aproxima da fala, sobretudo no que diz respeito ao ritmo.
O guitarrista Tony Bellotto, por sua vez, se destaca na prosa e tem, entre outros méritos, a criação de um personagem bastante conhecido por leitores e leitoras de romance policial: o detetive Remo Bellini, protagonista de obras como Bellini e a esfinge e Bellini e o demônio, ambas adaptados para o cinema. Suas histórias são repletas de violência e mistério e têm São Paulo (e todas suas dissonâncias) como plano de fundo.
Outra obra que se destaca no trabalho de Tony Bellotto é Dom, recentemente adaptada como série pela Prime Video. Na narrativa, Pedro Dom, um jovem de classe média, passa de usuário de cocaína a chefe de uma quadrilha de roubo de residências no Rio de Janeiro dos anos 2000. O livro tem ritmo acelerado e é cercado por reviravoltas e pela violência característica das obras de Bellotto.
Apesar de serem expressões artísticas distintas, as temáticas recorrentes em canções do Titãs, sobretudo nos anos 80 e 90, também aparecem nos livros de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto, o que pode torná-los ainda mais interessantes para os fãs dos músicos, além de ser uma oportunidade para conhecer outras facetas dos artistas. Porém, as obras literárias se sustentam por si só e ambos os autores têm competência suficiente para fazer de seus livros atrativos até mesmo para quem não se empolga com o som da banda, mas gosta de boa literatura.
Como o Slipknot foi alvo de ódio de outras bandas em sua 1ª grande turnê
SZA promete mais músicas novas logo após lançar o álbum deluxe "Lana"
Beyoncé, Kendrick Lamar e mais: Confira as músicas favoritas de Barack Obama em 2024
Teimosia: MK e Edgar buscam resgatar a essência do rap clássico em EP
Toninho Geraes se emociona durante audiência sobre plágio contra Adele; gravadora encerra reunião sem proposta de acordo
Novo clipe do Viper homenageia Pit Passarell com cenas de seu penúltimo show