Dono de marco inédito com seu álbum "Dos Prédios Deluxe", o trapper que é parte do projeto Futuro da Música, da Rolling Stone Brasil, como ainda carrega sua origem nas letras e na vida
Por Luis Maluf e Heloísa Lisboa Publicado em 02/05/2024, às 15h38
O trap mais ouvido do Brasil pertence a um jovem nascido em 2001, em uma comunidade da zona oeste de São Paulo. Veigh, nome artístico de Thiago Veigh, é coautor de “Novo Balanço”, faixa que ultrapassou 230 milhões de streams no Spotify e que compõe o álbum Dos Prédios Deluxe.
Disponibilizado há quase um ano, o disco é inédito do começo ao fim, não sendo apenas uma nova versão do homônimo — Dos Prédios (2022). Os edifícios da Cohab 1 estampam as capas de ambos e simbolizam o início da carreira de Veigh.
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Do alto do sucesso, o trapper nos recebeu em um dos tantos shows lotados que compõem sua agenda. Para ele é uma rotina, desde que atingiu o marco de melhor estreia de um disco brasileiro na plataforma de streaming, desbancando, com 6,5 milhões de reproduções em um dia, o posto anterior de Anitta com seu álbum Versions of Me.
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Parte da primeira edição brasileira do projeto internacional Futuro da Música, da Rolling Stone, Veigh confidenciou suas origens musicais, as primeiras sementes rítmicas plantadas em sua cabeça quando era apenas um garoto, por influência familiar:
“Meu pai é nordestino e era dono de um bar, então sempre teve aquela parada de teclados no seu bar e piano em casa", revelou o músico. "Meu pai também produzia, literalmente, caixas de som. E minha mãe sempre cantou muito, ela cantava na igreja."
Foi somente em 2016 que Thiago adentraria o mundo da música. Inicialmente o faria ao lado de Heitor, com quem formou o duo Constelação. Em 2019, viria o voo solo, dessa vez com “Indispensável”, single produzido por Nagalli. Hoje, os dois artistas são sócios na gravadora Supernova Ent.
Com o selo - e com o sucesso de seu projeto deluxe -, veio a chance do trapper de promover uma revisão no processo de composição, que hoje leva ainda mais elementos de sua própria história, aquela mesma de jovens, como ele, com raízes fundas nas comunidades da periferia. Uma mudança de ótica, mas não de propósito, que ele resumiu recentemente em entrevista à Band:
“Eu consigo passar um pouco do que a rapazeada está passando na minha quebrada, passar um pouco do que eu queria que acontecesse comigo, que era ter um carro, ter uma casa e hoje eu consigo ter. Antes eu cantava sobre coisas que eu queria e hoje eu canto sobre as coisas que eu tenho, então é muito legal mesmo.”
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