"Ele chegou pra mim e falou: 'pô filho, você não acha que tá se feminilizando demais?'", diz Vitão em entrevista à Rolling Stone Brasil
Redação Publicado em 18/05/2022, às 12h42
Para Vitão, as regras sobre sexualidade estão cada vez menos definidas. Questionado sobre seu estilo pessoal - cada vez menos ligado a gêneros -, o cantor refletiu sobre suas próprias relações: "Eu sempre gostei demais de mulher, sempre fui apaixonado demais por mulher, mas eu não sei. Tenho tido percepções diferentes sobre outras coisas, tá ligado? Me sentido atraído por outras pessoas também", disse.
Conhecido por não fugir a temas polêmicos - como no último domingo (16), quando protestou a favor de indígenas na Dança dos Famosos, da Rede Globo -, Vitão falou sobre como usa a moda para causar "estranhamento": "Eu sempre gostei - e gosto cada vez mais - de causar impacto e até um certo estranhamento nos lugares que eu chego. De estar vestido diferente, com uma cara diferente, com o cabelo diferente, eu gosto de gerar debate, entendeu?"
Segundo o músico, os próprios limites que ele julga artificiais sobre a moda o têm feito pensar nas regras de afetividade: "Sexo é a arte do toque. Não é se a pessoa tem um órgão sexual ou outro. Sexo é a arte do toque. Eu até tenho estudado sexo tântrico, terapia tântrica, e tenho entendido isso, de que sexo é o sentir, é o toque. E indo por esse caminho, a gente vai chegar chegar num momento de entender que é mais do que isso. É mais do que gênero, sexualidade ou qualquer coisa do tipo", diz Vitão.
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Todo esse movimento, com moda, gênero e afeto, teria gerado inclusive uma preocupação em casa. Segundo Vitão, seu pai, o cabeleireiro Beto Fortes, o teria questionado sobre um possível processo de "feminilização" do cantor:
"Tava trocando essa ideia ontem com meu pai - e ele tem entendido bastante coisa de minha comunicação -, ele chegou pra mim e falou: 'pô filho, você não acha que tá se feminilizando demais e tal', e ele falou isso fazendo menção a adereços de roupa, de maquiagem, de acessórios", conta Vitão, "E eu falei pra ele: 'pai, é justamente nessa tecla que eu quero bater: roupa, maquiagem, cabelo, acessório, qualquer coisa do tipo não tem a ver com gênero, com sexualidade ou qualquer coisa do tipo'".
"Cada vez mais tenho entendido que essas regras que a gente nasce aprendendo, cresce aprendendo, do que é certo ou errado sobre as coisas, talvez sejam uma grande mentira."
O trecho da entrevista exclusiva de Vitão à Rolling Stone Brasil você confere abaixo:
Ouça o podcast da Rolling Stone Brasil com o Vitão:
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