- Xenia França em apresentação no Blue Note SP (Foto: Heloísa Lisboa)
Rolling Stone Sessions

Xenia França adiciona pitada de jazz em homenagem a Michael Jackson: 'Foi uma grande audácia'

A cantora participou do Rolling Stone Sessions na última quarta-feira, 30, em São Paulo, e fez tributo ao Rei do Pop

Heloísa Lisboa (@helocoptero) Publicado em 31/10/2024, às 12h15

Xenia França se apresentou na noite da última quarta-feira, 30, no Blue Note São Paulo. Acompanhada de uma banda (Robinho Tavares, Vitor Cabral, Mackson Kennedy e Fábio Leandro) e backing vocals (Yazi, Estela Paixão, Eloiza Paixão e Jennifer Sousa) impecáveis, ela homenageou Michael Jackson — seu artista preferido.

O repertório da cantora fugiu do convencional e deixou alguns sucessos, mesmo que exigidos pela plateia, de fora da setlist. Por isso, o show se tornou ainda mais pessoal e intimista. "O repertório que escolhi foi um que coubesse na minha voz, que coubesse na minha musicalidade também. Foi muito difícil escolher as canções", confessou em entrevista à Rolling Stone Brasil feita no camarim entre um set e outro.

Durante a performance, Xenia revelou que tentou "fugir dessa responsabilidade" após receber o convite para subir ao palco do Blue Note. Quando finalmente se sentiu preparada para fazer o tributo a Michael, precisou adiar a apresentação, que deveria ocorrer na semana do aniversário do Rei do Pop, em agosto. Ela estava em Nova York, cidade onde fica o Blue Note original. "Quero cantar no Blue Note de Nova York!", disse a artista, que não conseguiu visitar o espaço durante sua viagem.

A inspiração é o amor que eu tenho por ele, amor imenso. Nunca imaginei que eu ia ter a audácia de cantar essas músicas — foi uma grande audácia. Mas eu estou feliz de poder honrá-lo, de poder homenagear essa obra que é tão incrível, tão bem feita, tão universal, infinita, ancestral. 

Entre os destaques do show estão faixas como "Billie Jean", hit de Jackson que ganhou sonoridades do jazz, "Ben", primeira canção que Xenia aprendeu a cantar em inglês, e "I Can't Help It", espelhada na versão de Esperanza Spalding. Ainda houve espaço para "Come Together", dos Beatles, que entrou na setlist sob o argumento de que Michael adquiriu os direitos do catálogo do quarteto.

Fã de carteirinha

Xenia contou ao público que conheceu a obra de Michael Jackson quando tinha por volta de dez anos e ainda vivia na Bahia, onde nasceu. "Estava deitada no sofá, dormindo, e aí ouvi uma música que foi me acordando, me chamando. De repente, vi aquela pessoa saindo da sombra", lembrou. "Minha mãe apareceu na porta, olhou para a televisão e falou: 'Esse homem não anda sozinho'. E eu pensei: 'Quero ser amiga dele!'"

"Tenho uma relação espiritual com o Michael, tá?", continuou, antes de adicionar que sonha e recebe até mesmo conselhos de seu ídolo. Ela ainda defendeu: "Não é porque é pop que tem que ser raso".

Dedicatória

Amigos de Xenia compareceram ao show para prestigiar a artista. Um deles, Brett Sanders, teve atenção especial, já que a artista lhe dedicou "I Can't Stop Loving You": "É um amigo americano incrível, uma pessoa que me incentiva muito, que é muito entusiasta da minha carreira". 

"A gente tem uma amizade espiritual, assim. Então, quando a gente estava em Nova York, ele falou, 'Oh, Xênia, você tem que cantar 'I Can't Stop Loving You', essa música é incrível, vai ficar linda na sua voz. Coloquei no repertório por causa dele", acrescentou.

Sanders, como o esperado, sentiu-se honrado: "Xenia é uma pessoa tão importante para mim e uma artista tão especial. Esta noite foi um daqueles momentos que espero lembrar para sempre. Ela dedicar a música para mim foi demais. Xenia é demais!"

"Acho que uma das coisas mais corajosas a se dizer é: 'Vou embarcar em uma jornada, vou cantar Michael Jackson. Como artista, essa é uma das coisas mais corajosas que pode fazer, especialmente para Xenia, porque Michael é o herói dela'", argumentou.

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