A hecatombe global de 2012 é previsível, mas efeitos especiais garantem entretenimento
Por Paulo Cavalcanti
Publicado em 13/11/2009, às 16h21Atenção: spoilers
O produtor e diretor Roland Emmerich (Independence Day e O Dia Depois de Amanhã) nunca foi um grande favorito da crítica. Mas ele pouco se importa com opiniões contrárias e quer se superar a cada filme, com produções cada vez mais barulhentas, bombásticas e espetaculares. Nesses quesitos, 2012, que estreia nesta sexta, 13, deixa para trás tudo que veio antes.
A premissa é vagamente baseada nas profecias dos povos maias, que dizem que daqui a três anos, exatamente no dia 21 de dezembro de 2012, a Terra será devastada por diversas desgraças climáticas - vulcões em erupção, derretimento de geleiras e tsunamis entre elas. As autoridades mundiais, no filme, descobrem o que vai acontecer e se preparam para a eminente catástrofe, mas não avisam a população. Na China, último recanto do planeta a ser atingido pela desgraça, barcos sofisticados são construídos para abrigar uma casta da humanidade que deve sobreviver para repovoar o mundo depois que os "eventos" naturais derem uma trégua. Até aí, ninguém espera que um escritor fracassado (John Cusack) e sua família problemática possam ajudar a salvar o planeta.
2012 é uma orgia de destruição. Aqui, mais que em suas obras anteriores, Emmerich dá vazão ao seu lado sádico. O papa e seus cardeais são soterrados na Capela Sistina e o benevolente presidente norte-americano (Danny Glover) é morto no meio da lama. Uma das cenas, bastante alardeada no Brasil, mostra o Cristo Redentor ruindo. Apesar dos inúmeros furos no roteiro, uma avalanche de situações absurdas e implausíveis e o abuso de clichês, o filme consegue ser intenso e não aborrece. E boa parte do mérito vai para a turma de efeitos especiais, que fez a lição de casa direitinho nas impressionantes cenas de destruição.