Festival reúne diversidade de gerações e estilos sob a direção do produtor Carlos Eduardo Miranda
Lucas Reginato Publicado em 12/11/2013, às 16h38 - Atualizado às 16h51
Acontece nesta quarta, 13, e quinta, 14, a terceira edição do Terruá Pará em São Paulo. O festival, que aconteceu em Belém no dia 1º de novembro, reúne na capital paulista um extenso elenco formado por mais de 50 artistas das mais variadas correntes musicais do estado nortista. A direção geral é de Carlos Eduardo Miranda, que ressalta o esforço para aliar tantas diferenças. “É trabalhoso não só pela quantidade de artistas, mas também pela variedade. São artistas muito diferentes entre si, o que requer muito conhecimento do que se está fazendo”, explica o produtor.
“Vai do carimbó de raiz à musica erudita, passa pelo rock, tecnobrega, MPB, guitarrada, música pop, samba - e tem que conseguir juntar tudo isso sem ficar indigesto”, afirma. “Achar uma maneira de fazer tudo isso conversar entre si. A maior dificuldade desde o início sempre foi acertar o ponto de identificação entre os artistas.”
Miranda dá um exemplo de como as coisas podem ficar embaraçadas: “Você pega o banjo de carimbó de raiz, feito com lata de goiabada com linha de pesca – imagina como faz pra afinar isso. Aí você tem um cara de MPB que gosta de harmonias sofisticadas. E tem que alinhar os dois.”
Mas é exatamente a diversidade da música paraense o que mais atrai o produtor. “Quando a gente achava que já tinha visto muita coisa sempre aparece alguma coisa nova. Por exemplo, quando a gente já tinha Gaby Amarantos como algo muito inovador, veio a Gang do Eletro, e depois veio o Jaloo, que é um cara que mistura James Blake com tecnobrega – coisas que você nunca poderia imaginar.”
E no Terruá não se encontram apenas variadas vertentes da música eletrônica, mas também diferentes gerações de artistas. Veteranos como Mestre Damasceno e Manoel Cordeiro (na foto com o filho, Felipe) interagem com jovens que se apropriam da música eletrônica e do pop contemporâneo. Para Miranda, esta convivência é essencial: “Se não tivesse ninguém assistindo, o Terruá já seria importante pela comunicação que os músicos têm entre eles, pelo quanto eles aprendem no convívio, o quanto eles crescem e se profissionalizam”.
“Todo mundo está ali, antes de mais nada, por amor ao que está fazendo. Porque é uma coisa tão complexa, que demora tanto tempo para ser realizada, que não tem dinheiro no mundo que pague o esforço coletivo”, exalta o produtor, que neste ano elegeu como homenageado o compositor Waldemar Henrique. “A gente colocou no show cerca de dez músicas dele, e muitos artistas não estão cantando músicas próprias para cantar músicas dele. Foi uma novidade para todos, mas prova como ele ainda pode ser muito atual e muito intenso.”
A lista com todas as atrações do espetáculo pode ser encontrada no site oficial. Confira o serviço dos shows:
Terruá Pará 2013 em São Paulo
Quarta, 13, e quinta, 14, às 21h
Local: Teatro do Shopping Eldorado - Avenida Rebouças, 3.970 – 3º Piso
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia)
Vendas: online
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