Com Jeffrey Wright e John David Washington, o filme aborda questões sociais sob o olhar de um adolescente de 17 anos
Julia Harumi Morita Publicado em 11/05/2021, às 15h22
Na última sexta, 7, a Netflix disponibilizou o filme Monstro, o qual estreou originalmente no Festival Sundance de Cinema em 2018. Baseado no livro homônimo de Walter Dean Myers, a produção retrata Steve Harmon, um adolescente de 17 anos, em julgamento por ter participado de um roubo seguido de morte.
Monstro marca a estreia de Anthony Mandler, conhecido por clipes e curtas de Rihanna, Lana Del Rey e Beyoncé, na direção de um longa-metragem. Na mídia internacional, a produção ganhou reviews positivos de maneira geral, mas não deixou de receber algumas críticas negativas.
Ainda não assistiu Monstro, da Netflix? Então confira 3 motivos para assistir (e 3 para não assistir) o drama de tribunal:
Jennifer Hudson se destaca entre os nomes do elenco, mas não é por uma performance espetacular. Como a mãe de Steve, a atriz parece não conseguir desenvolver sentimentos tridimensionais e não surpreende no papel de responsável protetora.
Por outro lado, o resto do elenco tem momentos brilhantes em cenas. O protagonista Kelvin Harrison explora diversas nuances do estudante de cinema acusado de assassinato, enquanto A$AP Rocky e Jeffrey Wright também entregam ótimas performances.
Se por um lado Hudson transmite a sensação de não preencher completamente o papel de mãe, John David Washington, Nas, Jharrel Jerome e Tim Blake Nelson conseguem percorrer diferentes emoções em poucos minutos de tela - um elenco "inevitavelmente subutilizado", de acordo com o The New York Times.
Apesar de ter sido escrito em 1999, o livro Monstro carrega temas sociais relevantes e atuais sobre a sociedade norte-americana, a qual novamente testemunha um debate alarmante sobre a experiência da comunidade negra no país.
Como o The Guardian aponta, o filme mostra como um estudante de uma escola prestigiada, de uma família unida e com boas condições financeiras, é visto como culpado pelo júri logo no começo do processo - a advogada alerta, Steve é "jovem, negro e está em julgamento."
Para a CNN, a estrtutura do filme parece um longo episódio de uma série televisiva sobre julgamentos, com direito a flashbacks para mostrar a perspectiva do acusado - uma certa traição às "raízes independentes do projeto."
A estrutura pode não inovar, mas é dinâmica. O filme não fica preso no tribunal e explora a vida de Steve antes da prisão, das aulas de cinema aos encontros românticos. Na medida em que Steve tenta mostrar a humanidade dele para o júri, nós conhecemos a personalidade sensível do protagonista.
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