Literatura pode ser um bom instrumento para refletir no aniversário da Lei Áurea
Marina Sakai (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 13/05/2021, às 20h59
Princesa Isabel assinou a Lei Áurea para terminar o regime escravocrata no Brasil em 13 de maio de 1888. Atrasada: fomos o último país no Ocidente abolir a estrutura. Esta data, no entanto, não é motivo de comemoração, e sim questionamento. Mais de 55 mil trabalhadores foram resgatados de situações análogas à escravidão nos últimos 25 anos, de acordo com a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério da Economia.
Além das ocorrências reais de trabalho forçado nos dias atuais, também é importante pensar qual papel o regime tem sobre o racismo estrutural e a violência contra pessoas negras. O percentual de negros assassinados no Brasil é 132% maior do que o de brancos, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
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A literatura pode ser um modo interessante para conhecer histórias, dados, relatos e investigações sobre a escravidão antiga e moderna e, assim, aumentar a conscientização.
Seja qual for a sua preferência: histórias em quadrinhos, relatos acadêmicos de pesquisa profunda, romances históricos ou tramas sobre escravidão contemporânea, existem diversas obras para entender como o Brasil foi moldado pelo sistema escravocrata, sobrevivente até os dias atuais.
Com quase 950 páginas, Um defeito de cor narra uma vida inteira. Kehinde começa criança na África e conta toda a sua trajetória, da vinda ao Brasil às mortes, tortura e estupros os quais sofreu na posição de escrava. Na trama metade ficcional, metade real, Gonçalves traz um retrato histórico do Brasil pelos olhos da personagem com uma narrativa comovente e viciante.
Cumbe é sinônimo de quilombo, mas também significa Sol, luz, a maneira de compreender a vida e o mundo. Nesta história em quadrinhos destinada a se tornar um clássico brasileiro, Marcelo D’Salete explora a vida nos quilombos e os protagonistas negros durante a resistência e a luta por direitos.
Este é para quem gosta de livros acadêmicos. Laurentino Gomes passou seis anos pesquisando essa obra, além de ter viajado por 12 países em três continentes diferentes. É o primeiro volume da trilogia de um dos maiores historiadores do Brasil e analisa como a escravidão afeta o presente do país.
O Brasil recebeu cerca de cinco milhões de nativos africanos e foi o último país da América a abolir a escravidão com a Lei Áurea em 1888. Como esses dados afetam o modo como a população negra é vista hoje e o racismo estrutural ainda presente? São questões as quais Gomes tenta explicar.
Um dos mais aclamados da literatura brasileira contemporânea, Torto Arado venceu o Prêmio Jabuti de Romance Literário em 2020 por retratar com maestria a vida de pessoas em situações análogas à escravidão na Chapada Diamantina, Bahia. As irmãs Bibiana e Belonísia trabalham em uma fazenda para, em troca, poderem ficar com uma pequena parte da colheita e morarem em casas de barro no local.
Vieira Junior não trata a escravidão como algo do passado, porque não é. É uma perspectiva diferente sobre o tema, varia das visões distantes e históricas. Este livro nasceu para se tornar clássico.
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