Série de Martin Scorsese combina cultura, diversão e feminismo ao exibir opiniões de Fran Lebowitz sobre metrópole
Gabriela Piva | @gabriela_piva (Sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 07/02/2021, às 15h00
Não é novidade que Nova York, nos EUA, é uma cidade transcendental. Foi palco da ascensão de diversos músicos, como Bob Dylan e Patti Smith, e continua sendo um dos destinos mais visitados por turistas de todo mundo - a Times Square, por exemplo, não é só lotada de outdoors e teatros, mas estrangeiros.
Faz De Conta Que NY É Uma Cidade, série documental de Martin Scorsese com produção da Netflix, traz justamente esse caos - na melhor forma - da maior metrópole mundial. Durante trama, diretor bate um papo com a escritora e comediante, Fran Lebowitz, que, logo de primeira, revela algumas de suas frustrações com Nova York.
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“Muitos nova iorquinos vão dizer sobre Nova York: ‘Sabe o que odeio aqui? Falta lugar para deitar na Times Square’. É insuportável. Nós vamos embora, não aguentamos mais,” ironiza em uma das passagens da minissérie.
Apesar de toda a satirização com a cidade, Fran garante: “[Ainda estou em NY] Porque não consigo pensar em outro lugar para morar. Se existisse [outro lugar], eu me mudaria para lá.”
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O seriado exalta a mistura caótica e curiosa da cidade onde diversos produções audiovisuais famosas, como Homens de Preto, Homem-Aranha ou até Friends, criaram seus planos de fundo.
Na internet, usuários brincam: “O único defeito da minissérie de Martin Scorsese é o nome, Faz De Conta que NY É Uma Cidade, que dificulta a indicação.”
Ao trazer as mazelas e curiosidades sobre Nova York, Faz De Conta que NY É Uma Cidade é uma ótima opção para quem está com saudade de viajar, sonha em conhecer a metrópole ou têm outras curiosidades sobre o local.
Como a minissérie acompanha Fran e sua conversa com Scorsese, pode parecer que você está sentado em uma mesa com ambos, escutando-os. O clima da história é amigável e a escritora, inclusive, anda pela cidade como se fosse uma divertida guia turística. Um belo encaixe para quem gostaria de caminhar pelo local.
Além do mais, confinamento causado pela Covid-19 aumentou vontade do brasileiro de viajar. Pelo menos, é o que aponta um estudo publicado pelo Hoteis.com em julho de 2020. Também por isso, a série pode matar a saudade e o desejo de quem preferiria curtir uma vida de turista. (Via Catraca Livre)
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Mulher, lésbica, comediante, escritora e nascida em 1950, a própria Fran é um bom motivo para assistir a série. A humorista carrega uma história intensa - não só na cidade, mas na vida - e revela parte de suas vivências durante a trama.
Um dos pontos principais se dá devido à educação de Fran. A escritora conta que sua mãe dizia para ela "não ser engraçada perto de meninos, pois eles não gostavam de meninas engraçadas." Claramente, um conselho fracassado.
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Além disso, em diversas partes, Fran é entrevistada por grandes personalidades além de Scorsese. Uma delas, inclusive, é Spike Lee. Os dois cravam uma conversa sobre a transcendentalidade da arte e do esporte.
Para a comediante, esporte é divertido de assistir, mas o entretenimento termina com o resultado do jogo, ao contrário de uma peça artística, cuja duração, para ela, "é eterna". O cineasta contesta e explica o motivo pelo qual assiste uma partida pela segunda vez: "Para descobrir como [por exemplo] Michael Jordan fez aquela jogada! (risos)".
Alec Baldwin é mais um que participa da minissérie. Assim como Lee, ator entrevista Fran e os dois falam, principalmente, sobre a cidade de Nova York.
A música e a trilha sonora também fazem parte desta lista. No primeiro episódio, por exemplo, Fran relembra o New York Dolls: vídeos antigos mostram banda tocando "Jet Boy", música do disco homônimo ao grupo, de 1973.
Além deles, clipes de Marvin Gaye performando "I Want You" em um sofá de estúdio de gravação também fazem parte da produção audiovisual. Em seguida, Fran comenta: "Música deixa as pessoas mais felizes, e não faz mal. É algo bem incomum. A maior parte daquilo que o faz sentir melhor, geralmente, machucam. [Música] É como uma droga que não te mata."
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A voz de Frank Sinatra pode ser escutada no terceiro episódio com "Come Fly With Me". Além dele, Nina Rota e Ray Charles também participam da trilha sonora da minissérie.
A humorista também relembra locais icônicos do cenário musical: Max's Kansas City, frequentado por grandes artistas, como Patti Smith, Iggy Pop e David Bowie, e Marcer Arts Center, que desabou em 1973.
A vibe cultural do seriado é inata à sua ideia. Isso fica claro desde o começo e é exemplificado com histórias da cidade entrelaçadas - variando da Times Square à loucura do metrô da metrópole - com as que Fran viveu, como, por exemplo, quando conta sobre custo de vida local, arte ou até de quando Leonardo DiCaprio deu um cigarro eletrônico para ela.
Ao "reclamar" sobre Nova York, Fran demonstra seu apreço pela cidade com humor. As risadas do fundo e, principalmente, de Scorsese ao escutar as opiniões - controversas ou não - da humorista também ajudam na vibe leve de 30 minutos, aproximadamente, dos sete episódios de Faz de Conta que Nova York É Uma Cidade.
Para completar, não é como se fosse uma aula monótona: é cheia de ironia, sátira e conversa de bar.
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