Separamos algumas histórias pouco conhecidas sobre o disco clássico que mudou o rumo da música e faz aniversário neste sábado
Redação
Publicado em 15/06/2019, às 10h00Unknown Pleasures, além de ser o disco de estreia e metade da breve discografia do Joy Division, é um dos trabalhos mais influentes da história do rock, e que não impactou apenas esse gênero, mas o mundo da música no geral.
Neste sábado, 15, o álbum completa 40 anos, e para comemorar as quatro décadas de existência desse marco da indústria fonográfica, separamos alguns fatos desconhecidos que envolvem o processo de criação da obra idealizada por Ian Curtis, Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris.
A imagem que estampa a capa de Unknown Pleasures foi encontrada por Bernard Sumner (ou por Stephen Morris, dependendo do relato e da fonte) na Enciclopédia de Ciências de Cambridge. Ela representa a leitura de ondas de rádio emitidas pelo Pulsar CP 1919. O pulsar em questão representa as reminiscências de uma estrela após ela entrar em colapso consigo mesma e, consequentemente, deixar de existir.
+++40 anos de Unknown Pleasures: a ciência por trás da capa do disco
O Joy Division ficou conhecido por criar uma atmosfera não apenas mórbida, mas também gélida que é transmitida pelo som de cada faixa do disco. E o curioso é que essa frieza fez parte do processo de gravação: Martin Hannett, que trabalhou no álbum, deixava o ar condicionado do estúdio em temperaturas congelantes. Segundo ele, era bom para o diabetes do engenheiro de som Chris Nagle.
Inicialmente, a gravadora independente Factory deu à banda britânica £ 5 mil para fazer Unknown Pleasures. Porém, cinco dias depois do início das gravações, o quarteto já havia mais que o dobro: pelo menos £ 12 mil.
De acordo com Chris Nagle, Hannett usou tudo que podia para incrementar a sonoridade do disco. Em "Insight", o barulho de elevador antigo, que é ouvido no começo da faixa, foi realmente gravado pelo produtor no poço de um elevador antigo. Em "I Remember Nothing", vidros foram quebrados só para gravar o som que se ouve ao longo da música que encerra o disco.
O U2 foi muito influenciado por Unknown Pleasures. E mais que isso: ele queria até entrar para a banda. Peter Hook contou ter ouvido que, após o suicídio do vocalista Ian Curtis, Bono falou para Tony Wilson (Fundador da Factory Records) não ser preocupar, pois ele assumiria de onde Curtis parou. E como todos já sabem, isso nunca aconteceu.
O engenheiro Nagle contou que Ian Curtis ouvia apenas uma vez a música antes de entrar na cabine e gravar seus vocais de primeira, sem segundas chances. Além disso, ele lia as letras quantas vezes fosse necessário para decorá-las pois, durante a gravação da voz, não carregava as folhas com elas escritas.
A banda optou por não disponibilizar no encarte as letras das músicas, com o objetivo de deixar aberta a possibilidade de mais interpretações pois, segundo Hook, "nossas letras significam coisas completamente diferentes para cada pessoal. Você pode ouvir uma coisa, e a pessoa ao seu lado pode ouvir algo completamente diferente."
"Não queremos dizer nada. Não queremos influenciar as pessoas. Não queremos que saibam o que a gente pensa", acrescentou.
A clássica "She's Lost Control" é sobre uma garota que sofria de epilepsia, assim como o próprio Ian Curtis, que costumava aparecer de vez em quando no lugar onde o vocalista trabalhava. Sumner contou que, um certo dia, ela parou de dar as caras por lá, e "[Ian] achou que ela devia ter encontrado um emprego, mas descobriu depois que ela teve um ataque e morreu".
Não!! Alías, eles odiaram. "A produção inseriu uma ambientação obscura e apocalíptica ao álbum", disse Sumner. "Nós pintamos uma imagem em preto e branco, e Martin foi lá e coloriu por nós. Ficamos muito chateados".