Em 1970, George Harrison de divorciou oficialmente dos Beatles e estreou de forma brilhante a carreira solo
Redação Publicado em 28/11/2020, às 14h00
No dia 27 de novembro de 1970, George Harrison finalmente concluiu o processo de divórcio dele com os Beatles, quer dizer, com a dupla John Lennon e Paul McCartney, que ficava no comando criativo do grupo e ganhava mais popularidade a cada composição.
Como integrante do Fab Four, o tímido guitarrista não recebia muito destaque, mesmo quando tentava aumentar a participação dele nas composições dos discos. Harrison se contentou com uma ou duas faixas por álbum até as polêmicas sessões do projeto The Get Back, que se transformou nas sessões de Let It Be.
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Como cita a Rolling Stone EUA, o clima de tensão entre os músicos ganhou protagonismo nas filmagens que registraram os ensaios. E, depois de discutir com McCartney e dizer que não queria mais as músicas dele no projeto, o guitarrista disse: “Talvez devêssemos nos divorciar”. E McCartney respondeu: “Bem, eu disse isso na última reunião. Está chegando perto”.
O divórcio veio. Em abril de 1970, McCartney anunciou a separação antes mesmo do lançamento de Let It Be e deu início à carreira solo com um disco homônimo. Era oficial: cada beatle deveria traçar o próprio caminho a partir dali.
Longe dos holofotes de McCartney e Lennon - que ofuscavam qualquer um que chegava perto, Harrison se voltou para as composições que tinham sido rejeitadas nas sessões de Let It Be, como “Let It Down” e “All Things Must Pass”, esta última canção foi escolhida para dar nome ao disco que mudaria a visão do público sobre o músico.
Nesta altura, a carreira solo de Harrison já contava com dois discos: Wonderwall Music e Electronic Sound. O primeiro deles reúne a trilha sonora do filme Wonderwall, de Joe Massot, e o segundo é um experimento com sintetizadores.
Para muitos, All Things Must Pass pode ser considerado o primeiro álbum da carreira solo de Harrison. O disco triplo explora um território sonoro não muito distante do dos Beatles, que vai do rock ao folk e country com naturalidade.
Ao lado de um instrumental brilhantemente executado, Harrison traz questões particulares e o público finalmente consegue se aproximar e entender melhor a figura do guitarrista, muitas vezes resumido ao “beatle quieto”.
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Neste disco, Harrison fala sobre a espiritualidade (“My Sweet Lord”) ao mesmo tempo que traz questões totalmente humanas, como a relação com os antigos colegas de banda (“Run of the Mill”). O músico ainda traz parcerias com Bob Dylan e Eric Clapton, dois amigos que, segundo a Rolling Stone EUA, respeitavam Harrison da forma que ele gostaria de ser respeitado pelos ex-integrantes do Fab Four.
Em All Things Must Pass, vemos que a genialidade de Harrison para composição não se limita a alguns singles de sucesso, como “Here Comes the Sun” e “Something”, e é capaz de criar obras completas, com canções tão notáveis quanto as de Lennon-McCartney.
Não é à toa que o músico foi o primeiro ex-beatle a chegar ao topo das paradas com um single (“My Sweet Lord”) e um disco - vale ressaltar que esta última posição foi mantida por sete semanas. Hoje, 50 anos após o lançamento do álbum, All Things Must Pass ainda está entre as principais obras da carreira solo dos integrantes do Fab Four. Definitivamente, o disco foi um marco na carreira de Harrison e mostrou todo potencial do músico para além dos Beatles.
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