A segunda temporada da produção nacional estreou no dia 19 de junho
Julia Harumi Morita Publicado em 27/06/2020, às 11h00
Com charme e muita música, Coisa Mais Linda conta a história de quatro mulheres que se esbarram pelo Rio de Janeiro e, de forma inesperada, encontram umas nas outras o estímulo que desejavam para ser tornarem independentes dentro da sociedade conservadora da década de 1950 e 1960.
Dirigida por Heather Roth e Giuliano Cedroni, a série brasileira ganhou uma segunda temporada na Netflix no dia 19 de junho e deu continuidade às narrativas de Malu, Adélia, Lígia e Thereza.
Se por um lado os novos episódios perderam a oportunidade de explorar com mais detalhes e sensibilidade alguns arcos narrativos, como o de Lígia, a produção mostrou novas dimensões da personalidade de Adélia e Thereza, por exemplo.
Além disso, a produção deu mais foco para temas importantes que, infelizmente, continuam atuais, como a luta de mulheres negras contra o racismo e o machismo. A ascensão internacional da bossa nova e a evolução dos meios de comunicação no país também são retratados ao longo da nova temporada.
Caso você ainda não tenha visto a série brasileira estrelada por Maria Casadevall, Pathy Dejesus, Fernanda Vasconcellos e Mel Lisboa ou precise de razões para conferir a segunda temporada, separamos 6 motivos para assistir Coisa Mais Linda. Confira:
Após Malu ser abandonada e roubada pelo marido, ela decide realizar o sonho dela de construir um clube de música. Sem a proteção do pai rico, a personagem descobre quão difícil é ser uma mulher independente.
Porém, no meio do caminho, conhece Adélia, uma empregada que sempre precisou se virar sozinha para pode sustentar a família, e Thereza, uma escritora e jornalista que se tornou adepta ao feminismo.
Ao lado delas, Malu aprende a lutar pela própria liberdade e acaba inspirando a melhor amiga de adolescência, Lígia, a fazer o mesmo.
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A série também mostra as diferenças da vida no morro e nos apartamentos da classe média ou alta, além de focar no racismo escancarado da sociedade brasileira na década de 1950 e 1960.
Mesmo quando deixa de ser empregada doméstica, Adélia precisa provar constantemente que pode estar na mesma posição ou ambiente de uma pessoa branca. Nessa luta, a personagem ainda tenta proteger a irmã mais nova e a filha, que, apesar da pouca idade, já sofrem com o preconceito.
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A produção é uma grande homenagem à música, começando pelo nome, que faz referência ao clássico “Garota de Ipanema”. Já entre os personagens, temos Roberto, um dono de uma gravadora de discos, Chico, um aspirante a cantor, e Malu, dona de um clube de música.
Ao longo dos episódios, enquanto outras personagens descobrem o dom para o canto, o espectador ouve a voz aveludada do ator Leandro Lima dar vida às encantadoras canções de bossa nova “Ver o Mar” e “Luz do Seu Olhar”.
O jazz também está presente na voz de Ella Fitzgerald e Nina Simone, enquanto o samba aparece brilha com a personagem Ivone, interpretada por Larissa Nunes.
Coisa Mais Linda também está repleta de amor. Algumas das protagonistas se livram de amores passados, que a tornavam submissas, e abraçam novos romances, enquanto outras retomam antigas paixões inesquecíveis.
Malu, Lígia, Adélia e Thereza mostram que o amor é liberdade e que não existe fórmula certa para encontrá-lo. Ele pode surgir com apenas um olhar e durar anos. Da mesma forma, um sentimento intenso pode desaparecer aos poucos e ficar irreconhecível.
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Embalada na estética glamourosa dos anos 1950 e 1960 estão os sonhos. Ao longo da trajetória de liberdade e independência, as protagonistas aprendem que ainda têm tempo de seguirem os sonhos delas, mesmo se são esposas ou mães.
Juntas, enfrentam as regras morais da sociedade - que insistem em chamá-las de vulgares - e provam que mulheres podem ser donas de estabelecimentos, jornalistas ou artistas - se assim quiserem.
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Um detalhe sutil, mas importante para recriar o ambiente retrô são os meios de comunicação usados. Principalmente por meio da rotina de Thereza, o espectador consegue acompanhar a evolução da tecnologia.
A personagem trabalha em uma redação de um veículo jornalístico, com telefones de disco e máquinas escrever, depois se encontra em uma produção de rádio e mais tarde, se vê fascinada pelos primórdios da televisão.
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