Do MPB ao Trash Metal, mulheres dominantes da cena musical nacional
Mariana Pastorello | @mari.pastorello (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 08/03/2021, às 15h09
Além do MPB - cheio de nomes femininos potentes como Elza Soares, Rita Lee, Maria Bethânia e Elis Regina - diversos estilos musicais como indie rock, trash metal, dream pop e sons experimetais marcam o cenário musical do Brasil.
Nesta segunda, 8, celebramos o Dia Internacional das Mulher. Para hornar a história da música brasileira, separamos 7 bandas nacionais atuais de mulheres. Confira a lista completa abaixo.
O grupo sulista de Amanda Pacífico (vocal), Cacau de Sá (vocal), Érica Silva (guitarra, baixo, violão), Naíra Debertolis (guitarra, baixo, violão), Caro Pisco (bateria), Fer Koppe (violoncelo) se destaca por utilizar a música como ativismo. Com temas como empoderamento feminino, a experiência de ser mulher em uma sociedade machista, preconceitos e racismo, dão voz para minoriais.
A mistura de rock com MPB é fundo das letras profundas, fortes e sensíveis. Com talento e muita determinação, usam variadas sonoridades, timbres e instrumentos para repassar suas mensagens. O grupo têm um disco de estúdio, Mulamba (2018) e diversos singles, como “P.U.T.A” (2016), “Desses Nadas” (2018) e “Carne de Rã” (2020).
Confira o clipe de "Carne de Rã":
O duo carioca das amigas Carolina (voz, baixo e teclado) e Manuella Terra (bateria), nomeado Troá!, explora a sensualidade e autoconhecimento feminino a partir de sons experimentais, com jazz, MPB, funk, toques de reggae. Com o EP Miolo (2018) e o disco Eu Não Morreria Sem Dizer (2019) - com participações de Larissa Conforto e Dedé Teicher - a dupla se destaca no cenário musical com sonoridades leves e confortáveis.
Confira o clipe de "Você Me Dá Medo De Morrer Antes da Hora" - de acordo com elas, “é um diário visual de espaços ocupados e observados quando nós ainda podíamos estar neles, e acreditamos que eles tomaram outras formas e significados, por todas as abstinências que vivemos ao mesmo tempo agora.”
A miscelânia sonora é o ponto forte da banda. Desde 2010, as mineiras Débora Ventura (voz, violão e guitarr), Camila Menezes (baixo, ukulele e voz), Isabella Figueira(bateria e gaita) e Táskia Ferraz (guitarra e voz) incorporam folk, rock, MPB e pop brasileiro nas letras descontraídas, suaves e românticas. Ótimo som para relaxar e aproveitar a calmaria.
O primeiro lançamento do grupo foi o EP Dolores 602 (2014) com cinco faixas exclusivas. No ano seguinte, o single "Petit à Petit" (2015) foi ao ar. Mais tarde, o primeiro disco de estúdio, Catrografia (2018) saiu.
+++ LISTA: Os 50 melhores discos nacionais de 2018 - OK OK OK, de Gilberto Gil, está entre eles
Confira “Cura Meu Olhar”:
O projeto experimental de Alessandra Duarte (guitarra), Jéssica Fulganio (bateria) e Elke Lamers (baixo) mistura rock psicodélico com post-rock, aproveitando o máximo potencial dos instrumentos e as possíveis variações. O trabalho mais recente do grupo é o disco Phenomena (2018), com participação de Makoto Kawataba (guitarra) e Yantra (pseudônimo de Douglas Leal, do Deaf Kids) para se aventurar em produzir um som 100% instrumental.
Antes, a banda explorou outros caminhos. Com Gema (2013), o blues estava na sonoridade e a voz era um elemento com participação esporádica.
No meio tempo dos discos, lançaram o single "Próxima B" (2017). Confira o clipe:
+++ SIGA NOSSO SPOTIFY - conheça as melhores seleções musicais e novidades mais quentes
As irmãs Lana e Raíssa Lopes, com a amiga Elis Menezes, formam Obinrin Trio. Exploram a brasilidade e inicoaram a carreira antes de lançar um disco. Entre 2016 e 2020 a banda fazia shows todos os finais de semana e, de urgência, montou um repertório - então, nasceu o primeiro single, “Aquele Gingado,” - como contou Raíssa para o site Mulher na Música.
Origem, primeiro disco, saiu na turbulência da pandemia (embora produzido em 2018). As referências musicais são muitas; exploram a raiz da música brasileira ao som de samba, jango, ciranda e ritmos diversos, criando uma harmonia única e agradável.
+++LEIA MAIS: Jup do Bairro: Transgressão e Pretitude de um Corpo Sem Juízo
Confira o single "Manancial":
A junção de Nena (voz, guitarra e sintetizador), Dora (baixo), Mari (guitarra e voz) e Carola (bateria) resulta em um som calmo e elegante. A banda de Santa Catarina reage ao cenário indie brasileiro criando um dream pop sutil em detalhes. Em 2019, lançaram o EP Dente de Leite, produzido pela Deck e com 9 faixas exclusivas.
O grupo pretende lançar o disco de estréia em 2022. Enquanto não acontece, ouça a melódica “Saliva Salina”:
A banda paulista de trash metal composta por Prika Amaral (guitarra), Diva Satanica (voz), Fernanda Lira (baixo) e Eleni Nota (bateria) acaba com qualquer estereótipo de mulher “frágil”. Com quatro discos de estúdio e letras poderosas com críticas sociais, o quarteto mostra a força feminina. Atualmente, estão entre os principais nomes do trash metal no Brasil, além de reconhecimento internacional.
Em 2019, o grupo se apresentou no Rock In Rio. Com críticas a Bolsonaro, apoio à Marielle Franco e a qualidade musical, surpreendeu mídia e público.
+++LEIA MAIS: Rock in Rio 2019: debaixo de um sol intenso, Nervosa inaugura o dia do metal
Veja o vídeo da música "Under Ruins":
+++ HAIKAISS: 'O TRAP TAMBÉM PASSA UMA MENSAGEM CONSCIENTE' | ENTREVISTA | ROLLING STONE BRASIL
Lenny Kravitz faz show com ar de festival e embala o público com hits em SP
Javier Bardem diz que não queria conhecer irmãos Menendez e 'falar com assassinos'
Modelo processa Kanye West por agressão sexual e estrangulamento
Nando Reis diz que usou drogas durante 30 anos: 'Foi consumindo minha vida'
Morre Andy Paley, compositor da trilha sonora de Bob Esponja, aos 72 anos
Viola Davis receberá o prêmio Cecil B. DeMille do Globo de Ouro