Um dos maiores ícones do rock, Bowie foi responsável por diversas colaborações icônicas
Rolling Stone EUA. Tradução: Mariana Pastorello (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 09/04/2021, às 11h00
Com uma carreira de quase 48 anos e reputação de maior camaleão do rock, David Bowie conseguiu juntar-se aos melhores e mais brilhantes artistas underground em ascensão de cada geração: glammers, punkers, art-proggers, mestres do disco, rappers, estrelas do R&B, de música eletrônica e indie rockers contemporâneos.
Mas isso não significou a falta de interesse em colaborar com artistas como Cher, Bing Crosby ou um beatle. Aqui estão sete colaborações de Bowie - desde as icônicas, subestimadas e curiosas.
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Ian Hunter e sua banda estavam prontos para começar de fato no rock & roll em 1972 quando um famoso fã entrou em cena e deu à banda um novo sopro de vida, produzindo o álbum All The Young Dudes e escrevendo a faixa título, responsável por definir a carreira do grupo.
De acordo com a lenda, Bowie escreveu a música - um hino instantâneo do glam-rock para adolescentes, jovens e senhores - de pernas cruzadas no chão do apartamento de Hunter. Foi a segunda tentativa do artista depois da banda rejeitar a primeira oferta: "Suffragette City".
"Queria escrever canções com as quais pessoas como eu pudessem se identificar", disse Lou Reed. "Gostei dos Beatles e tudo isso, mas, por que não ter algo para outro público?" David Bowie era um desses artistas, inspirado nas explorações sombrias dos anos 1960 do Velvet Underground. No início dos anos 1970, Bowie era uma estrela, enquanto Reed buscava sucesso solo. A produção de Bowie e Mick Ronson em Transformer fez do disco o primeiro clássico de Reed após o Velvet Underground.
O arranjo de cordas de Ronson na faixa “Perfect Day,” junto com a guitarra e piano, foram responsáveis por marcar o disco; com adicional backing vocals de Bowie e Ronson em "Satellite of Love”. “Não é o estilo que eu teria criado”, declarou Reed mais tarde, “Mas [David] conhece música, além disso, tem uma voz estranha e pode chegar em um tom alto. É muito, muito bonito.”
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"John e David se respeitavam", escreveu Yoko Ono ao saber do falecimento de Bowie. "Eram tão próximo quanto uma família." O respeito entre eles veio em "Fame", primeiro single número um de Bowie nos Estados Unidos. A música foi gravada no Electric Lady Studios de Nova York, EUA, logo após o primeiro encontro no início de 1975.
Bowie estava no meio de uma rescisão do contrato com o gerente manipulador Tony DiFries e usou a funky "Fame" (nomeado por ele como "musiquinha raivosa ") como um ataque, cortante a todo o processo de formação de estrelas. "A fama em si não é algo gratificante", disse. "No máximo, isso te garante um lugar nos restaurantes."
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1975 foi um ano difícil para Bowie. Passou grande parte se empanturrando de cocaína e explorando o oculto enquanto gravava o disco Station to Station. No meio de tudo, arranjou tempo para aparecer no programa de Cher da CBS. Realizaram um dueto melancólico da balada "Can You Hear Me?", do discoYoung Americans (1975).
Bowie foi um grande apoiador da carreira de Luther Vandross, trazendo o jovem cantor de R&B para backing vocals no disco Young Americans. Quando Vandross se tornou uma estrela solo, retribuiu o favor com um cover da música de Bowie durante um show.
Iggy Pop chamou o primeiro disco solo após o fim dos Stooges de "um álbum de liberdade". Essa liberdade teria sido inimaginável sem David Bowie, responsável por produzir The Idiot, reduzindo o som vicioso da guitarra da antiga banda de Iggy para um território mais frio e sintetizado. O trabalho de Bowie no álbum previa o próprio "período berlinense" - e faria grande sucesso alguns anos depois com o cover de "China Girl" do The Idiot .
Naquele mesmo ano, Bowie estava de volta aos bastidores do disco Lust for Life, com uma abordagem mais direta da produção responsável por ajudar Iggy a se reconectar com o lado punk-rock primitivo. A faixa-título e "The Passenger" permanecem entre suas canções mais conhecidas. Quando Bowie morreu, Iggy publicou no Twitter: "A amizade de David foi a luz da minha vida. Nunca conheci uma pessoa tão brilhante. Era o melhor."
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Como tantos grandes momentos musicais, esta dupla de gigantes do rock dos 1970 surgiu por acaso. Bowie e Queen gravavam em um estúdio suíço; Bowie concordou em adicionar alguns vocais de apoio a um corte insignificante do Queen chamado "Cool Cat". (Não estava satisfeito com suas contribuições, apagadas mais tarde.)
Em seguida, os músicos improvisaram uma linha de baixo simples e repetitiva, parecia encapsular tudo de mais estimulante e enervante na vida moderna. Na gravação final, ouvimos duas das vozes mais singulares do rock alimentando-se e superando essa ansiedade - Mercury voando alto sem esforço e Bowie subindo tenazmente.
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No dia 5 de abril de 1994, o lendário e inesquecível vocalista do Nirvana, Kurt Cobain, se suicidou aos 27 anos com um tiro na cabeça em Seattle, Washington, Estados Unidos. Desde então, deixou saudades eternas.
Marco para o grunge, músico fascinante, artista memorável e um dos principais nomes da música, Kurt Cobain fez história ao longo da carreira, principalmente acompanhado do Nirvana.
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As canções compostas pelo vocalista para o grupo relembram o quão importante e fantástico ele foi para a história da música. Faixas impecáveis como "Come As You Are", "All Apologies" e "Drain You" dificilmente serão esquecidas.
Para relembrar a grandiosidade do lado artístico de Kurt Cobain com o Nirvana, a Rolling Stone EUA listou as 6 melhores músicas da carreira do vocalista com a banda. Confira a lista:
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6 - All Apologies
Uma grande canção da discografia da banda, "All Apologies" apareceu originalmente no disco In Utero (1993). No entanto, a versão mais lembrada, e possivelmente querida pelo público, é a gravação de novembro de 1993 para o MTV Unplugged.
5 - Drain You
O Nirvana escreveu muitas das canções do Nevermind (1991) antes de gravar o disco, mas a Rolling Stone EUA lembra que "Drain You" foi composta durante as sessões. Kurt Cobain nunca revelou quem inspirou a canção de amor, porém, foi escrita apenas três meses após ele conhecer Courtney Love.
Com certa frequência, Kurt afirmava ser uma das músicas favoritas dele da discografia da banda, e eles a tocaram basicamente em todos os shows nos últimos três anos de atividade enquanto grupo.
"Penso que há tantas outras canções que escrevi e são tão boas [como 'Smells Like Teen Spirit']. Como 'Drain You'. Eu amo a letra e nunca me canso de tocá-la. Talvez se fosse tão grande quanto 'Teen Spirit', eu não gostaria tanto", contou à Rolling Stone em 1993.
4 - Come As You Are
Kurt Cobain era um grande fã dos Pixies e nunca escondeu isso. Muitas vezes, o músico recorria ao método de composição usado pela banda. "Estou ficando tão cansado dessa fórmula. Nós dominamos isso", disse à Rolling Stone em 1993.
Segundo a Rolling Stone EUA, porém, um dos melhores exemplos da fórmula é "Come As You Are", o segundo single de Nevermind (1991). Para a RS EUA, a versão do Unplugged é particularmente poderosa, e o refrão continua assustador.
3 - Heart-Shaped Box
Em uma entrevista de 1994 à Rolling Stone, Courtney Love lembrou-se de ter ouvido o processo de composição de "Heart-Shaped Box": "Tínhamos um armário enorme. E eu o ouvi lá trabalhando em 'Heart-Shaped Box'. Ele fez isso em cinco minutos."
Kurt Cobain começou a trabalhar na música no início de 1992, e a canção foi a escolhida como primeiro single de In Utero (1993). A Rolling Stone EUA lembra que o disco foi produzido por Steve Albini, e a gravadora temeu não ser comercial o suficiente, e Scott Litt foi chamado para remixar a faixa.
2 - Smells Like Teen Spirit
"Smells Like Teen Spirit" foi a canção que trouxe toda a atenção mundial para o Nirvana e deu início a uma nova era da música - e é um dos principais hits da história. "Eu estava tentando escrever uma música pop", disse o vocalista à Rolling Stone em 1993.
"Todo mundo se concentrou tanto nessa música e o motivo pelo qual ela teve uma grande reação é que as pessoas a viram na MTV um milhão de vezes", contou o artista na mesma entrevista.
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1 - Lithium
Não, a Rolling Stone EUA não escolheu "Smells Like Teen Spirit" para o primeiro lugar deste ranking. Segundo a revista, o terceiro single de Nevermind (1991) merece a colocação.
"Lithium" é uma música sobre um cara que passa a se dedicar à religião depois da morte da namorada. Isso o acalma, muito parecido com uma dose de lítio real. É uma incrível música e um dos principais destaques na discografia do Nirvana.
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