Ângulos de câmera, cores, historias. De Tim Burton a Kubrick, conheça cineastas com traços marcantes
Yolanda Reis Publicado em 27/04/2020, às 19h10
É praticamente impossível ouvir uma música dos Beatles, Led Zeppelin, Blink-182, Green Day e várias outras bandas e não reconhecer imediatamente o artista. Riffs icônicos, bateria num ritmo específico, o vocal. Por isso, são todas tão icônicas. O mesmo acontece com diretores de cinema.
Desde diretores mais clássicos (Orson Welles e os geniais Cidadão Kane, A Marca da Maldade e Verdade e Mentira) até novíssimos cineastas - (Jordan Peele e os já característicos Nós e Corra!), não raramente encontramos verdadeiros artistas da câmera e luz.
Quer seja no estilo das narrativas, nos ângulos de câmera, iluminação ou som, diversos diretores, por meio dos anos, demarcaram o próprio território e desenvolveram uma aparência única - e maneira imediatamente reconhecíveis de trabalhar.
Conheça sete diretores com filmes assinatura no catálogo - e um filme de cada para assistir:
Personagens sombrios - mas coloridos. Histórias engraçadas - mas assustadoras. Antes ilustrador, o diretor criou uma personalidade própria para seus filmes. Apresenta um misto de terror clássico com o medo juvenil. Tem até cores marcantes: roxo, verde, laranja, preto e branco. - e é inesquecível no misto terror-juvenil.
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Para assistir: Edward Mãos de Tesoura (1990)
Um humano criado por um professor maluco num castelo horroroso… No meio de um subúrbio norte-americano. Mas, uma falha: o cientista esqueceu de lhe dar mãos; ele só tem tesouras. Conseguirá sobreviver na classe média?
Um humor ácido combinado com litros e litros de sangue. A ultraviolência, a afinidade com temas históricos (reinventados) contados numa narrativa nada linear. Diálogos bem compridos e profundos, também, sempre aparecem nas obras do diretor.
Para assistir: Bastardos Inglórios (2009)
Uma judia em fuga e um grupo de soldados aliados. Em comum, a vontade de matar Hitler e o máximo de nazistas que encontrarem no caminho.
Simetria é a palavra principal. Depois, câmera fixa - onde os atores se mexem, mas o equipamento fica no mesmo lugar. Anderson também ama tons pastel ou variações do marrom - tanto quanto adora temática retrô e uma vibe de cinema setentista. Suas histórias são sempre comédias com tramas complicadas, cheias de personagens.
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Para assistir: Grande Hotel Budapeste (2014)
O concierge do Grande Hotel Budapeste, Monsieur Gustave, é acusado de assassinar uma hóspede depois dela deixar uma herança para ele. Seu pupilo Zero precisa provar a inocência do chefe - e achar uma pintura renascentista.
O diretor opta por trazer o inimaginável ao mundo infantil - e não pesa a mão para criar monstros horrorosos. Como ele mesmo diz, não liga nem de matar crianças nos filmes feitos para elas - e elas sempre morrem nas suas produções. O modo mais gráfico e realista o diferencia de Tim Burton.
Para assistir: O Labirinto do Fauno (2006)
Uma princesa do submundo, refugiada na Terra, precisa retornar ao lar. Para isso, precisa passar por todas as portas de um labirinto, e recebe ajuda de um fauno para completar cada uma das missões.
Animações emocionantes, com temáticas sensíveis e cativantes. Uma ilustração que lembra aquarela, mas ainda tem traços bem vívidos. Miyazaki trouxe muito da cultura oriental para o ocidente em várias histórias infantis (mas tão adultas).
Para assistir: O Serviço de Entregas da Kiki (1989)
Aos 13 anos, a bruxa Kiki e o gato Jiji partem numa aventura para explorar o mundo. Se muda para uma cidade grande, e usa a habilidade de voar na vassoura para fazer entregas rápidas.
Kubrick foi o pioneiro em criar simetria nos takes, e uma palheta de cor bem definida, fazendo escola para Wes Anderson (embora o diretor clássico não seja tão rigoroso nesses aspectos). Seus filmes são sombrios, violentos, adultos. A música é fator gritante na trama - as emoções chegam ao ápice com elas. Provavelmente, o diretor mais marcante dos anos 1970.
Para assistir: Laranja Mecânica (1971)
Adaptado do romance de Anthony Burgess, mostra Alex e sua gangue de delinquentes adolescentes num futuro horrível e distópico... Até o valentão ser preso e passar por uma intensa tentativa de recuperação.
Protagonistas cativantes, histórias fantásticas e animadoras. E muita, muita ação para família. Spielberg gosta de usar reflexos, jogo de câmeras, iluminação e espelhos. Foca bastante na atuação. Moldou muito do renascimento do cinema dos anos 1980.
Para assistir: Prenda-me se For Capaz
O filme com DiCaprio foge do espaço comum de fantástico do diretor - mas tem, em cada cena, seus elementos assinatura. Conta a história de um mentiroso fingindo ter profissões de elite.
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