Desde protestos políticos e opinião anti mainstream até participação inusitada no The Doors
Redação Publicado em 08/09/2019, às 14h00
Eddie Vedder está no auge dos 54 anos e desde 1991, é o líder e vocalista do Pearl Jam. Há muitas histórias sobre ele que todos conhecem, como a relação com Chris Cornell do Soundgarden ou o disco solo para o filme Na Natureza Selvagem.
Durante a carreira como cantor e compositor, Vedder optou trazer pautas baseadas na experiência para as composições e quatro temáticas sempre foram presentes em sua obra: sentido da vida, em "In hiding", "Sometimes" e "Oceans", empatia em "Release", "Unthought known" e "The end", tudo na vida acaba como em "Last exit" e privacidade e singularidade em "Corduroy", "Not for you" e "Animal".
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A temática de pai também sempre esteve presente, porque o cantor passou por questões familiares na infância. Inclusive, as três primeiras músicas enviadas como demo para os companheiros de banda foram "Alive", "Once" e "Footsteps", um trio de canções que falam da confusão sobre o pai.
Para entender mais sobre as letras de Vedder, é interessante conhecer um pouco da história de vida do músico. Por isso, separamos sete momentos que ninguém nunca lembra ou não conhece sobre o vocalista do Pearl Jam.
Confira a lista:
O primeiro instrumento que chamou a atenção de Vedder foi um ukulele quebrado que ganhou de presente da mãe aos 9 anos de idade. Aos 10 anos, o músico remendou o instrumento com fita adesiva e começou a tocá-lo Mais tarde, ganhou uma guitarra. No entanto, o ukulele o marcou demais desde a infância e o cantor tem uma relação bastante pessoal com o instrumento, isso fica claro no disco solo chamado Ukulele Songs.
Ainda muito novo, Vedder teve problemas em entender a relação com o pai biológico. Isso porque, foi criado com o padrasto, quem aprendeu ser o seu pai. Mais velho, o cantor descobriu que na verdade, não era o pai biológico. Mas, logo quando descobriu a identidade da paternidade, o pai faleceu e não teve a oportunidade de conhecê-lo melhor. Essa é uma temática bastante presente nas letras do cantor.
Com 15 anos, a mãe e o padrasto se separaram. A mãe resolveu voltar para Chicago, mas Vedder preferiu ficar em San Diego para não trocar de escola no meio do ano letivo. Ficou um tempo com o padrasto, mas arrumou um emprego noturno em uma farmácia e foi morar sozinho."Quando eu tinha 15, 16 anos, eu me sentia solitário. Eu era muito solitário - exceto pela companhia da música.", contou o músico.
Pouco depois, teve um término de namoro traumático e optou por voltar a morar em Chicago, mas ainda sozinho, escolha que não durou muito tempo. Logo, abandonou a escola e voltou mais uma vez para San Diego, onde começou a trabalhar como segurança em um hotel e passou a tocar com diversas bandas locais.
Em 12 de janeiro de 1993, para comemorar a entrada do The Doors no Hall da Fama do Rock and Roll, Eddie Vedder foi convidado para substituir o prestigiado Jim Morrison, vocalista do The Doors até a sua morte em 1971. Na apresentação da cerimônia, o líder do Pearl Jam cantou os sucessos da banda californiana como "Light My Fire" e "Roadhouse Blues".
Embora o disco Ten, primeiro da banda e o mais bem-sucedido da história do Pearl Jam, tenha sido importantíssimo para a entrada do rock alternativo no mainstream, Eddie Vedder e os companheiros de banda nunca negaram ter algumas críticas e não concordar com a indústria musical. Essa aversão ao lado comercial da música ficou clara em outubro de 1993, quando lançaram o segundo disco de estúdio, Vs., e decidiram não gravar videoclipes de nenhuma das músicas. Mesmo com essa escolha, o álbum foi um sucesso e vendeu 950 mil cópias na primeira semana.
Em 1994, o Pearl Jam entrou com uma ação contra a empresa Ticketmaster, responsável pela turnê de divulgação do Vs., por não concordarem com os preços abusivos cobrados pelos ingressos dos shows, foi uma escolha bem polêmica para a indústria musical e todas as apresentações foram canceladas.
Eddie Vedder compôs uma canção para Johnny Ramone, logo após a morte do guitarrista dos Ramones em 2004, escrita no carro, momentos depois de deixar o funeral do músico. Desde jovem, o cantor era um grande fã da banda e tinha uma amizade com os integrantes, principalmente com o guitarrista. Quando Johnny faleceu aos 55 anos, devido à um câncer de próstata, fez várias homenagens ao amigo, incluindo a música "Life Wasted", lançada pelo Pearl Jam em 2006.
Em abril de 2003, durante a turnê de divulgação do Riot Act, Eddie Vedder entrou no palco em um show em Uniondale, com uma máscara de George Bush para protestar com a música de "Bushleaguer" e foi vaiado por parte do público. Como resposta, o vocalista do Pearl Jam fez um discurso sobre liberdade de expressão. Em outros shows, esse protesto se repetiu.
Mais recentemente, em 2018, durante um show em Londres, Vedder dedicou a canção "Love Boat Captain", também do disco Riot Act, ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Eu gostaria que ele ouvisse [a música], mas ele não ouve música ou lê livros. Será que alguém poderia mandar isso para ele no Twitter ou algo assim? Para as mães e pais e crianças sendo separadas na fronteira. Este não é o país do qual me lembro.", disse o vocalista. Ainda, no mesmo show, ao cantar "Daughter" citou a política de imigração: "Quando você pensa na fronteira e eles fazem isso parecer normal, eu espero que se lembrem que na próxima vez pode ser eles. [...] Essa é uma música de amor de uma mãe para a filha."
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