Thriller estreou nesta sexta-feira, 26, e tem potencial para virar um dos queridinhos da TV
Yolanda Reis Publicado em 29/04/2019, às 20h39
Nesta semana, Chambers, a nova série de terror estrelada por Uma Thurman (Pulp Fiction) e Tony Goldwin (Scandal), chegou à Netflix.
A trama conta a história de Sasha Yazzie (Sivan Alyra Rose), uma garota de 17 anos que precisa de um transplante de coração. Ela o recebe de Becky (Lilliya Reid), morta durante um trágico acidente doméstico. Nancy (Uma Thurman) e Ben Lefevre (Tony Goldwin), os ricaços pais de Becky, querem se aproximar da garota que recebeu o coração de sua filha.
Porém, quanto mais convive com a família de sua doadora, mais Sasha deixa de ser ela mesma. O coração de Becky vai tomando seu lugar e a transformando.
A trama com dez episódios tem potencial para ser uma das melhores séries de terror do serviço de streaming. Eletrizante e agoniante, vale a pena ser vista.
Confira abaixo 7 motivos para assistir Chambers:
Em meio a uma tempestade, muitas coisas sinistras e misteriosas aconteceram. Entre elas, a morte de Becky e o renascimento de Sasha, ambas adolescentes de 17 anos. Os dois eventos no mesmo dia permitem que Sasha receba o coração de Becky, rejeitado por toda as pessoas na lista de transplante, pois parou de funcionar por diversos minutos.
Os pais de Becky têm dificuldade em aceitar a morte da filha. Como forma de consolo, convidam Sasha para jantar em sua casa e oferecem uma bolsa de estudo na escola onde a filha estudava. Isso é um convite para que a garota entre cada vez mais na vida da família LeFevre.
O problema é que ela começa a ter alucinações, e acredita estar vendo coisas que Becky via. Entupida de remédios para ansiedade, parece resolver. Mas logo percebe que não: ela agora é uma pessoa má e dominada.
A história é original e eletrizante. Você nunca sabe o que Sasha vai ver depois, nem o que é real e o que é alucinação. Uma trama de terror bem feita e diferenciada.
Quase toda adolescente de filmes e séries é uma pessoa única e sensacional. Extremamente inteligente, talentosa, bonita, irônica e com o poder de conquistar mil corações. Mas não Sasha. A série aposta em uma garota sem nada muito diferenciado. Crescendo em um bairro pobre de Arizona, tem descendencia indígena e é criada pelo tio, Big Frank (Marcus LaVoi). Ao lado da melhor amiga, Yvonne (Kyanna Simone Simpson), leva uma vida normal de uma garota de 17 anos.
A quebra do padrão foi algo positivo. A falta de personalidade marcante não cria nem simpatia nem antipatia em quem está assistindo. Esse vazio de sentimentos, porém, tem seu propósito: fazer com que todo mundo sinta o que a personagem sente a todo momento. E isso é feito com maestria.
Chambers é uma daquelas produções que vai te deixar com medo de levantar da cama para apagar a luz do quarto. Em contrapartida dos diversos filmes de terror com monstrengos feiosos e um susto atrás do outro, a série apresenta uma ótica diferente do terror. Raramente uma cena vai ser explicitamente assustadora. E mesmo assim você vai apurar os ouvidos para ter certeza que está realmente sozinho.
As cenas focam no medo e na confusão de Sasha e dos personagens à sua volta. E o mistério que a cerca só aumenta a aflição para aqueles que assistem, principalmente quando tentamos desvendar todo o misticismo sinistro que acontece em volta de Sasha sem que ela perceba.
Cada movimento da câmera, cada corte, cada ângulo é pensado para fazer a pessoa se sentir na pele de Sasha. Os takes são feitos de formas inovadoras na maioria das vezes. O enquadramento chega a ser incomôdo por ser estranho aos olhos - mas o sentimento é para reforçar toda a narrativa. Assim como a velocidade ou vagarosidade que os eventos acontecem. Ora você pisca e perde alguma coisa. Ora, aantes de uma cena parada acabar, você poderia ir e voltar do banheiro sem perder nada.
E à toda volta, cada cena está cheia de significados. Os olhos mais atentos percebem as mensagens dadas pelas luzes, e o coração bate no ritmo dos sons na tela, a cada segundo marcando a atmosfera necessária.
O grande destaque do time de atuação é, sem dúvidas, a já consagrada Uma Thurman. Seu papel de mãe desolada e em constante luto é impecável. Em todas as suas cenas, você consegue perceber claramente o que ela passa, e se coloca no lugar da personagem mesmo se não for mãe de alguém.
Já Sivan Alyra Rose perde um pouco seu lugar de brilhar como protagonista. As cenas só a mostram assustada. Para o clima da série, é legal, mas quanto podemos conhecer de uma atriz com uma emoção só?
Kyanna Simone Simpson, a atriz de Yvonne, melhor amiga de Sasha, é um destaque. Não aparece em tantas cenas, mas todas as que está ganham uma atenção especial. A personagem é leve e tem as maiores transições de seu humor e situações, abrindo uma porta para uma gama maior de atuação.
Após o transplante, Sasha começa a viver sua vida entre a família Lefevre e os Yazzie, seus parentes. De origem indígena, a personagem conhece diversos dos misticismos que envolvem seu povo. Quando está com os Lefevre, conhece o Anexo, complexo com um quê hippie que fala de meditação e cura com cristais.
Todo esse misticismo dos dois lados, junto com o ambiente em que a série se passa, nos cânions do Arizona, ajuda a construir todo um mistério em volta da história. Porém, os elementos não são muito bem explorados e nem aprofundados, e servem apenas para o básico: enfeitar a trama.
Chambers é sobrenatural. Diversos acontecimentos, aqui e ali, mostram momentos que não aconteceriam de jeito nenhum na vida real. E mesmo assim, tem um toque de realismo extremo.
Tudo o que é mostrado na série - a luta de Big Frank para educar e cuidar de Sasha, o uso de drogas pelos adolescentes, e o luto enorme dos Lefevre - faz a gente entender que aquilo é a vida real. A excessão da realidade são apenas um ou outro aspecto que podem facilmente serem tomados como charlatanismo de terceiros. Mas a série faz perguntar, quase o tempo todo: está tudo acontecendo na cabeça de Sasha? Seria, de fato, seu nervosismo falando mais alto?
Com um mix de mistérios de Bebê de Rosemary e O Sexto Sentido, a dúvida da sanidade dá um clima legal e intrigante para toda a série.
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