O filme dirigido por Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix foi minuciosamente construído, e notar algumas dessas características exige um olhar bem atento
Redação Publicado em 28/11/2019, às 16h30
Bons filmes são cheios de detalhes interessantes que complementam a experiência cinematográfica. São como recompensas para quem assiste mais de uma vez ou tem uma percepção bem afiada. E isso é exatamente o que acontece em Coringa.
O filme dirigido por Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix tem tantos easter-eggs quanto pequenas sutilezas na atuação do astro e na construção do cenário e de figurinos.
Com isso em mente, decidimos listar alguns desses detalhes que tornam o filme um dos mais imersivos e completos do ano.
Ah, e claro, a lista contém SPOILERS do longa, sempre bom lembrar.
Coringa conversa diretamente com os clássicos Taxi Driver (1976) e O Rei da Comédia (1984) de Martin Scorsese, mas o mais impressionante é como a atuação de Joaquin chega perto da de Robert De Niro, que protagonizou os dois longas.
Expressões faciais, comportamento em cena e vários detalhes da história (comediante falido que comete atentado) são idênticos, numa declaração de amor e respeito aos lendários cineasta e ator nova-iorquinos.
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No começo, o personagem veste roupas em tons pastel e mais apagadas. Quando Fleck para de tomar os remédios que normalizam o comportamento dele e começa a abraçar cada vez mais o Coringa dentro de si, as roupas mudam progressivamente, ficando mais coloridas, vibrantes e até elegantes na medida do possível dentro da decadência e da pobreza que rondam o personagem.
Ao assumir completamente o Palhaço, o figurino explode em cor e extravagância. As roupas acompanham a mudança da psique do protagonista.
A maioria dos espectadores pode achar que a mãe de Arthur Fleck mentiu para ele sobre Thomas Wayne ser pai dele, mas na verdade o filme não deixa isso 100% claro.
Afinal, se existe uma pessoa capaz de forjar papéis de adoção e incriminar uma mulher inocente, para proteger a reputação seria o próprio bilionário, que, na versão do filme, é corrupto e interessado apenas em poder.
No final, tanto a mãe do protagonista quanto Thomas Wayne morrem, e por causa disso provavelmente nunca saberemos de fato é o pai do Palhaço do Crime, assim como nos quadrinhos.
Assim como na clássica HQ O Cavaleiro das Trevas, escrita pelo ícone dos quadrinhos Frank Miller, publicada em 1986, o cinema (ou o teatro) ao lado de onde acontece o assassinato do casal Wayne, está em exibição o filme As Duas Faces do Zorro (1981).
As semelhanças do Batman com o Zorro são claras: ambos vestem preto, andam mascarados e decidiram proteger um lugar específico após sobreviverem a experiências traumáticas.
Além do filme do Zorro ter sido lançado em 1981, as pilhas de lixo na cidade e pedaços de aúdio de noticiários que falam sobre uma greve dos lixeiros são coisas que aconteceram em Nova York no ano em questão.
A alusão de Todd Phillips à cidade e à época para representar decadência na Gotham desse universo foram claras, e uma crítica social à desigualdade nos Estados Unidos.
O homem que protege o pequeno Bruce Wayne de Arthur Fleck, interpretado por Douglas Hodge, é ninguém mais ninguém menos que o próprio Alfred, o mordomo do futuro Batman.
Apesar de ser arrogante e até mal-educado em comparação aos quadrinhos, ele com certeza não tem o treinamento de um passado como oficial da inteligência britânica, já que o Coringa surpreende ele e quase o asfixia com facilidade.
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Como já dito antes, a versão de Todd Phillips de Thomas Wayne, o pai do Batman, não era o maior exemplo de um executivo que joga dentro das regras.
Além de dar um soco em Arthur sem qualquer necessidade, o filme dá diversos indícios do envolvimento do empresário com a família de mafiosos de Gotham Falcone, inclusive com dicas da presença deles no teatro onde ele e o Arthur Fleck se confrontam pela primeira e única vez.
Em um determinado momento, a vizinha e namorada (em alucinação) do personagem de Joaquin Phoenix vivencia uma situação com final ambíguo um tanto quanto tensa com o protagonista: o espectador não tem certeza se o Coringa, no fim das contas mata ou não Sophie.
Afinal, o vilão tinha acabado de matar a própria mãe. O clamor dos fãs por saber a verdade foi tanto que Todd Phillips esclareceu que Sophie Dumond não foi morta. Mas a cena de fato não deixa isso claro.
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