Na década de 1970 foram feitas mais de 250 edições da revista - cada uma delas com 20 ou mais reviews de discos. Com isso, algo ficou para trás
Gavin Edwards / Rolling Stone EUA Publicado em 08/09/2019, às 10h00
De 1970 até 1979, a Rolling Stone EUA teve mais de 250 edições de revista, a maioria delas com 20 ou mais reviews de discos. Isso significa que ouvimos e avaliamos mais de 5 mil álbuns, então não é surpresa saber que alguns de nossos favoritos caíram no esquecimento.
Separamos 20 discos de rock que amamos nos anos 1970 - de Mitch Ryder a Twiggy, do pai de Kate Hudson até o irmão de Paul McCartney - eles não foram muito tocados nas últimas décadas, mas ainda merecem ser ouvidos no volume máximo
Fanny foi a primeira banda só de mulheres a lançar um disco por grande selo; quando chegaram ao terceiro álbum, Fanny Hill (produzido pelo engenheiro de som dos Beatles Geoff Emerick), elas encontraram seu caminho, fazendo hard rock altamente inventivo. Continuaram até o meio dos anos 1970 e terminaram e foram esquecidas - mas não por David Bowie, que disse à Rolling Stone em 1999: “elas eram uma das melhores bandas de rock da época, lá em 1973. Era extraordinárias: escreviam tudo, tocavam como filhas da p***, eram colossais e maravilhosas, e ninguém fala delas. Foram tão importantes quanto todos os grandes nomes da história, mas não era a época delas.”
O que dissemos na época: “A guitarra de June Millington é soberba, uniformemente funcional tanto para dar o tom quanto para o rito - e boa como é, é meramente típico para a Fanny tocar isso no álbum, que é cheio de ganchos melódicos quando são mais necessários. O número de grupos que pode inspirar afeição da maneira que Fanny fizeram com esse disco, simplesmente a pura exuberância da música, são poucos,” - Mike Saunders, RS 106 (13 de abril de 1972)
A banda explicou no cenário dos pubs britânicos e nos nossos alto falantes com o segundo álbum dela, no qual transformaram suas guitarras com som de serra em um poderoso pop. “Airport” foi single top 5 no Reino Unido, mas a banda nunca dominou o mercado dos EUA. O guitarrista Bram Tchaikovsky saiu da banda depois disso, e teve um bom sucesso em sua carreira solo; o Motor terminou em 1982.
O que dissemos na época: ”Approved by the Motor é um LP quase perfeito do mais puro e pulverizante pop como manda a tradição Sweet, Slade and Pilot, cortando a fofura do gênero com os vocais dinâmicos de Nick Garvey e Andy McMaster… A banda canta docemente sobre S&M, desarmando tudo da mesma maneira em que o Cheap Trick trivializa o suicídio.” Jim Farber, RS 274 (21 de setembro de 1978)
Os Hudson Brothers tinham tanta credibilidade musical quanto os Jonas Brothers: eles ficaram famosos pela televisão (pelo programa The Hudson Brothers Show, e o programa de sábado de manhã Hudson Brothers Razzle Dazzle Show e o sindical Bonkers!). Mas eles eram uma banda de rock das melhores, mais crua e funk do que você esperaria de estrelas da TV. Continuaram a carreira nos anos 1970, as vezes produzidos por Bernie Taupin; Bill Hudson casou com Goldie Hawn (e depois Cindy Williams do Laverne & Shirley), e agora é mais conhecido como pai da Kate Hudson.
O que dissemos na época: “O título de roqueiro sacode a adrenalina da maneira certo, e a sucessão de melodias irresistíveis de rock dinâmico e as harmonias divertidas sustentam a intensidade inicia. Os Hudsons mostram-se polidos, também, em ‘Song for Stephanie,' 'Three of Us' e a linda e incrível 'So You Are a Star'... Os três irmãos Hudson escreveram tudo e tocaram a maioria dos instrumentos e obviamente têm grande potencial musical.” - Ken Barnes, RS 179 (30 de janeiro de 1975)
No meio dos anos 1970, a The Band estava encerrando - depois de diversos discos desiguais, eles se despediram com um grande impacto (o lendário show Last Waltz). Mas Blue Jug (de Seattle até Nashville) tomaram seu lugar, com um disco de estreia que sugeria grande estudo do Music From Big Pink. Dissemos que soava “como o melhor álbum que the Band lançou em anos,” mas o público não queria outra Band; Blue Jug não gravou mais.
O que dissemos na época: “Primeiros discos raramente são tão impressionantes quanto este, e agora imagino se exagerei no caso da tentativa inicial de Blue Jug. Mas não. Reexaminando, eu entendo que meu sentimento é honesto - antes de terminar, Blue Jug fará grande contribuição para a música dos EUA.” - David McGee, RS 203 (1 de janeiro de 1976)
A feminina Twiggy foi o modelo definitivo da moda dos anos 1960, e em 1973, ela apareceu ao lado de David Bowie na capa de seu disco Pin Ups. Isso, aparentemente, foi o suficiente para decolar sua carreira solo, mas ela provou ter talento de verdade: nomeamos seu disco inicial como “mais do que uma surpresa agradável.” Mesmo que o álbum não tenha vendido bem, ela continuou cantando e atuando, mas conhecida como a estrela da Broadway de My One and Only (ao lado de Tommy Tune).
O que dissemos na época: “A voz dela, que às vezes lembra a de Olivia Newton-John e Melanie (mas sem a submissão calculada delas) é forte e confiante. Além disso, ela tem um grande senso de onde está o coração da música… Há delicadeza e vitalidade na música de Twiggy que está muito acima do MOR comum, e desejamos sorte em um campo que é, majoritariamente, mais volátil e inconstante do que o mundo da moda.” - Billy Altman, RS 225 (4 de novembro de 1976)
A banda fazia um country rock quente e rouco que descartava todas as pretensões de art-rock ao cantar músicas sobre churrasco e sanduíches. No segundo disco (depois de Rack Jobbers Rule), essa banda de Berkeley deu uma bela festa. Fizeram música durante os anos 1970, e depois de terminarem, continuaram no mundo da música e da propaganda: o baixista Richard Greene fez o famoso single “Fall into the Gap” para a Gap.
O que dissemos na época: “Como um manjar dos deuses, aqui está. Mais incrivelmente inútil do que mesmo Commander Cody and His Lost Planet Airmen. Tão decadente como o lendário Asleep at the Wheel. Totalmente desprovido de imagem e metáfora. Destituído de qualquer valor social real. Estética impossível. Envergonhadamente secundário. Sem faixas longas. Preguiçoso. Barulhento. Sim, quase bom demais para ser verdade.” - Nick Tosches, RS 122 (3 de novembro de 1972)
The Move foi uma banda britânica famosa por chegar em programas de TV com machados. Esse disco pesado era para destoar de alguns pop anteriores (eles tiveram muitos hits no Reino Unido, mas nunca nos EUA) - ainda bem, não conseguiram se livrar da bênção da melodia e experimentação livre. Depois desse agradável LP, The Move cresceu quando Jeff Lyne se juntou a eles e escreveu o hit “Do Ya”; alguns anos depois, a banda evoluiu para a muito mais famosa Electric Light Orchestra.
O que dissemos na época: “Uma honesta e feliz criança daquele tipo eletrônico de rock que nasceu do the Who e depois foi popularizada em massa pelo Cream e seus imitadores. Aquelas centenas de milhares de tours que fizeram valeram muito a pena para the Move: a música deles, tanto em shows quanto neste álbum, é tanto poderosa quando intrinsecamente estruturada e fluida. Shazam é brutalmente um disco de rock and roll energizado. - John Mendelsohn, RS 58 (May 14th, 1970)
Mike McGear, mais conhecido como o líder da banda britânica Scaffold… Espera, quem queremos enganar? Ele é mais conhecido como irmão do Paul McCartney. Seu parente famoso produziu o álbum, e os dois co-escreveram todas as músicas (hit de escolha: "The Man Who Found God on the Moon"), com um resultado “beatlesco” delicioso que pode ser comparado de igual para igual com o melhor do trabalho solo de McCartney. McGear parou de fazer música depois desse disco, e se dedicou à fotografia (ele fez a foto para Sir Paul's Chaos and Creation no quintal de casa).
O que dissemos na época: “McGear é o disco de dois músicos impressionantemente inteligentes ajudando um ao outro em áreas excitantes que nenhum dos dois teria explorado de outra maneira. Produtor/autor McCartney aceitou o convite de ser mais aventureiro do que ele já foi antes, enquanto autor/músico McGear é potencialmente intimidade e manteve-se longe de ser pesado demais com uma adorável qualidade leve que é uma das especialidades de Paul.” - Tom Nolan, RS 180 (13 de fevereiro de 1975)
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