Obras de ficção científica tem uma certa dificuldade em criar finais satisfatórios que expliquem todos os conceitos mostrados na obra
Redação Publicado em 04/03/2020, às 08h15
O gênero de ficção científica, o sci-fi, é repleto de filmes ótimos, porém com péssimos finais. Dito isso, é necessário reconhecer que para a maioria dos gêneros cinematográficos é uma tarefa difícil dar um desfecho satisfatório, mas devido aos novos mundos e conceitos que o sci-fi apresenta, amarrar tanta coisa nova nos últimos minutos fica mais complicado ainda.
Desde recorrer a clichês baratos para agilizar o encerramento da história, a dar explicações vagas e insatisfatórias para tudo que foi mostrado, listamos abaixo alguns filmes de ficção científica que decepcionaram no final, segundo mencionado pelo site WhatCulture.
No primeiro filme de sci-fi do aclamado diretor Danny Boyle (Trainspotting, Quem quer Ser Um Milionário?), a tripulação da nave Icarus II tem a missão de reacender o sol (que está se apagando) com uma bomba gigantesca. A primeira metade do longa é um excelente drama sobre o medo do fracasso de uma missão tão importante e a impacto físico e emocional nos tripulantes.
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O mistério sobre porque a primeira expedição, a Icarus I, falhou, também incomoda personagens e expectador. A solução dada é decepcionante: um dos tripulantes da primeira missão ficou desfigurado por queimaduras de sol, louco e matou todos os colegas. Ah, e claro que tenta matar todo o restante do elenco. O drama parece virar um terror de assassino como Halloween (1978) do nada e perde o impacto que causa no início.
Se encarado como um filme de ação com elementos de terror e sci-fi, Guerra Mundial Z tem um charme. O blockbuster estrelado por Brad Pitt transformou os zumbis e monstros ágeis e selvagens como nenhum outro filme tinha mostrado antes, mas não se manteve nesse conceito por boa parte da duração.
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Ao abandonar o pânico e a correria dos milhares de zumbis para passar uma hora dentro de um laboratório, o longa abre mão da fascinação que causa na primeira metade. Com o orçamento que teve, era possível transformar o momento de descoberta da cura do apocalipse zumbi e a luta contra os mortos em um épico de ação.
Esse longa estrelado por Nicolas Cage também provoca o público com cenas de acidentes terríveis e muito bem feitas e com a premissa de incluir as tragédias em uma grande conspiração.
A revelação de que essa conspiração eram aliens na terra com a missão de salvar a espécie humana porque o planeta iria explodir é absurda e não torna toda a história contada até o final irrelevante.
O segundo filme da trilogia Jurassic World traz conceitos divertidos, ainda que absurdos: clonagem humana, baseada no método que trouxe os dinossauros de volta e mais super-dinossauros que parecem maus como vilões. A revelação do final com alguns predadores fugindo da ilha e indo para a sociedade é boa para um próximo filme, mas é ambiciosa demais.
Logo após revelar que apenas algumas dúzias de dinos estão soltos agora, o Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) faz um monólogo sobre o mundo entrar numa nova era jurássica e os humanos precisarem aprender a viver junto com os seres pré-históricos. Parece exagerado e pretensioso.
O segundo filme de Jordan Peele ainda continua ótimo, com vários momentos que explora a tensões sociais dos EUA e renova o monstro conhecido como duplo, ou doppelganger. Mas é ao tentar explicar o monstro que o filme caí por terra. Dizer que tudo era um experimento do governo para tentar controlar as mentes dos cidadãos é raso, mal explicado e, mesmo que não seja péssimo, deixou os fãs mais intrigados insatisfeitos.
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Sim, esse é um filme de super-heróis, sendo muito mais fantasia do que ficção científica, mas tenta abordar conceitos interessantes do sci-fi ao imaginar como um alienígena como o Superman seria aceito pela sociedade civil. O Batman, por exemplo, não enxerga Clark Kent como um ser igual, o que causa todo o conflito do filme.
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Quando Superman chama pela mãe, e o nome Martha (mesmo nome da mãe de Bruce Wayne) apela para o lado humano do Batman e resolve o conflito rápido demais, até porque os heróis ainda tinham que lutar juntos contra o vilão Apocalypse, num final bem menos impactante do que era prometido.
O drama intrigante de extraterrestres criado por M. Night Shyamalan tem dois terços angustiantes e com bom ritmo, mas logo no final tudo se vai, literalmente, por água abaixo. Os seres tinham uma rejeição letal a água, então a ideia de invadir e conquistar um planeta com cerca 71% da superfície é coberta pelo líquido fica automaticamente estúpida e cômica.
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Novamente com M. Night Shyamalan, a conclusão dessa inusitada trilogia de super-heróis consegue acabar quase com toda a história. Os três protagonistas morrem de maneiras simplistas por uma organização secreta que caça pessoas extraordinárias, sendo que David Dunn (Bruce Willis) é afogado em uma poça!
O Mr. Glass de Samuel Jackson revela os super-heróis ao mundo com um vídeo nas redes sociais, mas é difícil acreditar que isso será levado a sério.
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