Há 50 anos, a comunidade LGBTQ+ deu o primeiro passo na sua luta pela igualdade. Conheça artistas que ajudaram nisso
Yolanda Reis Publicado em 16/06/2019, às 14h00
Há 50 anos, o Stonewall Inn, bar LGBTQ+ de Nova York, viu nascer uma verdadeira revolução. Cansados das batidas policiais incoerentes, as pessoas que estavam ali lutaram de volta contra as prisões. No dia seguinte à primeira revolta, começaram a aparecer alguns protestos a favor dos direitos das pessoas LGBTQ+ por toda a cidade. Nas noites posteriores, isso foi crescendo - até que chamaram uma atenção irreversível para o preconceito que sofriam os LGBTQ+.
Os eventos daqueles dias marcaram um importante passo na luta de direitos de toda uma comunidade. Todas as Paradas de Orgulho do mundo e muitos aspectos da luta atual tiveram seu embrião ali, quando as pessoas que estavam no bar negaram abaixar a cabeça para a polícia. Por causa dessa data, até hoje, em junho, é celebrado o Mês do Orgulho LGBTQ+. Na maior parte do mundo, é neste mês que acontecem as Paradas de celebração - e celebrando a data dos 50 anos, Nova York prepara uma festa gigantesca para este final de semana, com Madonna e Pabllo Vittar.
Embora as divas pop constantemente encabecem a imagem dos shows nas Paradas LGBTQ+, o mundo do rock também teve diversos artistas dizendo, orgulhosamente, serem gays ou lésbicas ou bissexuais. Vencendo preconceitos, levantaram a bandeira do arco-íris e fizeram músicas para unir todo mundo.
Separamos 9 artistas LGBTQ+ que mudaram o mundo da música e algumas de suas principais canções LGBTQ+:
Um dos primeiros artistas a levantar o queixo e assumir sua sexualidade. Em 1976, disse ser bissexual, e chegou a se casar com uma mulher. Mas, cerca de uma década depois, assumiu-se como gay. John ganhou recentemente Rocketman, uma cinebiografia, que fez questão de não esconder o caminho de preconceito que o astro viveu.
"Elton's Song", de 1981, conta a história de um garoto adolescente que se apaixona por outro adolescente - um amor proibido! O vídeo foi gravado em um colégio e nunca passou na TV por controvérsias de tema.
O frontman do Judas Priest disse que, quando disse ao mundo que era gay no final dos anos 1990, foi a primeira vez que sentiu-se livre de verdade. “Quando me assumi, descobri que eu estava na mesma armadilha em que os outros gays se encontram. Parece que você está vivendo a sua vida para as outras pessoas, e não para si”, contou.
"Grinder" (1980), do Judas Priest, é cheia de significados subjetivos. O refrão, "Grinder, looking for meet" ("moedor, procurando por carne") traz uma gíria depois muito usada com o significado de "gay" nos EUA.
A cantora ficou famosa nos anos em que os EUA, sua terra natal, passava por uma onda conservadora no governo, e políticas criticavam até o casamento entre pessoas negras e brancas - e o casamento homossexual era um absurdo impensável. É muito provável que, por essa repressão, Janis nunca tenha dito publicamente que também gostava de mulheres. Mas muitas de suas namoradas já falaram sobre relacionamentos que tiveram com a estrela.
Quando Bowie fez nascer Ziggy Stardust no início dos anos 1970, vieram junto dele uma explosão de cores e roupas e atos queers. Bowie casou-se com mulheres e teve filhos, mas nunca escondeu que também ficava com homens. Flertando com o Queer, popularizou o estilo.
"Boys Keep Swinging" (1979) é uma grande declaração LGBTQ+. Para começar: o clipe oficial é uma ode a drag queens. Além disso, a letra: "quando você é um menino, outros meninos podem te olhar". E por último, sua estreia: a gravadora não queria lançar a música por ser ousada, e Bowie a apresentou no Saturday Night. Cortou a letra sugestiva, mas teve ajuda de uma roupa especial que tinha uma ereção simulada mais para o fim da música.
Faz pouco mais de dez anos que o vocalista assumiu-se gay. Desde então, namora com Robin Jakobsen, 15 anos mais novo. Ele diz constantemente que a comunidade do black metal não está nem aí para ele ser gay, embora alguns pensem o contrário.
Uma das principais vozes das Runaways nunca assumiu-se, exatamente, kpaesbica ou bissexual - e sempre muda de assunto quando perguntam, não gosta de falar na vida pessoal. Porém, a cinebiografia de 2010 mostra bastante o relacionamento da cantora com Cherie Currie, e Lita Ford, ex-Runaway, disse que saiu da banda após descobrir que suas colegas eram lésbicas.
O frontman do Panic! At The Disco é casado com uma mulher, mas não esconde que, para ele, gênero não importa: gosta de relacionar-se com pessoas. Há teorias que indicam que, em 2009, Ryan Ross saiu do Panic! após um relacionamento entre ele e Urie dar errado.
"Girls/Girls/Boys" (2013) é considerado um hino à bissexualidade. Conta a história de uma menina que namora uma outra menina - e também um menino. E o refrão: "garotas amam garotas e garotos / eu nunca achei que fosse / ser capturado do jeito que você fez / mas garotas amam garotas e garotos."
O vocalista do Green Day disse em 1995, durante uma entrevista, que sempre gostou de garotos e garotas. Ele é casado com uma mulher e tem filhos, mas não liga de beijar a boca de fãs, eventualmente. Para ele, todos nascem bissexuais, e os pais que influenciam, finalmente, na sexualidade.
"King For a Day" (1997) conta a história de vida de uma drag queen - desde que ela tinha quatro anos de idade e pegava roupas escondidas da mãe. "Açúcar, tempero e tudo que há de bom / não são só para garotas / G.I. Joes [bonecos de soldados] em meia-calça / abram espaço para o rei do dia / e princesa a noite / espere só até todos os garotos colocarem os olhos em mim."
Um dos primeiros músicos a revelar-se gay, tem até hoje um grande peso entre os LGBTQ+. Na época, sentiu a necessidade de esconder que era soropositivo, pois o HIV era associado aos gays e à depravação - e um tabu sem tamanho.
O Queen tem um punhado de músicas LGBTQ+, mas "I Want to Break Free" (1984) é a lamúria gloriosa a partir do nome - "quero me libertar". É um dos maiores clássicos da banda, e o clipe divertido também é inesquecível.
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