- Bruce Springsteen (Foto: LGI Stock/Corbis/VCG via Getty Images)
FLASHBACK

A infância complicada de Bruce Springsteen: 'Socialmente sem-teto'

Em autobiografia, Bruce Springsteen relembrou como ficava isolado de boa parte das outras crianças da escola em que estudava

Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 23/08/2024, às 10h24

Uma das vozes mais marcantes do rock and roll estadunidense, responsável por hits como "Dancing In the Dark," "I'm On Fire," "Streets of Philadelphia" e "Born in the U.S.A.," Bruce Springsteen sofreu muito com bullying de valentões na infância e se enxergava como uma pessoa "socialmente sem-teto."

Na autobiografia Born to run: Bruce Springsteen, lançada em 2016, o artista relembrou como a família dele se mudou para a casa dos avós, algo que o diferenciava dos colegas de classe. Essa diferença na criação era uma questão para diversos outros alunos da escola.

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"Não importa o quanto eu queira, não importa o quanto eu tente, 'o jeito que as coisas são' me escapa. Eu quero desesperadamente me encaixar, mas o mundo que criei com a liberdade injustificada dos meus avós me transformou em um rebelde não intencional, um menino maricas esquisito, desajustado e marginalizado," escreveu (via Showbiz Cheat Sheet). "Eu sou alienante, alienado e socialmente sem-teto... tenho sete anos."

Entre meus colegas homens, há principalmente boas almas. Alguns, no entanto, são rudes, predadores e cruéis. É aqui que recebo o bullying que todos os aspirantes a estrelas do rock devem passar e sofrer em silêncio fervente, cru e humilhante, a grande solidão do playground 'encostado na cerca de arame enquanto o mundo gira ao seu redor, sem você, em rejeição a você' que é combustível essencial para o fogo que se aproxima. 

Segundo o cantor, um dos principais motivos dele sofrer bullying era o fato de gostar de Beatles e tentar se parecer com os integrantes do Fab Four. Na época, ele estava fissurado em Meet the Beatles!, lançado em 1964.

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"As surras, os insultos, os riscos, as rejeições e o status de estranho que você precisaria aceitar para usá-lo”. Nos últimos anos, apenas a revolução punk dos anos 1970 permitiria que crianças de cidades pequenas declarassem fisicamente sua 'alteridade', sua rebelião," explicitou.

Eu ignorei os insultos, evitei os confrontos físicos o melhor que pude e fiz o que tinha que fazer.

Apesar de ter amizade rejeitada por boa parte dos meninos, o pequeno Bruce Springsteen conseguia se relacionar bem com as garotas: "As meninas, por outro lado, chocadas ao encontrar o que parecia ser um sonhador tímido e de coração mole no meio delas, vão direto para o território da vovó e começam a cuidar de mim."

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"Eu construo um pequeno harém que amarra meus sapatos, fecha meu casaco, me enche de atenção," continuou. Porém, ao longo dos anos, essa dinâmica parou de existir porque as pessoas, quando ficavam mais velhas, pareciam ter perdido interesse nele.

É claro que, alguns anos depois, quando o sexo aparecer, perderei meu status exaltado e me tornarei apenas mais um perdedor bem-educado.
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