Regina Spektor - Camila Cara/Divulgação

Risco de acidente no palco faz Regina Spektor encerrar show mais cedo em São Paulo

Apesar de absolutamente encantadora, a artista teve seu show prejudicado por problemas técnicos não explicados e por uma ocorrência perigosa que resultou em um final frustrante

Stella Rodrigues Publicado em 11/04/2013, às 02h11 - Atualizado às 12h57

Atualizada às 12h40

Ninguém entendeu nada. Regina Spektor voltou para o bis e encontrou uma plateia entregue, ansiosa para ouvir os maiores hits da cantora que até então tinha feito uma performance adorada, embora um tanto conturbada. Mas o final do show de Regina Spektor no Credicard Hall, em São Paulo, nesta quarta, 10, ainda passaria por mais uma situação difícil. Depois de “Us”, a primeira música programada para o bis (e acompanha de perto pelo público que, para a evidente alegria dela, desistiu de usar as cadeiras e se amontou no gargarejo), Regina fez mais uma pausa para mais um cochicho misterioso com a banda – não foi nem de perto o primeiro. Fez um cara de susto, levantou, agradeceu e foi embora. As luzes se acenderam sem que ela executasse os sucessos “Fidelity”, “Hotel Song” e “Samson”, e começaram as perguntas.

A teoria mais provável era que a garganta da cantora estava dando trabalho. Não seria impossível, já que ela, apesar de extremamente profissional, competente e gentil com os fãs, aparentou ter problemas em alguns momentos. Trocou a água por um líquido que parecia ser chá e, ainda, interrompeu o show no meio alegando “dificuldades técnicas” e passou pouco mais de cinco minutos no backstage (especula-se que ela estava com febre, apesar de isso não ter sido confirmado oficialmente - aliás, nenhuma explicação oficial foi dada ainda). Mas foi algo ainda mais preocupante, segundo Regina explicou em seu Facebook assim que saiu de cena.

O post dizia: “Queridos amigos em São Paulo!! Vocês foram a plateia mais incrível – vocês fizeram meu coração doer de uma forma boa!!! Vocês foram incríveis! Eu sinto muito que tivemos que encerrar o show mais cedo, mas uma corda que segurava um cano no teto caiu em cima de um dos engenheiros (ainda bem que ele está ok!!!) e ninguém mais estava seguro no palco, havia o risco das luzes caírem. Todo mundo está bem, mas sentimos falta de tocar mais músicas para vocês. Amamos vocês e voltaremos para tocar mais.”

Toda essa conspiração contra a russa criada em Nova York não estragou a experiência, contudo. Regina subiu ao palco às 22h, com sua baixa estatura, grande sorriso e pele alva contrastando com o indefectível batom vermelho. Logo já começou a ouvir os gritos aflitos das pessoas que queriam demonstrar seu carinho. Um show com cadeiras, com todo mundo sentado, torna bastante esquisita essa interação, já que os berros não ficam homogêneos, não se trata da gritaria de sempre, mas sim de declarações de amor e pedidos pontuais entre as músicas que atrapalharam um pouco o andamento das coisas. Ela foi a epítome da simpatia em cada um desses momentos, agradeceu muito com seu tímido “obrigada” em português. “Desde a outra vez que vim para cá [para o SWU, em 2010] não aprendi nenhuma palavra nova, só corrigi o que falei errado. Da outra vez disse 'obrigado', era 'obrigada'”, riu.

No repertório, muitas músicas de seu disco mais recente, What We Saw from the Cheap Seats (2012), como "All the Rowboats", "The Party", “Ballad of a Politician”, “How” e “Small Town Moon”. Mas também canções de trabalhos antigos, como "Blue Lips" e as ótimas “Eet” e “Dance Anthem of the 80's”, todas do disco Far, de 2009, além de “Better” e “On the Radio”, do álbum Begin to Hope, o dueto especial de "Call Them Brothers" de Regina com o marido Jack Dishell, da banda Only Son, entre outras. Aliás, o set list foi quase idêntico ao que ela tem executado geralmente ao longo do último ano, nesta turnê – de surpresa mesmo, só essa desagradável com a estrutura do palco.

Regina Spektor se apresenta no Rio de Janeiro nesta quinta, 11. A apresentação acontece no Citibank Hall.

Atualização: a T4F, que organizou o show, divulgou um comunicado negando o risco de acidente. Leia na íntegra:

"Sobre o show da artista Regina Spektor na noite de ontem, a TIME FOR FUN esclarece que o mencionado show ocorreu normalmente e que, após o encerramento do show, a artista interrompeu o seu “bis” em função de uma suposta queda de um cabo. Todavia, logo após a ocorrência de tal fato, ficou esclarecido que se tratava de uma corda leve de sisal, usualmente utilizada para prender a cortina do palco e que não oferecia nenhum risco.

Outrossim, foi informado que não houve nenhuma ameaça de rompimento de qualquer cabo, pois são atendidas todas as normas de segurança pela casa de espetáculos. "

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