Show para público mais maduro deste domingo, 13, foi marcado por ativismo e discursos em português do ex-vocalista do Genesis no Palco Consciência
Bruno Raphael Publicado em 14/11/2011, às 00h21 - Atualizado às 01h08
Peter Gabriel levou a sério o nome do palco em que se apresentou no SWU na noite deste domingo, 13. Munido de uma orquestra de mais de 20 músicos, a New Blood Orchestra, o ex-vocalista do Genesis revisitou sua carreira, cantou covers e, acima de tudo, conscientizou o público no Palco Consciência.
"Heroes", de David Bowie, foi a abertura triunfal do músico, que ganhou o público logo de cara. Formado por pessoas mais maduras e casais na casa dos 50 anos de idade, a plateia do Palco Consciência era uma das mais animadas, ovacionando Gabriel logo de cara com um coro. Os mais jovens, no entanto, se afastaram do local para se dirigir ao Palco Energia, onde iria acontecer o show do Lynyrd Skynyrd. "Wallflower", "Secret World" e "Signal to Noise" pareciam hits de rádio FM na voz do público presente, de tão cantadas que foram.
Aparentando uma simpatia sincera, Peter Gabriel não comentou a confusão de sua produção com a banda Ultraje a Rigor, cujo vocalista, Roger, criticou o músico no Twitter na tarde deste domingo, 13. Em vez disso, Gabriel trouxe consigo algumas folhas de anotações com frases em português anotadas. A maioria alertava para conscientização social do povo, sobre o poder das mídias sociais e da liberdade de expressão.
O momento de maior comoção, no entanto, veio na canção "Father, Son", uma homenagem comovente de Gabriel ao pai, que completará cem anos de idade em abril de 2012. A música contou com um vídeo exibido no telão, mostrando os dois passeando e conversando.
Com setlist baseado na sua coletânea Hit e em seu disco mais recente, Blood, Gabriel se esquivou de sua fase mais pop, e concentrou-se em músicas mais sérias como "Don't Give Up" e "Red Rain". Nesse contexto, uma canção como "Sledgehammer" sequer seria cogitada.
Ao final, o músico chamou a apresentadora Didi Wagner para ajudá-lo com algumas palavras a respeito de uma organização que criou com sua filha para ajudar a LRA - Lord Resistance Army, um exército da República do Congo formado só por crianças, que é obrigado a lutar em guerras. Antes de se despedir com "Biko", ele pediu ao público que pedisse, em uníssono, que as crianças do Congo "voltassem para casa". O som ambiente do SWU neste instante foi gravado e será enviado, via rádio, ao país.
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