Ator questiona como pequenas produtoras de filmes podem atender demandas do sindicato, enquanto grandes corporações chamam solicitações de 'utópicas'
Redação Publicado em 31/08/2023, às 13h48
Durante a coletiva de imprensa no Festival de Veneza 2023, Adam Driver citou a Netflix e a Prime Video por não atender pedidos do sindicado dos atores (SAG-AFTRA) durante a greve em Hollywood.
O ator está na cidade para promover seu novo filme Ferrari, uma das poucas produções que obteve permissão do sindicato para divulgação.
"Por que é que companhias de distribuição menores, como a Neon e STX International, conseguem atender às demandas do SAG, que os grandes estúdios chamam de 'utópicas', mas uma companhia grande como a Netflix e a Amazon não conseguem?", questionou Driver.
"Toda vez que algum ator filiado ao SAG vai a um evento e promove o filme de uma empresa que assinou os termos do sindicato, fica mais óbvio que essas empresas estão dispostas a apoiar verdadeiramente os artistas com os quais colaboram, enquanto as outras empresas não estão" (via The Guardian).
O SAG tem estabelecido acordos com alguns estúdios e dado permissão para que seus membros continuem a participar das gravações de filmes e séries específicos.
Em sua maioria, os acordos foram estabelecidos com estúdios independentes, que não fazem parte da Aliança dos Produtores de Filmes e Televisão (AMPTP, na sigla em inglês), que não chegou a acordo com atores e roteiristas (a classe está paralisada desde maio).
Fran Dresche, presidente do sindicato dos atores em Hollywood e Duncan Crabtree-Ireland, líder das negociações, declarou em coletiva de imprensa em julho que a Screen Actors Guild (SAG-AFTRA) não obteve sucesso nas negociações com os estúdios norte-americanos.
As conversas se concentraram em melhores salários e outros benefícios, além de definir o uso da inteligência artificial na produção de filmes e programas de televisão, para garantir que suas imagens digitais não sejam recriadas sem autorização.
Após concordar em estender as negociações, por 12 dias, as conversas terminaram sem que as partes chegassem a um acordo. Desde a paralisação, membros do sindicato têm organizado protestos em frente às empresas e se juntado a seus colegas roteiristas.
Pela primeira vez desde os anos 1960, Hollywood se vê diante de uma paralisação por completo. Se nos últimos dois meses, produções com roteiros já escritos puderam continuar, como Mortal Kombat 2, agora com a parada dos atores, a interrupção será praticamente completa.
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