Paixão bandida - Divulgação

Afroreggae chega aos 20 anos com escritório em São Paulo e novo programa na TV

Nesta segunda, 25, estreia Paixão Bandida, que narra história de mulheres que se envolveram com o universo do crime

Lucas Reginato Publicado em 24/03/2013, às 09h17

Daniela Pereira da Silva tem hoje 35 anos. No início da década de 90 era uma adolescente de classe média no Rio de Janeiro, quando conheceu Valdir de Oliveira Junior. Não demorou a descobrir que o namorado era na verdade Juninho, influente traficante e foragido da justiça. A revelação não colocou fim ao namoro – casaram e tiveram um filho, hoje com 14 anos. Este é apenas o resumo de uma história ainda em curso, já que os dois permanecem casados (ela aguarda a saída do marido da cadeia, prevista para 2029).

A história de Daniela (na foto acima, a segunda da direita para a esquera) será a primeira a ser exibida na série Paixão Bandida, que vai ao ar no GNT entre esta segunda, 25, e quinta, 28, às 22h30. Depois de levar tiro, se envolver com o tráfico e ficar presa por três anos, ela tentou retomar a vida longe do crime e conseguiu um emprego no Afroreggae, organização que em 2013 comemora 20 anos de existência. “Fui sentenciada não só pela justiça, mas pela sociedade, pela minha família”, diz ela. “Eu errei, me crucificaram, me condenaram, tive que me afastar de todo mundo. Então achei que fosse uma oportunidade de mostrar meu lado, do arrependimento, de que eu também aprendi com isso tudo”, explica sobre o que a levou a expor de tal forma a sua vida.

Paixão Bandida tem direção de Jorge Espírito Santo, que admite ter sofrido para pinçar apenas algumas das muitas histórias que ouviu, e produção de José Júnior, diretor e um dos fundadores do Afroreggae em 1993. A série do GNT é apenas uma das novidades preparadas para o ano comemorativo, que tem como grande destaque a abertura de um escritório da instituição em São Paulo.

“São Paulo sempre recebeu o Afroreggae muito bem”, conta Júnior, que marca a inauguração do novo escritório para o dia 11 de abril. Na capital paulista, diferente do que acontece no Rio de Janeiro, a entidade vai aproveitar os 20 anos de experiência para prestar consultoria a quem tem interesse de promover projetos sociais. “Geralmente a gente chega como protagonista, mas desta vez seremos coadjuvantes”, resume ele, que revela ainda ter pelo menos três projetos já encaminhados.

O primeiro, em parceria com a Fiesp, pretende identificar empreendedores na periferia e colocá-los em contato com a Federação, e ao mesmo tempo fornecer os serviços de instituições como Sesi e Senai a essas comunidades. O segundo, com Gilberto Dimenstein, é o Cultura de Ponta, um site como o Catraca Livre, com programação cultural gratuita, mas exclusivamente sobre a periferia. O terceiro é uma parceria com Luciana Temer, secretária de Assistência Social, também com foco na juventude. “Vamos colaborar e aprender bastante em São Paulo”, resume Júnior.

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