Page é categórico quanto a um aspecto de seu futuro trabalho solo: "Não presuma que soará como o Led Zeppelin"
David Fricke Publicado em 07/09/2015, às 12h14 - Atualizado às 12h23
No dia 2 de agosto, Jimmy Page voltou a ser um artista solo. Foi pouco antes dessa data, em 31 de julho, que o guitarrista do Led Zeppelin concluiu, após um ano, as reedições de luxo dos álbuns de estúdio da banda. Na ocasião chegaram às lojas as edições ampliadas de Presence (1976), In Through the Out Door (1979) e da compilação Coda (1982). Para o futuro, ele faz uma promessa: “Pegarei a guitarra e não pararei mais”.
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“Tenho material novo”, garante Page. “Toquei guitarra em muitos estilos diferentes e quero revisitar todos.” Ele afirma que o foco e a energia que colocou “nessas outras coisas” – incluindo Celebration Day (2012), o álbum e DVD do show de reunião feito pelo Led Zeppelin em 2007, e Sound Tracks, caixa recente com quatro discos de músicas de Page para filmes dos anos 1970 e 1980 – o fizeram pausar o trabalho em material inédito. “Essas coisas me impediam de tocar guitarra ou me envolver em um projeto, porque teria que ficar me afastando. Agora é a hora”.
Ele ainda lembra de como se sentiu em relação ao instrumento quando o Zeppelin se separou, em 1980, depois da morte do baterista, John Bonham. “Não queria tocar. Traria coisas demais à tona”, admite. Pouco tempo depois, ficou sabendo que estava contratualmente obrigado a produzir um último disco da banda. O resultado, Coda, “foi só um disco de coisas que sobraram”. Surpreendentemente, a nova versão desse álbum, com três CDs, agora é o clímax da série de reedições do Zeppelin. Há raridades, como “Sugar Mama”, faixa que ficou de fora de Led Zeppelin (1969) e duas lendárias gravações de 1972 que Page fez na Índia com o vocalista Robert Plant.
Exclusivo: ouça “Sugar Mama”, blues inédito gravado pelo Led Zeppelin em 1968.
E pronto, é isso. “Não há mais nada de estúdio”, ele diz firmemente. “Me certifiquei de que essas reedições fossem abrangentes e completas. Não há nada mais para virar um projeto.” Page também é categórico quanto a um aspecto de seu futuro trabalho solo: não presuma que soará como o Led Zeppelin. “O fato de alguém tocar guitarra não quer dizer que precise de um cantor”, afirma um pouco irritado. “Só porque as pessoas já têm essa imagem definida da coisa? Não. Farei minha música e depois pensarei se preciso enfeitá-la com um vocalista.” Ainda assim, Page reconhece: “Eu toco como toco. Dá para ouvir isso em Celebration Day. É bem bom para algo feito em uma noite”. Ele ri. “Seja lá o que eu fizer no futuro, não será algo feito em uma noite”.
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