Akon empolga em show

Em São Paulo, com casa lotada, rapper executou hits e interagiu com os fãs

Por Patrícia Colombo Publicado em 28/01/2010, às 19h26

Pode-se dizer que a noite era de um "pop-hip-hop", mas isso não impediu inúmeros moshs, tão comumente relacionados às apresentações de rock. Adolescentes, em sua maioria, encheram a Via Funchal na terça, 26, em São Paulo, para assistir ao cantor Akon, que pisou no palco com um simpático sorriso e conduziu uma hora e quinze minutos de show, movendo os braços para cima e para baixo e interagindo de forma intensa com o público. O senegalês veio ao Brasil com a turnê de seu terceiro álbum, Freedom.

Antes das 22h, um DJ da casa aqueceu a plateia, misturando hits mais antigos do hip-hop, como "Jump Around", do House of Pain, e "OPP", do Naughty by Nature, a faixas exaustivamente executadas nas rádios nacionais nos últimos anos, como "Last Night", de P. Diddy, e "Get Right", de Jennifer Lopez. O ambiente, em dado momento, escurece e a plateia grita: ainda não era Akon, mas sim sua banda, que conta com o DJ Benny D, que, pra lá de animado, trajava um kilt roxo. No controle de sua pick-up, colocou o batidão eletrônico "Rise Up", de Yves LaRock. Na sequência, um trecho de um remix que contava com sample de "Straight to Hell", clássico do Clash. "Empire State of Mind", de Jay-Z e Alicia Keys, e "I Know You Want Me", do rapper cubano-americano Pitbull, foram o suficiente para deixar a público no ponto da empolgação para o começo do show - e da noite pop e cheia de hits.

Akon assumiu, às 22h35, o microfone com sua característica voz anasalada. Sorridente, mostrou desde o começo que não seria daqueles artistas que permaneceriam apenas no meio do palco, mais próximo da banda que do público. Logo na primeira música, "Cross That Line", ia de um extremo a outro, procurando dar as mãos aos que se espremiam na grade da pista VIP. A casa estava cheia e os fãs, distantes da apatia e do desânimo, buscavam fazer valer cada centavo gasto nos nada acessíveis ingressos, cujos valores iam de R$ 170 a R$ 300. Além do público adolescente, havia também crianças acompanhadas pelos pais. Estes, vez ou outra, também acabavam cantando trechos dos hits do rapper - provavelmente versos que entraram no cérebro por uma espécie de "osmose", já que muitas vezes na batalha para escolher a estação de rádio ou o CD a ser colocado no carro, os pequenos levam a melhor por serem craques na insistência. Mas, independente da idade dos que estavam presentes, Akon soube manter a empolgação de todos durante o show inteiro, valendo-se, além de suas músicas mais conhecidas - "Blame on Me", "Don't Matter", "Dangerous", "I Wanna Love You" e "Right Now (Na Na Na) foram cantadas em coro -, de um tipo de interação que não se costuma ver com tanta frequência nos shows dos gringos por aqui.

Seus passos até o limite do palco, dados no início do show, poderiam tranquilamente ser esquecidos se comparados ao que o rapper fez no resto na noite. Em um dos momentos, ao subir na grade da pista VIP, Akon dava a entender que, para ele, a graça daquilo tudo estava ali, no meio do público. A faixa executada naquela hora era "Smack That", na qual mais se ouvia a música de base colocada pelo DJ, do que a voz do próprio rapper - fato que se repetiu em outros momentos do show, quando interagia com a plateia, deixando evidente o uso de playback. Mas isso parece não ter sido um problema, já que os fãs estavam plenamente satisfeitos por ter Akon tão perto. "Essa plateia grita mais alto que a do Rio de Janeiro?", perguntou o rapper, após uma série de brincadeiras comparando o comportamento dos paulistanos ao dos cariocas ao longo do show. Neste momento, o cantor entra de vez na pista VIP, sobe nos ombros de um dos seguranças e é levado até a grade da pista normal. Ao retornar ao palco, despeja uma garrafa de água em si e no público e faz o (quase) inesperado: dá um mosh (repetindo o ato realizado durante sua apresentação no Festival de Salvador, no dia 23). Quando se pensava ingenuamente que seria só aquele, vieram mais dois. A reação dos presentes na casa de show? "Akon! Akon!".

Compondo a última parte da apresentação, outra música que empolgou foi "Sexy Bitch", produzida pelo francês e queridinho das pistas de dance David Guetta. A faixa foi cantada por Akon na versão original, e não na, digamos, mais discreta "Sexy Chick". "Essa vai para as minhas 'sexy bitches' de São Paulo", dedicou o cantor. Um dos pontos fortes da faixa foi o destaque no som da bateria, que sobressaiu em relação à batida eletrônica. Apesar do "não!" como resposta, a frase "estão prontos para ir para casa?", dita pelo rapper às 23h40, dava indícios de que o show estava chegando ao final. O trecho inicial de "The Sweet Escape", que gravou com Gwen Stefani, não ficou de fora, mas foi "I Tried" que encerrou a noite, com um pedido de "barulho" em homenagem aos sobreviventes do terremoto do Haiti.

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