Uma hora antes da segunda apresentação em São Paulo, a cantora fala sobre religiosidade, a afinidade com os brasileiros de como seu filho mudou sua forma de trabalhar
Pedro Antunes Publicado em 03/09/2012, às 21h54 - Atualizado em 04/09/2012, às 15h15
Cheia de sorrisos, Alanis Morissette se encontrou com a imprensa na noite desta segunda, 3, uma hora antes do segundo e último show na capital paulista. E, mesmo com um disco novo debaixo do braço, Havoc and Bright Lights (recém-lançado no Brasil pela gravadora LAB 344), a cantora canadense de 38 anos faz questão de que toda sua obra seja percorrida em cada apresentação.
Crítica: Alanis Morissette mescla hits e músicas novas em show na capital paulista.
Antes de toda performance, ela se senta no chão, junto a sua banda, e faz uma nova seleção das músicas para o set list da noite. “É bom tocar em novamente em São Paulo, porque podemos variar as canções e tocar algumas que mal ensaiamos [risos]”, conta a cantora. “São 17 anos desde Jagged Little Pill (1995), então temos vários cenários emocionais diferentes até o Havoc and Bright Lights”, diz, lembrando do disco que transformou seu nome em um fenômeno de 60 milhões de cópias vendidas ao redor do mundo.
Durante a entrevista, Alanis foi questionada se tem medo da morte e se acredita em Deus. Para a primeira, a resposta vem rápido: “Claro que tenho medo da morte, como qualquer ser humano. Nos meus momentos mais espirituais, não, mas isso é somente em 4% do tempo”. A religião, no entanto, é um tema mais denso para a cantora. “Não me considero religiosa, mas amo religiões. Eu gravito em várias religiões que pregam pelo bem. Me considero mais espiritualizada do que religiosa. Mas, sim, acredito em Deus.”
Como é habitual, Alanis fez questão de elogiar o público brasileiro, com o qual havia se encontrado pela última vez em 2009, durante a turnê do penúltimo álbum, Flavors of Entanglement (2008). “Não gosto de generalizar, mas é o que eu estou fazendo agora. Acho que os brasileiros são muito apaixonados. Vocês preferem dizer ‘oi’ com um abraço do que apertando as mãos. Eu adoro isso.”
Ela continua: “Sou um imã para brasileiros. Tenho cinco trabalhando comigo em Los Angeles. Acho que canadenses e brasileiros têm um mesmo senso de humor. Elas me entregam vários discos de artistas brasileiros, mas agora não consigo me lembrar de nenhum nome”, justifica-se. “Menina má!”, brinca.
Alanis tem a elogiável capacidade de fazer piada consigo própria, sempre de bom humor, mantendo o sorriso enorme nos lábios. Brinca até quando perguntam o pior momento de estar em turnê: "Andar com seguranças, sempre entrar pela porta dos fundos, sem maquiagem".
Quando surge uma pergunta sobre o momento mais iluminado da carreira dela, em referência ao nome do novo álbum, ela rebate dizendo “sem dúvida é a luz forte aí atrás de vocês”, para o riso geral da pequena sala ao lado do Credicard Hall.
Mas a cantora, que recentemente teve um filho, sabe separar bem o humor e o trabalho. Seu filho, Ever Imre, de um ano e meio, é sua prioridade. “Montamos dois estúdios em casa, um para mim, outro para o meu marido [o rapper Mario “MC Souleye” Treadway] e eu parava a cada 20 minutos para amamentar meu filho. Era preciso mudar entre mãe e artista muito rápido”, conta sobre o processo de feitura do seu oitavo disco. “Com Ever, eu posso dedicar todo o meu instinto materno que antes era gasto com meus namorados.”
Sobre a possibilidade de ser a nova jurada do programa de TV norte-americano American Idol, ela prefere desconversar. “Não costumo falar sobre os programas com os quais estou conversando”, despista. A premissa do programa, guiar um novo artista ao estrelato, no entanto, é louvável para a cantora. “Gosto da ideia de dar um tutor para os artistas. Era muito difícil, na minha época, conseguir um tutor. Eu tinha que bater de porta em porta, perguntando: ‘Você quer ser minha mãe, você quer ser meu tutor?”
Depois do show desta segunda, 3, Alanis segue em turnê pelo Brasil. Ela se apresenta em Curitiba (5, Master Hall), Rio de Janeiro (7, Citibank Hall), Belo Horizonte (9, Chevrolet Hall), Recife (12, Chevrolet Hall), Belém (14, Cidade da Folia) e Goiânia (16, Goiânia Arena).
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