A Negação do Brasil, Kbela e Baronesa são algumas produções brasileiras de menor destaque na indústria que retratam a realidade do país
Julia Harumi Morita | @the_harumi Publicado em 13/06/2020, às 11h00
O racismo e a desigualdade não são tópicos novos para a sociedade brasileira, a qual, desde os primórdios, beneficiou a elite predominantemente branca. E o cinema, como qualquer arte, busca retratar a realidade e provocar reflexões sobre as injustiças sociais, como o preconceito enraizado e normalizado.
Após a morte de George Floyd e inúmeros protestos ao redor do mundo contra o racismo e a violência policial, a mídia brasileira passou a dar mais visibilidade ao tema - o que é curioso já que não é necessário fazer grandes esforços para se deparar com atos cruéis contra pessoas negras no país.
Outro reflexo das manifestações, as quais também se espalharam pelo Brasil, foi o compartilhamento de filmes e séries que abordam o assunto e podem servir como material de aprendizado para aqueles que buscam conhecer mais sobre a história nacional.
Apesar dos grandes nomes do cinema brasileiro serem mulheres e homens brancos, algumas das produções mais reconhecidas internacionalmente falam sobre a desigualdade social e racial, como Cidade de Deus, Ó Pai, Ó e Que Horas Ela Volta?.
Em 2019, Bacurau chamou a atenção dos espectadores e foi até cotado para ser indicado como representante do Brasil no Oscar 2020. De fato, esses filmes são essenciais para os cinéfilos do cinema nacional.
Contudo, além de Bacurau, existem muitas outras produções de menor destaque na indústria cinematográfica que retratam a realidade do país. A Rolling Stone Brasil separou 15 obras nacionais, com base nas listas do site Hypeness e da revista Claudia, para entender o racismo e a desigualdade social. Confira:
O documentário de Joel Zito Araújo explora a inclusão de pessoas negras nas novelas brasileiras. Milton Gonçalves, Ruth de Souza, Léa Garcia e Zezé Motta são alguns dos artistas que compartilham memórias sobre os bastidores das produções nacionais. (Foto: Reprodução)
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Karim Aïnouz conta a história de João Francisco dos Santos, um transformista que marcou a vida noturna das ruas do Rio de Janeiro, na década de 1930 e ficou conhecido com Madame Satã. (Foto: Reprodução)
Estrelado por Flavio Bauraqui e Caco Ciocler, Quase Dois Irmãos traz a narrativa de dois amigos de infância que se encontram na prisão de Ilha Grande. Porém, eles enfrentam conflitos quando percebem que estão em grupos opostos dentro da penitenciária: os presos políticos, praticamente todos brancos, e os presos comuns, formado principalmente por negros. (Foto: Reprodução)
Renato Cândido conta a história de Jennifer, uma jovem de 17 anos que usa ferramentas da internet para deixar a pele mais clara e alisar os cabelos. Porém, mais tarde, ela precisa enfrentar os problemas de identidade que surgem novamente no início da vida adulta. (Foto: Reprodução)
10 anos depois do lançamento de Cidade de Deus, Luciano Vidigal e Cavi Borges vão atrás dos atores do elenco para descobrir como a vida de cada um mudou após participarem do aclamado longa-metragem de Fernando Meirelles. O documentário está disponível na Netflix. (Foto: Reprodução)
Dirigido por Sabrina Fidalgo, o curta Personal Vivator conta a história de um alienígena que se disfarça de documentarista para poder investigar a vida na Terra. Em menos de 72 horas, o ser extraterrestre testemunha as diferenças sociais que separam os seres humanos. (Foto: Reprodução)
Disponível na Netflix, o longa Branco Sai, Preto Fica conta a história de um viajante do tempo que tenta provar como a sociedade do passado criou um cenário problemático, o qual foi responsável por incitar um crime na periferia de Brasília, que, por sua vez, foi capaz de trazer graves consequências para o futuro. (Foto: Reprodução)
Na produção de Viviane Ferreira, uma funcionária de uma empresa de pesquisa de público fica confusa quando é mandada para uma casa fora da zona de trabalho dela. Porém, ao bater na casa de Jerusa, ela se surpreende com as lições de vida que aprende ao ouvir as respostas da entrevistada. (Foto: Reprodução)
O curta de Yasmin Thayná é baseado no conto MC Kbela e no filme Alma no Olho, de Zózimo Bulbul. A produção explora as diferentes fases do processo de reconhecimento da mulher negra dentro sociedade. (Foto: Reprodução)
Em Cores e Botas, Juliana Vicente conta a história de Joana, uma menina negra que tem o sonho de se tornar paquita da Xuxa, mas se vê distante de realizá-lo por não possuir os cabelo loiros e lisos igual o da apresentadora. (Foto: Reprodução)
Dirigido por Camila de Moraes, o documentário O Caso do Homem Errado investiga o caso de Júlio César de Melo Pinto, um operário negro morto pela polícia militar de Porto Alegre, na década de 1980. (Foto: Reprodução)
Descrito pela Variety como “um filme sobre a existência feminina na favela”, Baronesa retrata a amizade de duas mulheres que moram na periferia de Belo Horizonte e, em certo momento, precisam se separar para proteger a família dos perigos do tráfico. (Foto: Reprodução)
A vida de Linn de Quebrada é explorada em diferentes dimensões: políticas, raciais e sexuais. A cantora resiste e luta a todo momento, seja debaixo dos holofotes ou fora dos palcos, pelo direito de existir. (Foto: Reprodução)
Lançado em 2018, Negrum3 é um manifesto. Dirigido por Diego Paulino, a produção é um curta-metragem e documentário. Um retrato da vivência dos negros na violenta cidade de São Paulo. (Foto: Reprodução)
Jeferson De conta a história de um estudante de Medicina que, durante as aulas, se depara com o cadáver de um homem negro identificado como M8. Mais tarde, ele passa a buscar respostas quando percebe que todos os corpos do laboratório da universidade são negros. (Foto: Reprodução)
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