Com instruções provocativas ou estímulos otimistas, a artista transformou o público em um agente criador das obras dela
Julia Harumi Morita | @the_harumi Publicado em 19/02/2021, às 14h49
A artista desconhecida mais famosa do mundo. Foi assim que John Lennon descreveu Yoko Ono certa vez. Em outro momento, o ex-beatle disse que a artista é tão importante quanto Paul McCartney e Bob Dylan juntos, mas só seria reconhecida após a morte.
Não sabemos se a profecia de Lennon vai se concretizar, mas sabemos que Yoko é bem mais conhecida por ser "a responsável pela separação dos Beatles" do que uma das pioneiras da arte conceitual.
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Ao longo da carreira - que se estende por décadas, Yoko criou obras instigantes e provocativas, as quais buscam envolver o público na ação artística e não colocá-lo apenas como um observador.
Na última quinta, 18, Yoko completou 88 anos de idade. Para celebrar a data, a Rolling Stone Brasil selecionou quatro obras icônicas da artista, as quais provam que a carreira dela vai além dos projetos ao lado do companheiro John Lennon. Confira:
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Na década de 1960, Yoko convidou o público a pegar uma tesoura, um de cada vez, para cortar um pedaço da roupa dela. Cut Piece ganhou destaque dentro da história da arte feminista e foi considerada uma das 25 obras de protesto dos EUA mais influentes desde a Segunda Guerra Mundial, segundo o New York Times.
This #InternationalWomensDay, we're honouring exhibiting artist & feminist icon @yokoono! Pictured is a shot from Cut Piece, her groundbreaking performance art work—a protest, in Ono's words, “against ageism, against racism, against sexism, and against violence.” pic.twitter.com/SOxMU0Fbc7
— Gardiner Museum (@gardinermuseum) March 8, 2018
Em 1964, Yoko lançou Grapefruit, um livro de instruções provocativas dividido em cinco partes: música, pintura, evento, poesia e objeto. Com textos e desenhos, a obra influenciou Lennon a compor o hit "Imagine".
(Foto: Reprodução /Twitter)
Ceiling Painting não é apenas um marco na trajetória profissional de Yoko, mas na vida amorosa também. Em 1966, John Lennon foi até a Galeria Indica, em Londres, para ver a exposição da artista e ficou encantado quando a instalação - a qual consistia em uma escada, uma lupa e um quadro na altura do teto com a palavra "sim" escrita em letras miúdas.
Em uma postagem no Twitter, Yoko explicou que enfrentava a depressão quando criou a obra e queria trazer positividade para a vida dela.
When I created CEILING PAINTING (1966), I was depressed at the time. So I wanted to give some positivity to my life. pic.twitter.com/xOgdmjIdj7
— Yoko Ono (@yokoono) May 10, 2017
Em Wish Tree, Yoko convida o público a escrever desejos em um papel e pendurá-los em uma árvore. No Twitter, a artista já explicou que a obra é inspirada na infância dela e no hábito de escrever desejos em papéis e pendurá-los em árvores de templos.
As a child in Japan, I used to go to a temple and write out a wish on a piece of thin paper and tie it around the branch of a tree. Trees in temple courtyards were always filled with people’s wish knots, which looked like white flowers blossoming from afar https://t.co/rPIgOp9NY4
— Yoko Ono (@yokoono) October 16, 2020
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