Beyoncé vai alterar letra de "Heated" por usar termo capacitista, Criolo e Martinho da Vila já fizeram o mesmo; confira
Redação Publicado em 01/08/2022, às 17h53
Lizzo e Beyoncé fizeram questão de alterar a letra de suas músicas por usarem termos considerados capacitistas, quando há discriminação contra pessoas com deficiência.
Em "Heated," 11ª faixa do seu disco mais recente Renaissance, Beyoncé afirmou que mudará trecho da música, segundo informações do The Guardian. A letra utiliza "spazz" que pode significar em português "surto," mas em inglês é uma expressão que pode significar epilepsia, em casos de paralisia cerebral.
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Já Lizzo também anunciou uma mudança na letra de "GRRRLS," dias após a estreia do single, que integra o quarto álbum de estúdio da cantora, Special (2022). O relançamento aconteceu depois de saber que uma das letras incluía "sp-z", a mesma utilizada por Beyoncé em "Heated."
"Estou orgulhosa em dizer que existe uma nova versão de 'GRRRLS' com mudanças na letra e isso é resultado de ouvir e agir. Como uma artista influente, estou dedicada em fazer parte dessa mudança que espero do mundo." disse Lizzo.
A primeira versão de "Vasilhame", música presente no primeiro disco de Criolo, Ainda há Tempo (2006) contém o verso “Os traveco tão aí, oh! Alguém vai se iludir”.
Ao tomar conhecimento do sentido pejorativo de ‘traveco’ e entender que a identidade trans não tem nada tem a ver com ilusão, Criolo admitiu a imaturidade do verso e resolveu muda-lo para “O universo tá aí, oh! Alguém vai se iludir”, 15 anos depois. Em entrevista ao jornal O Globo, o músico declarou:
“Quando você é jovem, pode magoar alguém sem saber. Não porque você é mal, mas porque ninguém falou para você que aquilo poderia ser ruim. Não foi só essa modificação que fiz nas letras. Revi tudo e mudei aquilo que não tinha necessidade de ficar. Não tenho problemas em dizer que errei”.
A música “Faixa Amarela” de Zeca Pagodinho fala de ameaças físicas contra uma mulher: “Mas se ela vacilar, vou dar um castigo nela/ Vou lhe dar uma banda de frente/ Quebrar cinco dentes e duas costelas”.
Em 2014, Martinho da Vila participou do álbum Sambabook onde novos artistas regravaram músicas de Zeca Pagodinho em tributo ao músico, e alterou a letra da canção.
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Martinho canta “mas se ela vacilar/vou dar um castigo nela/SEM lhe dar um banda de frente/quebrar cinco dentes/e quatro costelas.”
Em 2015, Bell Marques fundador da banda Chiclete com Banana, foi acusado racismo e teve que mudar sua música depois de ser pressionado pelo Ministério Público baiano.
O trecho dizia “Minha nega, vai lá no salão faz aquele corte que seu nego gosta de ver”. E explicava: “Ô mainha, mas eu só gosto do cabelo de chapinha”. Esse era o refrão: “Tá liso, tá lisinho.”
Bell aceitou as críticas e trocou “minha nega” por “minha deusa”, “só” gosta de chapinha, ficou “também” gosta de cabelos lisos. E incluiu uma frase “Lindo é seu jeito, todo mundo gosta de te ver.”
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