“Fiquei muito feliz que a indicação era para a banda original”, disse Cooper em entrevista à Rolling Stone EUA
Por Andy Greene Publicado em 30/12/2010, às 13h44
Muito antes de Marilyn Manson, Ziggy Stardust e Kiss, Alice Cooper inventou o rock teatral. Sua banda original, a Alice Cooper Band, (composta por Glen Buxton, Michael Bruce, Dennis Dunaway e Neal Smith) emplacou grandes hits como "School's Out", "I'm Eighteen" e "No More Mr. Nice Guy" antes de anunciarem sua separação em 1976. O vocalista Cooper (Vincent Furnier) carregou o nome da banda nos 35 anos que se seguiram.
Fale sobre sua reação ao saber da notícia.
Fiquei exultante e liguei para os caras da formação original no mesmo momento, e disse: "Então, lembram-se quando começamos na época do colegial? [risos] Aqui estamos. Só levou 45 anos."
O que isto significa para você?
A grande diferença entre o Hall da Fama e todo o resto é que você é votado por pessoas que te influenciaram. Se você olhar a lista dos que entraram, estão lá todos os meus heróis, de Pete Townshend ao Yardbirds, de Beatles a Rolling Stones. São todas as pessoas que ouvimos para nos tornarmos Alice Cooper, então é demais que aquelas são as mesmas pessoas que votaram em nós. É um grande privilégio.
Você se intitulou o "Pete Rose [jogador banido de entrar no Hall da Fama do Beisebol] do Hall da Fama do Rock" por anos.
Meu primeiro instinto foi de dizer: "Talvez Pete Rose aceitará por mim, com a minha maquiagem". É uma coisa estranha. Por um tempo, as pessoas não nos levaram a sério, musicalmente falando. Por anos eu fiquei tipo, "Cara, temos dois álbuns que ocuparam o primeiro posto nas paradas e 14 faixas que entraram para o Top 40, e, tipo, 15 discos de ouro. Não sei o que eles precisam para nos levarem a sério". Eu acho que houve um erro em relação ao Alice Cooper, de que nós éramos muitos mais preocupados com a música do que com os aspectos teatrais.
Muitas pessoas não devem nem perceber que Alice Cooper era uma banda e não apenas uma pessoa.
Isso mesmo. E eu fiquei muito feliz que a indicação foi para a banda original. É muito triste que Glen [Buxton] tenha morrido, porque ele era nosso Keith Richards. Ele vivia aquela vida e viveu até que aquilo o matou, o que foi péssimo. Todos cursamos o mesmo colegial juntos, e era demais que caras que se conheciam antes da banda tenham ido tão longe.
Vocês tocarão no evento?
Sim, aliás, fizemos algumas coisas juntos nos últimos anos. A banda terminou em 1976. Eu queria levar mais pro lado teatral e entendo o porquê, acho, de a banda ter ficado exausta. Nunca foi uma separação amarga. Foi um término tipo "tenho ideias diferentes, você tem ideias diferentes, mas sejamos ainda amigos". Participamos de alguns eventos beneficentes recentemente nos quais tocamos 40 minutos de hits.
Acha que vão usar smoking?
Não acredito que Alice usaria a não ser que fosse um espelhado. Estamos vendo se tocamos "School's Out"... Devemos jogar balões e confetes para a plateia? Acho que sim, mas duvido que haverá uma cobra lá...
Pensa em fazer mais shows com a banda num futuro próximo?
Acho que é inevitável. Estávamos meio que procurando uma desculpa para fazer isso. Por que não fazer shows em quatro ou cinco grandes cidades? Detroit, Los Angeles, Nova York, Londres, Toronto. Estas são as cinco cidades onde tivemos nossos maiores incentivos. Possivelmente façamos no primeiro semestre no ano que vem.
Fiquei sabendo que vocês estão elaborando um álbum com Bob Ezrin.
Sim, é como os Beatles fazndo um outro álbum com George Martin. Faremos um Welcome To My Nightmare Part II. Por que não dar a Alice outro pesadelo? Todas as faixas já estão compostas, mas não o vejo saindo antes do primeiro semestre de 2011.
Então você possui planos ambiciosos para o ano que vem.
Sim! Meu Deus, ano que vem vai ser incrível. Eu faço seis meses na estrada de qualquer forma. Eu tenho a sensação de que este durará 12 meses.
Eu li que você é republicano. É verdade?
Eu sou extremamente não político. Eu sou provavelmente a pessoa mais moderada que você já conheceu. Quando John Lennon e Harry Nilsson costumavam discutir política, eu sentava no meio deles e eu era o cara que falava "eu não ligo". Quando meus pais começavam a falar de política, eu ia para o meu quarto, colocava Rolling Stones ou The Who enquanto pudesse evitar o assunto. E eu ainda me sinto desta forma.
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