Longa dirigido por Pedro Morelli e com atuações de Gael García Bernal e Mariana Ximenes estreia nesta quinta, 31
Christian Petermann Publicado em 31/03/2016, às 15h36 - Atualizado às 15h48
O cinema brasileiro não tem muita tradição em títulos voltados ao espectador jovem. A estreia da comédia com cenas de animação Zoom, primeiro trabalho solo do diretor Pedro Morelli (cujo debute em longa-metragem foi na codireção do drama Entre Nós, ao lado do pai, Paulo Morelli), vem diminuir essa carência. “O roteiro é uma loucura e mistura vários tons e princípios estéticos. Filmamos no Brasil e no Canadá com uma quantidade apertada de diárias, 90% falado em inglês e com um elenco internacional de peso [que inclui Gael García Bernal, Alison Pill e Jason Priestley]”, relata o cineasta.
Gael, atualmente protagonista da premiada série Mozart in the Jungle, personifica um diretor de cinema e é um dos ganchos de bilheteria da produção, assim como Mariana Ximenes, que interpreta uma modelo com vocação literária. “Gael é ótimo de improvisação. Isso caiu como luva, já que as cenas são animadas e filmamos em cenários muito simples, apenas com marcações de espaço.”
Além da linguagem visual, a trilha sonora é outro ponto de comunicação com o público jovem. A parte incidental foi composta pelo DJ canadense Kid Koala e a seleção de faixas inclui títulos de fácil reconhecimento – o mais importante deles na trama é “Oh! You Pretty Things”, de David Bowie. Morelli abre um sorriso ao dizer que esta “é a parte do filme que mais me deu orgulho até agora”. “A gravadora estava pedindo muito dinheiro. Foi aí que o nosso supervisor musical conseguiu mostrar Zoom para o próprio Bowie! E ele liberou a música por um valor cinco vezes menor que o cobrado inicialmente”, revela. “Só de imaginar o Bowie vendo o filme na casa dele, curtindo e falando para o assessor ‘libera aí!’, já sinto que valeu a pena.”
Comédia com pegada jovem, Zoom inclui inovadoras cenas de animação
Esta coprodução entre Brasil (O2 Filmes) e Canadá é uma divertida comédia de ação em que um terço das cenas é feito em animação, através da técnica da rotoscopia (que trabalha em cima de material previamente filmado). O argumento do cineasta Pedro Morelli entrelaça três diferentes histórias (ou planos narrativos), envolvendo uma ilustradora de quadrinhos (Alison Pill), que trabalha em uma fábrica de bonecas sexuais,uma modelo que quer ser escritora (Mariana Ximenes) e um diretor de cinema (o mexicano Gael García Bernal, que aparece apenas na versão “animada”). Essa brincadeira metalinguística mistura o culto à beleza e ao sexo em uma trama de pegada jovem. Repleta de referências pop e musicais, esta fita ágil foi indicada a dois troféus no Canadian Screen Awards, de Roteiro Original e Efeitos Visuais, e tem potencial cult.
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