- Animação e live-action de O Senhor dos Anéis (Fotos 1 e 3: Reprodução / New Line e Fotos 2 e 4: Reprodução / United Artists)

Antes de ser uma trilogia com 17 Oscars, O Senhor dos Anéis foi desenho animado sombrio e bizarro

A obra de J. R. R. Tolkien será, ainda, uma produção bilionária do streaming da Amazon

Redação Publicado em 18/11/2019, às 17h56

O Senhor dos Anéis, trilogia de livros de J. R. R. Tolkien, é o maior clássico de literatura infanto-juvenil da história. A Sociedade do Anel, primeira parte da obra, foi publicado em 1954 e ganhou uma adaptação para os cinemas em 2001, pelas mãos de Peter Jackson

Nos dois anos seguintes, os outros dois livros de O Senhor dos Anéis - As Duas Torres e O Retorno do Rei - também viraram filmes dirigidos por Jackson. E não demorou muito para a tríade cinematográfica virar clássico.

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Agora, mais uma empreitada encara a saga de Tolkien, e O Senhor dos Anéis será uma série original da Amazon. O investimento foi de US$ 1 bilhão - o mais alto para um seriado na história - e anima fãs de longa data dos hobbits e feiticeiros.

Mas o que muita gente esquece - ou, às vezes, nem sabe - é da primeira adaptação da história para as telonas. Antes da trilogia mágica de Peter Jackson, ou da empreitada da Amazon, O Senhor dos Anéis foi um longa de animação, lançado em 1978 e dirigido por Ralph Bakshi (Homem-Aranha).

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A animação divide a crítica e o público - alguns acham-na maravilhosa; outros, potencialmente boba ou bizarra. Mas, para quem ama o trabalho de J. R. R Tolkien, vale a pena conferir. Conheça, abaixo, a história da animação:


O Senhor dos Anéis  fora das páginas

Ralph Bakshi era bem conhecido no ramo da animação dos anos 1960 por ter encabeçado a produção do desenho de Homem-Aranha (sim, aquele feito entre 1966 e 1980 e “pai” de vários memes). Mas, grande fã de Tolkien, tentou por mais de 20 anos fazer uma adaptação de O Senhor dos Anéis para as telas.

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Só conseguiu a licença para produzir um filme quando os direitos autorais da história foram para a United Artists. Na época, tanto ele quanto John Boorman queriam fazer a adaptação; Bakshi conseguiu porque queria fazer três filmes, e não apenas um, como seu oponente. 


Mudança na história

Para encaixar os livros nas telonas, Bakshi fez algumas mudanças na história de Tolkien. A primeira delas foi o final do filme: ele não concorda com o final de A Sociedade do Anel porque tem alguns acontecimentos de As Duas Torres.

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Outro fato bem importante foi que, assim como Peter Jackson, o diretor escolheu não incluir Tom Bombadil, personagem coadjuvante, no longa. Nos livros, os hobbits Frodo, Sam, Merry e Pippin, responsáveis por destruir O Anel, estão com dificuldades por ter saído da vida boa d’O Condado, e querem até fugir da missão. Encontram Tom Bombadil, um sujeito que os salvam da morte no Salgueiro-Homem e os ajudam com suas canções e alegria, antes de seguirem viagem.

Mesmo assim, quis tentar ser o mais fiel possível à obra - e chegou até mesmo a reunir-se com Priscilla Tolkien, filha do autor da saga, para ter certeza que tudo agradaria.


Método de animação

Quando chegou na fase de produção de O Senhor dos Anéis, Bakshi tinha um desafio. Nos anos 1970, filmes de animação não eram tão comuns, pois muitos minutos de tela significavam muitos dólares gastos. Para diminuir a conta - e o tempo que ia demorar para o filme ficar pronto - o diretor optou pela rotoscopia.

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Nessa técnica de animação, atores de verdade filmam as cenas do filme. Depois, cada frame é desmembrado em uma “foto” (uma média de 12 a 24 frames por segundo), e os animadores colocam um papel branco por cima dessa imagem,  no qual desenham os personagens animados. O fundo, por vezes, continua o mesmo. É quase a versão primitiva de uma captura de movimentos, e traz “traços realistas” para as animações.

As gravações do filme aconteceram na Espanha, e os hobbits, por sua estatura, foram vividos por atores com nanismo. Billy Barton (He-Man) foi Sam e Frodo; Felix Silla (A Família Addams) foi Gollum; John A. Neris, que não tinha nanismo, foi Gandalf.

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Já o elenco de vozes teve alguns atores que viriam a ser bem famosos, posteriormente. John Hurt, por exemplo, foi Aragorn, e Anthony Daniels, o C-3PO de Star Wars, foi Legolas.


Retorno do Público

A rotoscopia e a animação “sombria” caíram bem, na época, e O Senhor dos Anéis arrecadou mais de US$ 30 milhões em bilheterias (o orçamento foi de cerca de US$ 4 milhões), além de ter sido indicado a diversos prêmios. A crítica especializada da época também ficou bastante impressionada, e elogiou as técnicas de Bakshi - embora, na história, achassem que ele pecou em detalhes.

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O público parece gostar mais da animação. No Rotten Tomatoes, tem 64% de aprovação (pela crítica, é 52%), número parecido com o de It: A Coisa - Capítulo 2. Ele é tipo por muitos como um clássico cult, e essencial para os fãs de O Senhor dos Anéis no geral.


Filmes

Peter Jackson, o diretor da trilogia O Senhor dos Anéis para os cinemas, adora a animação. Ele assistiu ao filme antigo - e ainda se inspirou em alguns ângulos de câmera para fazer os longas live-action.

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O único problema é que Bakshi nunca conseguiu terminar o projeto, e as animações de O Senhor dos Anéis nunca se completaram - apenas um de três filmes foi feito.

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