Artistas brasileiros refletem sobre a importância do Red Hot Chili Peppers, banda liderada pelo cantor
Guilherme Bryan Publicado em 01/11/2012, às 18h22 - Atualizado às 18h53
Uma das mais queridas bandas norte-americanas das últimas três décadas, o Red Hot Chili Peppers está em festa. A razão é que, nessa quinta-feira, 1º de novembro, o vocalista Anthony Kiedis faz 50 anos. Essa mesma idade foi comemorada pelo baixista australiano Flea em 16 de outubro. E no ano que vem, os rapazes completarão três décadas juntos.
O Red Hot Chili Peppers surgiu em 1983, em Los Angeles, na Califórnia, com Kiedis, Flea, o guitarrista Hillel Slovak e o baterista Jack Irons – primeiro, sob o gigantesco nome Tony Flow and the Miraculousy Majestic Masters of Mayhem. Naquele mesmo ano, já adotando o nome definitivo, os rapazes assinaram contrato com a gravadora EMI, por onde lançaram o primeiro e homônimo álbum de estúdio, em 1984. O segundo, Freaky Styley, veio em 1985. O terceiro, The Uplift Mofo Party Plan, só saiu dois anos mais tarde. De início, a explosiva mistura de funk, punk, rap, metal e rock psicodélico do Chili Peppers chegou a extrapolar as fronteiras dos Estados Unidos. Para piorar, em 1988 Slovak morreu, vítima de uma overdose de heroína.
Após algumas tentativas de substituí-lo, a banda chegou a mais famosa formação com o guitarrista nova-iorquino John Frusciante, que participou do álbum que é considerado a primeira grande guinada na carreira do quarteto. Mother’s Milk (1989) traz como destaques as covers de “Higher Ground”, de Stevie Wonder; e de “Fire”, de Jimi Hendrix, além das próprias “Taste the Pain”, “Good Time Boys” e “Knock Me Down”.
“Apesar de o John Frusciante ser aluno do Hillel Slovak, no Mother’s Milk eles encontraram o som que queriam. O disco é impecável, junto com os bônus e EPs que vêm com uma edição em vinil”, relembra Beto Bruno, vocalista da banda gaúcha Cachorro Grande, que durante três anos teve uma banda de cover do Chili Peppers. “Na época, os lances demoravam a chegar no Brasil. Então, a primeira vez que os vimos [a banda] foi no clipe de ‘Higher Ground’, na MTV, que foi a música que trouxe a banda para o resto do mundo.”
Outro admirador desse disco é Tico Santa Cruz, vocalista dos Detonautas Roque Clube, que abriu shows para os Red Hot Chili Peppers no Brasil em 2002. “Para mim, Mother’s Milk foi um álbum emblemático, porque me apresentou e me fez ter uma relação estreita com a banda. Nunca tinha escutado nada parecido e gostei do estilo todo”, explica o cantor. “Foi um disco que ouvi do início até o final, pois tinha o espírito do que eu vivia no momento. Até então só gostava de músicas brasileiras.”
Em 1991, veio o mais aclamado álbum da banda, Blood Sugar Sex Magik, que emplacou sucessos como “Suck My Kiss”, “Under The Bridge”, “I Could Have Lied”, “Breaking The Girl”, “The Power of Equality” e talvez o maior hit da banda até o momento, “Give It Away”. O trabalho entrou para a lista dos 200 discos definitivos no Rock and Roll Hall Of Fame e vendeu mais de 13 milhões de cópias no mundo todo. “Foi um dos – se não o – primeiros CDs que tive na vida, e nessa época, quando ele foi lançado, eles eram a minha banda preferida”, comenta Carlos Carneiro, vocalista da banda gaúcha Bidê ou Balde. “Eu amava também Freaky Styley, Mother's Milk e até a coletânea What Hits, que saiu depois, mas a excelência do Blood Sugar sempre me pareceu insuperável. É um discaço, uma obra prima. Para mim, a fineza máxima da banda.”
Para o baterista do Ira!, André Jung, esse foi o álbum em que a banda realmente se encontrou. “O Blood Sugar tem a formação clássica do Red Hot Chili Peppers, é o que tem a melhor coleção de canções e é onde o Anthony Kiedis atingiu a maturidade como vocalista.”, acredita o músico. Ele ainda aproveita para analisar o “Give it Away”. “Para mim, é uma releitura de ‘Come Together’, dos Beatles, com nítidas influências principalmente na linha de baixo.”
Todo aquele sucesso teve suas conseqüências. John Frusciante teve dificuldades em lidar com a fama e deixou a banda, sendo substituído por Dave Navarro, do Jane’s Addiction, que participou do álbum One Hot Minute. A popularidade não foi a mesma. Foi o suficiente para Frusciante retornar no disco seguinte, Californication (1999), outro grande sucesso. Além da faixa-título, “Around the World”, “Scar Tissue”, “Road Trippin’”, “Parallel Universe” e “Otherside” estiveram nas paradas de diversos países. “Esse é um disco sensacional, que tem uma sequência de hits matadores. Apesar de o Red Hot ser muito conhecido pela mistura de funk-rap e rock, curto muito os sons mais pop e melodiosos deles”, confessa Bianca Jhordão, vocalista da banda carioca Leela.
Outro fã de Californication é Luca Bori, baixista da banda baiana Vivendo no Ócio. “‘Foi um disco que fez parte da minha adolescência. Eu e o Davide [Bori, guitarrista] ganhamos de uma amiga do nosso pai. Lembro que eu tinha uns 12 anos. Foi bem nessa época que comecei a me interessar mais pela música em geral, e também a arranhar os primeiros acordes no violão. É um disco completo, com ótimos riffs de guitarra, linhas muito bem trabalhadas no baixo, uma bateria com muito groove e melodias que grudam na cabeça.”
Após quase três décadas de atividade, Anthony Kiedis e Flea chegam juntos aos 50 anos, como artistas consagrados, com seis prêmios Grammy na bagagem e mais de 65 milhões de discos vendidos no mundo todo. Em 2008, eles foram reconhecidos com um estrela na Calçada da Fama, em Los Angeles, e recentemente entraram para o Hall da Fama do Rock and Roll, em 2012. Não há dúvida: o Red Hot Chili Peppers é, ainda hoje, uma das mais importantes bandas de rock do planeta.
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