Jack Tretton - E3 - PlayStation 4 - AP

Anúncios de preços e características do Xbox One e do PlayStation 4 causam muita discussão na E3 2013

Ano com lançamento de novas plataformas deixa a disputa acirrada entre fabricantes de videogame

Gus Lanzetta, de Los Angeles Publicado em 11/06/2013, às 11h08 - Atualizado às 11h21

A segunda-feira, 10, dia de entrevistas coletivas de imprensa da E3 2013, foi marcado por inversões de expectativas, ou, é possível dizer, de verdadeiras reviravoltas na trama da “guerra dos consoles”.

A Microsoft, criticada pela apresentação do Xbox One em maio – que focou mais na integração do aparelho com a TV e outras mídias – abriu sua coletiva com um longo trecho inédito de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain. O presidente de entretenimento interativo da Microsoft, Don Matrick, já começou os trabalhos avisando: “Hoje é tudo sobre os jogos”. Daí iniciou-se uma maratona de trailers e demonstrações de games, em sua maioria exclusivos para o Xbox One.

O pouco que se falou de serviços e infraestrutura foi para confirmar algumas expectativas (os Microsoft Points acabarão, todos os preços serão na moeda local do país; a assinatura da Xbox Live Gold agora vale para todos que usam o console), e para reafirmar certa paridade de funções com PlayStation 4. No caso, a integração com o site de transmissão ao vivo Twitch, no qual usuários poderão postar vídeos direto de seus aparelhos – idêntica à parceria da Sony com o site UStream.

Foi anunciado que o Xbox One chegará ao mercado mundial em novembro, custando US$ 499 nos Estados Unidos (o preço no Brasil será de R$ 2199). O valor nos EUA não fica fora do comum do praticado em lançamentos de consoles e veio ao fim de uma longa apresentação de bons jogos exclusivos. Parecia que os executivos da Microsoft dormiriam bem nesta noite.

No fim da tarde, a Sony deu início a uma longa conferência que contou com jogos travando, inglês mal pronunciado que mal prendia a atenção dos presentes, trailers mostrados em sequência (pareciam estar com pressa) e muitos títulos que veremos no Xbox One também. O sono e a decepção tiveram um bom tempo para se instalarem durante a porção de tempo dedicada a falar sobre serviços de compra e aluguel de filmes e até mesmo a revelação de que, no PlayStation 4, será possível comprar e assistir eventos de pay-per-view ao vivo. Cada vez mais a Sony estava usando seu tempo de E3 para falar sobre o que a Microsoft já tinha tirado do caminho antes do evento focado em jogos.

Logo antes de Jack Tretton (foto), presidente da Sony Computer Entertainment, voltar ao palco para encerrar a coletiva, parecia que a reviravolta estava feita: a Microsoft tinha falado só de jogos, garantido vários títulos exclusivos e deixado em stand-by seus discursos sobre entretenimento e diversão para toda a família. A Sony tinha vindo falar de filmes – convidou até um executivo da Sony Pictures para falar –, não mostrou nenhum jogo exclusivo de uma distribuidora que não fosse ela própria e ainda teve que lidar com dois jogos que travaram diversas vezes durante a demonstração.

Foi aí que aconteceu a verdadeira reversão. Tretton voltou ao palco para dar cutucadas perigosas na imagem da concorrente: ele garantiu que os jogos de PlayStation 4 poderão ser trocados, emprestados e vendidos usados – uma clara referência ao sistema do Xbox One, que permite que as distribuidoras bloqueiem todo esse tipo de atividade por parte dos consumidores. Outra função pouco popular que o Xbox One terá e Tretton deixou clara não estar no PS4 é a necessidade de se conectar, pelo menos a cada 24 horas, à internet.

Para finalizar o combo de fatos que a Sony jogava na cara da Microsoft, veio o preço do console: US$ 399, US$ 100 a menos que o Xbox One.

A plateia foi tomada por amor e devoção à Sony. Tanto que, ao final do dia, só se falava no triunfo dela. Todos esqueceram o marasmo que precedeu o anúncio, o fato de que a Sony começará a cobrar para que você jogue online, que o design do PS4 é horrendo e que ela não mostrou quase nada exclusivo para o PlayStation 4. Por enquanto a empresa japonesa está canonizada aos olhos do público que acompanhou as coletivas. Veremos se essas imagens se mantêm. Em novembro, ambas as máquinas chegarão às prateleiras e aí, sim, saberemos o que realmente importará para esses consumidores.

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