“O crowdfunding nos deu mais liberdade ainda”, afirma o vocalista Alexandre Kumpinski
Lucas Reginato Publicado em 25/08/2013, às 14h09
Em uma das faixas do novo disco do Apanhador Só, o vocalista Alexandre Kumpinski repete o mantra: “Talvez seja melhor despirocar de vez”. A banda aproveitou uma fase de liberdade para experimentar em Antes que Tu Conte Outra e, desta forma, reposicionar o grupo gaúcho em um lugar que, segundo eles, está aparentemente vago no cenário brasileiro.
Vídeos: o Apanhador Só passou pelo Estúdio RS em 2011.
“Com esse último disco acho que a gente firmou um passo importante de ser uma banda com um trabalho mais provocativo, de sair daquela zona de conforto que eu tenho vistos muitos artistas caírem, de fazer uma música agradável, não só com os timbres, mas também com as letras, que apontam para uma felicidade que a gente não vislumbra no mundo de fato”, explica o cantor e principal compositor da banda.
A busca por aquilo que foge do comum percorre todos os pontos do novo projeto do Apanhador Só. A começar pelo financiamento do trabalho, que foi feito colaborativamente, através de uma plataforma de crowdfunding. “O crowdfunding nos deu mais liberdade ainda”, alega Kumpinski, que afirma querer mostrar que “as coisas podem ser feitas de uma forma diferente, e podem dar certo de um jeito diferente”. A mudança, contudo, talvez tenha raiz mesmo na evolução pessoal dos músicos. “A gente mudou muito nos últimos tempos como pessoas. Acho que principalmente por ter começado a ter mais visibilidade e maior poder de comunicação, de acessar as pessoas através das redes sociais”, diz. “Isso talvez tenha sido uma das coisas que me despertou a ter mais responsabilidade sobre o que eu vou dizer.”
De fato, todas as canções de Antes que Tu Conte Outra se posicionam em uma zona de desconforto diante do mundo. “Comecei a prestar mais atenção em coisas que não me envolviam unicamente, questões menos egoístas, menos hedonistas até, e começar a olhar em volta e perceber o sistema. Não só o sistema político e econômico, mas perceber a sociedade sistematicamente, e me colocar como indivíduo crítico”, ele conta. “Naturalmente as músicas que eu comecei a compor começaram a vir com esse teor mais politizado, com uma estética nova.”
E a partir de compostas as músicas ganharam nova forma. “Teve um processo criativo nesse disco pelo qual gostei muito de ter passado”, afirma Kumpinski. “A maioria das músicas foram compostas com voz e violão e na pré-produção a gente pirou bastante.” O cantor afirma que a banda ficou “desapegada dos dogmas de estúdio e de gravação” para criar uma estética mais livre. “Começamos a experimentar timbres diferentes e novas formas de captação. Saímos pela casa grudando microfone de contato em qualquer objeto”, lembra. O resultado são melodias pouco convencionais e canções cheias de anarquia com sons do mundo real intrometidos entre as notas do violão. O download do álbum pode ser feito gratuitamente aqui.
O desafio é levar um projeto neste nível de experimentação para cima do palco. Kumpinski garante que a banda teve êxito neste quesito, e depois de uma apresentação no belo Theatro São Pedro, de Porto Alegre, eles vão mostrar o novo disco em São Paulo. Os ingressos estão esgotados – bom sinal para quem fugiu do convencional.
Apanhador Só em São Paulo
Domingo, dia 25 de agosto, às 18h
Local: SESC Belenzinho - Rua Padre Adelino, 1.000, Belenzinho
Ingressos esgotados
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