Banda de Alex Turner estava escalada para fechar a estreia do evento brasileiro, mas, por atraso, o Racionais MC’s encerrou o domingo
Paulo Terron Publicado em 09/04/2012, às 02h03
Se em 2007, quando veio ao Brasil pela primeira vez, o Arctic Monkeys tinha uma presença de palco tímida, o grupo britânico agora parece ter aprendido com os anos a mais de estrada. Subindo ao palco do Lollapalooza às 21h30, Alex Turner e companheiros eram pura segurança.
A começar pelo visual renovado do vocalista, adotado nos últimos tempos: jaqueta de couro e um topete ao estilo anos 50, que resistiu bravamente a boa parte do show, feito debaixo de uma chuva fraca (mas insistente) e muito vento.
“Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair” abriu a apresentação, com boa parte do público já posicionado em frente ao palco Cidade Jardim, já que a única atração concorrente era o Racionais MC’s (que começou a apresentação, na tenda Perry, com bastante atraso).
As músicas do primeiro álbum (Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, de 2006) – como “When the Sun Goes Down”, “I Bet You Look Good on the Dancefloor” e “The View From the Afternoon”, entre outras – soaram simplistas ao lado de faixas novas mais rebuscadas como “R U Mine” (lançada em single neste ano) e composições de Suck It and See (2011). Ainda assim, ganharam pausas estratégicas para incentivar a plateia a cantar junto e outros artifícios desse tipo, mostrando que o Arctic Monkeys não só aderiu ao “canções para grandes shows”, mas também entendeu como esse formato funciona.
O segundo na linha de comando da banda, o baterista Matt Helders, cantou parte de “Brick by Brick” (como faz no álbum de 2011), e, mesmo demonstrando esforço, não passa nem perto do carisma de cantor principal.
Turner, aliás, aproveitou a deixa de “Pretty Visitors”, música na qual não toca guitarra, e se aproximou do público. O topete já havia sido vencido pelo vento, mas o resto do penteado resistiu até à água da chuva.
O show foi encerrado com uma dobradinha do segundo trabalho do Arctic Monkeys, Favourite Worst Nightmare (2007): “Fluorescent Adolescent” (uma das mais festejadas e dançadas pelos fãs) e a anticlimática “505”, arrastada demais para concluir uma noite de festa. Quem não se deu por satisfeito ainda conseguiu correr e assistir um pedaço (curto) do Racionais.
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