“Minha vida é música”, diz o ex-vocalista do Velvet Underground em vídeo gravado em setembro
Rolling Stone EUA Publicado em 09/11/2013, às 15h08 - Atualizado às 17h28
No dia 21 de setembro, pouco mais de um mês antes de morrer, Lou Reed deu a última entrevista da carreira. “Minha vida é música”, afirmou. “Som é mais que apenas barulho. Som ordenado é música.”
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A conversa que Reed teve com a diretora Farida Khelfa foi parte de uma sessão de fotos para a Parrot – Reed ofereceu sua experiência para a companhia, ajustando o som da linha de fones Parrot Zik para que eles fossem melhores para se ouvir rock. Nas imagens que você assiste ao final deste texto, o ex-vocalista do Velvet Underground aparece magro, mas com a mente afiada como sempre. “Você faz o que você ama... ou você acaba preso”, disse ele explicando como se tornou músico. Quando questionado se o pai dele havia lhe comprado sua primeira guitarra, ele foi direto: “Meu pai não me deu merda nenhuma” (a família de Reed chegou a interná-lo em instituições psiquiátricas nas quais ele passou por tratamento de choque).
Quando o papo mudou de rumo e passou a ser sobre os ouvidos de Reed, ele imediatamente ficou mais poético. “Eu sei o jeito como gosto que as coisas soem”, explicou. “Eu não gostaria de ouvir Beethoven sem o belo baixo, os cellos, a tuba. O hip-hop tem aqueles graves estrondosos. Se você não tem o baixo, é como ser amputado. É como se você não tivesse pernas.”
Depois de reclamar brevemente sobre o som “horripilante” dos CDs, Reed contou que recentemente remasterizou todos os seus discos para, com a tecnologia disponível hoje, fazê-los soar da maneira mais verdadeira possível. “Foi tão bonito que me fez chorar”, ele admitiu. “Eu sou muito emocionalmente afetado pelo som. Sons são inexplicáveis... Há um som que você ouve na sua cabeça, o som dos seus nervos, o som do sangue correndo. É incrível ouvir isso”, continuou, relembrando a experiência de entrar em contato com esse tipo de som em hospitais.
Arquivo: Entrevista Rolling Stone com Lou Reed.
Questionado sobre a primeira memória sonora que tinha, o cantor e compositor disse que todos partilhamos a mesma experiência. “A primeira memória de som tem de ser a da batida do coração da sua mãe, para todos nós”, afirmou. “Você cresce, desde quando é apenas um grão, ouvindo ritmo.”
“E há os sons da natureza... O som do vento. O som do amor.”
Lou Reed morreu no último dia 27 de outubro, aos 71 anos. Ele havia passado por um transplante de fígado em maio.
Assista abaixo à entrevista:
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