Na véspera de Natal, 24, bombas caseiras incendiárias foram lançadas na sede da produtora
Redação Publicado em 27/12/2019, às 12h46
A sede da produtora responsável pelo canal Porta dos Fundos foi alvo de ataque na última terça, 24, véspera de Natal, em Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Segundo informações divulgadas pela TV Globo, após ter acesso às imagens das câmeras de segurança, o estabelecimento foi atacado por pelo menos quatro pessoas que lançaram bombas caseiras incendiárias (popularmente conhecidas por Coquetel Molotov).
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O caso, que ocorreu por volta das 4h, resultou em danos materiais no quintal e na recepção da produtora. O fogo foi contido por um segurança que estava no prédio. Ninguém ficou ferido.
Logo na manhã do dia 24, o grupo vencedor do Emmy Internacional na categoria de Melhor Comédia, por Se Beber, Não Ceie (2018), se pronunciou no Twitter. Veja a thread abaixo:
Na madrugada do dia 24 de dezembro, véspera de Natal, a sede do Porta dos Fundos foi vítima de um atentado. Foram atirados coquetéis molotov contra nosso edifício. pic.twitter.com/QsTadQt3do
— Porta dos Fundos (@portadosfundos) December 24, 2019
Um dos seguranças conseguiu controlar o princípio de incêndio e não houve feridos apesar da ação ter colocado em risco várias vidas inocentes na empresa e na rua.
— Porta dos Fundos (@portadosfundos) December 24, 2019O Porta dos Fundos condena qualquer ato de violência e, por isso, já disponibilizou as imagens das câmeras de segurança para as autoridades e espera que os responsáveis pelos ataques sejam encontrados e punidos.
— Porta dos Fundos (@portadosfundos) December 24, 2019Contudo, nossa prioridade, neste momento, é a segurança de toda a equipe que trabalha conosco.
— Porta dos Fundos (@portadosfundos) December 24, 2019
Assim que tivermos mais detalhes, voltaremos a nos manifestar.Mas, por enquanto, adiantamos que seguiremos em frente, mais unidos, mais fortes, mais inspirados e confiantes que o país sobreviverá a essa tormenta de ódio e o amor prevalecerá junto com a liberdade de expressão.
— Porta dos Fundos (@portadosfundos) December 24, 2019
A notícia do ataque repercutiu na imprensa internacional em veículos como The New York Times, Variety, New York Post, BBC e Indepedent.
Nas reportagens, os veículos explicam o ocorrido, relatam o teor do especial de Natal e as declarações oficiais feitas pelo Porta dos Fundos.
O Indepedent afirmou que "o grupo de comédia enfrentou análise internacional e acusações de blasfêmia após o lançamento do especial de Natal da Netflix 'A Primeira Tentação de Cristo' e que "o serviço de streaming levou cerca de 2 milhões de pessoas a assinar uma petição pedindo que a Netflix removesse o programa".
Em 2013, o canal já havia sido destaque em um artigo do The New York Times. Na publicação, o jornal norte-americano explicou como os vídeos satíricos do canal desafiam a população brasileira a tratar assuntos considerados "espinhosos" como religião, uso de drogas, sexualidade e corrupção.
Além disso, afirmou que "o Brasil abriga a maior comunidade católica do mundo, bem como uma comunidade evangélica em rápida expansão com crescente influência política."
Segundo informações divulgadas pelo G1, o governador do RJ declarou estar "acompanhando as investigações".
"Como tenho dito desde o início do ano, eu sou contra toda forma de violência ou intolerância. Nós temos os caminhos normais para poder buscar reparação de eventual dano que tenha sido ocorrido. A via correta é o Poder Judiciário. Através do juiz que você vai ter a reparação do dano quando for devido. Então sou absolutamente contrário a toda forma de intolerância e violência"
"Nós queremos em no prazo mais rápido possível encontrar quem são os autores dessa espécie de atentado e dar, imediatamente, a sociedade as respostas necessárias", acrescentou.
Desde o lançamento de A Primeira Tentação de Cristo em dezembro, o grupo tem sido alvo de críticas de diversos grupos cristãos. A produção, que tem Gregório Duvivier como Jesus Gay e Fábio Porchat como Lucifer e amante, tem sido apontada como desrepeitosa pelas piadas com a religião cristã.
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Na última semana, junto ao Conselho Nacional dos Conselhos de Pastores do Brasil e o bispo Robson Rodovalho, fundador da comunidade evangélica Sara Nossa Terra, representantes evangélicos pediram indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão, bem como indenizações individuais em valor "não inferior a R$ 1 mil" a todos os cristãos que se sentirem ofendidos de alguma forma.
Além disso, pediram para que os fiéis cancelassem as assinaturas da Netflix, e diversos grupos cristãos - principalmente evangélicos - querem que o programa saia do catálogo da plataforma de streaming.
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