Em meio à produção de novo disco acústico, grupo britânico traz DJ set ao festival que acontece em São Paulo
Lucas Brêda Publicado em 04/12/2015, às 16h55 - Atualizado às 19h10
Atualmente, o Above & Beyond está na entressafra de discos acústicos. Com mais de uma década de carreira, o grupo de trance britânico apostou no formato com instrumentos tradicionais e foco na melodia em um álbum – Acoustic (2014) – e já se prepara para o segundo volume da série. “É uma experiência muito diferente de ser DJ”, diz Tony McGuinness, um dos integrantes do Above & Beyond. “É muito satisfatório, vai ser outro ponto alto – eu imagino.”
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Acoustic II tem previsão de lançamento para 2016 e, assim como seu antecessor, trará músicas eletrônicas – tradicionais nos sets da banda – repaginadas com instrumentos desplugados. Neste sábado, 5, entretanto, o Above & Beyond traz ao Brasil pela segunda vez no ano o show tradicional, com DJ, dentro da programação do festival EDC (o Electric Daisy Carnival, que tem a primeira edição brasileira em São Paulo, no Autódromo de Interlagos, nesta sexta, 4, e sábado, 5).
O Above & Beyond fez dois shows no Brasil no último mês de junho. Como é um trio, o grupo se reveza entre qual integrante viaja a um país estrangeiro para tocar: cada vez, um dos três DJs ganha vez. Anteriormente, Jono Grant esteve no país, então, desta vez, Tony McGuinness assume as pick-ups para a apresentação no EDC.
“A música é uma parte muito importante da cultura brasileira”, comenta o DJ britânico, enchendo a boca para falar do público do país. “Os shows aí têm uma atmosfera única. Dá para dizer que se está tocando no Brasil. Há menos inclinação a ficar só olhando o palco, as pessoas estão mais predispostas a se olharem e dançarem. É um público emocionante e entusiasmado.”
Apesar de estar dividindo foco com os projetos acústicos, o Above & Beyond recentemente lançou um disco para as pistas de dança, We Are All We Need (2015). “É o nosso trabalho do dia. É o que fazemos para viver”, comenta McGuinness. “Não sei se a experiência acústica influenciou – provavelmente não. Mas sempre trabalhamos a composição a partir do acústico. Sempre começamos algo com um instrumento, na maioria das vezes, é assim que compomos.”
“Normalmente Jono e Paavo [Siljamäki, também integrante do grupo] fazem as melodias e eu coloco as batidas, mas isso varia”, acrescenta McGuinness, notando que todos tocam diversos instrumentos. “É assim: a música vem antes – alguns acordes, ideias –, e então pegamos essa canção e tiramos a base. Deixamos só as vozes e fazemos a produção em torno disso. Na maioria das vezes, é só a melodia vocal que fica.”
No EDC, McGuinness representará o Above & Beyond, dividindo a escalação com DJs como Avicii, Tiësto e Martin Garrix. O britânico carregará uma das características pelas quais o grupo é conhecido, a de fazer uma música eletrônica “progressiva”. “Se estão nos chamando de progressivos, comparando-nos com as sonoridades eletrônicas mais tradicionais, acho que tudo bem”, diz ele. “Pessoalmente, não me interesso em como vão descrever nossa música. Só toco meu set. Se as pessoas querem nos descrever com essa ou outras palavras, não me importo muito.”
“Acho que vivemos uma situação muito saudável”, comenta McGuinness, falando sobre a música eletrônica no mundo. “Muitos gêneros estão se misturando. Se você voltar para 15 anos atrás, havia definitivamente um muro”. Para ele, músicos de pop, hip-hop e rock estão mais abertos a se aproveitar das sonoridades eletrônicas para se fortalecer. “E nós também estamos sempre dispostos a utilizar não apenas coisas de outros gêneros eletrônicos, mas de fora também. Do rock, do pop ou até da música clássica. É ótimo ter sons não familiares quando você está fazendo música.”
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