De cabelos da cor roxa e acompanhada pelo filho Pedro Baby, cantora encerrou as atividades no polo Pátio de São Pedro
Pedro Antunes, do Recife Publicado em 11/02/2013, às 20h55 - Atualizado às 22h02
O carnaval do Recife fervilha todas as noites, com shows e manifestações culturais. Mas, na noite deste domingo, 10, não havia lugar mais importante para se estar do que no Pátio São Pedro. Ainda que no polo Marco Zero tivesse sido tomado por Zeca Baleiro, Otto e Titãs, o palco montado na praça com nome de santo, localizada a uns 15 minutos a pé, partindo do centro do Recife antigo, tinha Baby do Brasil.
Não há argumentos contra o retorno triunfal de uma grande estrela da música brasileira. Baby, sem pecados e sem juízo (ou quase), voltou aos palcos e aos sucessos da bem-sucedida carreira. Ela desembarcou na capital pernambucana para encerrar a noite iniciada por shows vigorosos de Ortinho e Mombojó.
Como a noiva em seu casamento, Baby se atrasou para chegar. A apresentação, marcada par à 0h, só começou depois de 1h. Ou seja, se você estivesse pensando em assistir ao Otto, à 1h, e Titãs, remarcado para às 2h, era bom desistir. E Baby provou que a espera (e as renúncias) poderiam ser esquecidas.
De cabeleira roxa e saia de cor laranja, ela subiu ao pequeno palco acompanhada pela banda montada pelo filho dela, Pedro Baby, que assume o posto de guitarrista e maestro da apresentação.
“Olhos de Luzes” abriu a festa, romântica e dançante, sob urros vindos por parte do público recifense. O show, gratuito, abarrotou o espaço conhecido por tradicionalmente unir gêneros aparentemente díspares. Pop, majestosa e em forma, Baby reviveu os melhores momentos da carreira, uma espécie de "The Best Of", só que ao vivo.
Ela não se esqueceu de grandes canções dos tempos de Novos Baianos, assim como as pérolas da carreira solo. Vieram “Telúrica”, “Lá Vem o Brasil, Descendo a Ladeira”, “Sem Pecado, Sem Juízo”. A emoção de ver Baby ali, em forma, era inevitável.
O filho, Pedro Baby, comandou a festa seguro e ciente da importância que a mãe tinha para todos aqueles presentes. Reverenciou, sem esbarrar na pieguice, festejou sem parecer micareteiro. Em “Planeta Vênus”, cantada quase todo por ele, o improviso: “Estávamos com saudade, Baby”.
Foi pouco mais de 1h30 de performance e Baby esbanjou saúde e fôlego, como se os 60 anos fossem tirados de suas costas quando subiu ali. A voz ainda está impecável, alcançando notas bastante agudas, e versátil para aguentar os solos vocais que a cantora gosta de fazer.
Sorrindo bastante, Baby disse imaginar “vocês pequenininhos ouvindo essas músicas”, já que muitas delas completam (ou completaram) três décadas de existência. Mas, assim como acontece com a própria cantora, os anos parecessem não terem passado. Até o rock, com “Barrados na Disneylândia” ganhou força nesta nova turnê.
“Esse show nasceu de uma maneira que eu não poderia imaginar. Sempre quis tocar com o Pedro. Mas ele precisou fazer a sua própria história”, explicou a cantora, enquanto o público gritava o nome do filho, em agradecimento. “Um dia ele me chamou e explicou o que ele queria. E vocês sabem que eu sou matrix, né? Expliquei que teria que falar com Deus. O Pedro respondeu: ‘que Deus não vai querer que um filho toque com sua mãe?’ Ainda assim, jejuei por 80 dias, sem acreditar que Deus era tao louco assim, para me deixar sair em turnê.” Palmas e uivos foram ainda mais altos. “Isso que estamos vivendo é um momento de amor”, completou ela.
Ainda houve tempo para “Menino do Rio”, do amigo Caetano Veloso, mas magnífico na voz de Baby. O show foi encerrado com “Mistério dos Planetas” e “Masculino e Feminino”, um clássico do repertório da cantora. Ao fim de tudo, o relógio já passava das 2h30, as outras apresentações haviam acabado – ou estavam em vias de acabar -, mas Baby impediu qualquer um ali presente de ficar arrependido.
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