O dueto com a pessoa da plateia, que foi convidada a subir ao palco, foi o ponto alto da apresentação realizada nesta sexta-feira, 14, que ainda teve músicas brasileiras
Luísa Jubilut Publicado em 15/03/2014, às 10h10 - Atualizado às 12h12
A apresentação de Jack Johnson no Espaço das Américas, em São Paulo, não poderia ter começado diferente. De maneira tímida, discreta e simples, bem ao seu estilo, o cantor pegou o violão e com um breve “Boa noite, São Paulo” partiu para a primeira música da noite, no show realizado na última sexta-feira, 14. A escolhida foi “Washing Dishes”. A faixa integra o álbum mais recente de Johnson, From Here to Now to You, lançado no ano passado, que também dá título à turnê atual. O havaiano, sem jeito, resolver arriscar algumas palavras em português para expressar saudade da capital paulista - que ele não visitava, afinal, há três anos. “É bom estar aqui de novo?”, perguntou, como se esperasse um feedback em relação à língua desconhecida. “É bom estar aqui de novo!”, suspirou, quando percebeu que tinha acertado.
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Em seguida, o público que não havia conseguido cantar junto durante a abertura do show, pela falta de intimidade com a nova faixa, deleitou-se com “Taylor”, de On and On. Ao perceber os acordes da faixa seguinte, a plateia se adiantou e cantou sozinha o primeiro verso de “Sitting, Waiting, Wishing“. Johnson, com uma casualidade que só ele tem, cumprimentou alguém que reconheceu da plateia, relembrando um encontro no Havaí. Após “Inaudible Melodies”, foi a vez do hit que assombrou as rádios brasileiras em 2006: “Upside Down”, composta para a trilha sonora de George, O Curioso.
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A essa altura, até mesmo aqueles que nunca tinham presenciado uma performance de Johnson já tinham entendido que a falta de interação era em decorrência do jeito contido do cantor. Ao mesmo tempo, longe do núcleo aglomerado em frente ao palco, muitos pareciam dispersos, conversando e ignorando as poucas palavras que ele fazia questão de dividir com o público. “Flake”, o primeiro single do álbum de estreia do compositor, deu corda para “Radiate”, lançada doze anos depois. No meio da música, ele apresentou os músicos da banda: Adam Topol, bateria e percussão, Merlo Podlewski, baixo e Zach Gill, vocais, piano e escaleta, que se revelaria peça essencial da apresentação.
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˜Eu falei para o meu menininho que se ele continuasse tomando leite de soja, nasceria um cauda nele com um olho na ponta”, riu Johnson, antes de tocar “If I Had Eyes”. "Wasting Time” deu o espaço para Gill assumir os vocais e conquistar o público de Johnson – fórmula previamente testada (com sucesso) no show do havaiano no festival Natura Nós, em 2011.
O momento mais inesperado – que beirou o singelo – se deu quando Johnson reconheceu outro menino da plateia da apresentação dia anterior, no Rio de Janeiro. “Você sabe todas as nossas músicas!”, comentou, antes de convidá-lo para subir ao palco e tocar uma música com a banda. “Eu não conheço esse cara, pode ser que fique péssimo”, avisou de antemão. Mas a ressalva de Johnson foi desnecessária. Carismático, o fã abraçou os músicos, recebeu um violão e dedilhou e cantou “I Got You”, primeiro single de From Here to Now to You, como se tivesse ensaiado com os músicos. Hugo, o jovem em questão, retornou triunfante à plateia, enquanto um coro berrando o nome dele o assegurava de que tinha mandado bem.
O ativista ambiental, que encontrou tempo no Rio para divulgar a causa ecológica antes da apresentação no HSBC Arena, fez questão de de cantar sobre a sabedoria das árvores em “Breakdown”. Ele voltaria a brilhar em um pequeno trecho de “Belle”, substituindo o termo em inglês por “Bonita” - brincadeira que serviu para aquecer os fãs para “Banana Pancakes”, hit de 2005, e "I Wanna be Your Boyfriend", do Ramones, outra mistura reutilizada de shows anteriores.
As luzes diminuíram e a atmosfera tipicamente praiana mudou para uma breve cover de “Umbabarauma”, de Jorge Ben Jor, que emendou em “Staple It Together”, na qual Gill, que já havia impressionado com um solo de acordeon elevou a energia do show novamente ao piano. O público arregalou os olhos quando Podlewski, que até então havia se escondido embaixo de um chapéu e se limitado a executar as linhas de baixo com precisão, mergulhou em um rap inesperado, que terminou em “Mas que Nada”, composta por Ben Jor - garantindo, como em 2011, a satisfação dos brasileiros.
Depois de “fechar” o show com “At or With Me”, de To the Sea, Johnson voltou sozinho para um bis íntimo, porém sem energia. “Good People”, “Gone”, “Do You Remember” e “Angel” passaram rápido, despercebidas. Para a saideira “Better Together”, mais uma faixa de In Between Dreams, Gill, Topol e Podlewski retornaram ao palco para dar mais um amostra da força que têm como banda.
Jack Johnson se apresenta neste sábado, 15, em Florianópolis, encerrando o trecho brasileiro da turnê From Here to Now to You.
Jack Johnson em Florianópolis
Sábado, 15 de março, às 21h
Local: Devassa On Stage - Rod. Maurício Sirotsky Sobrinho, 2.500 - Jurerê Internacional
Ingressod: Entre R$ 90 e R$ 200
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