O segundo filme da franquia estreou no dia 24 de julho na Netflix
Julia Harumi Morita Publicado em 01/08/2020, às 17h00
A Barraca do Beijo 2 estreou dia 24 de julho na Netflix e deu continuidade à narrativa de Elle, Noah e Lee. O segundo filme da franquia baseada nos livros de Beth Reekles explora os dilemas da protagonista diante de um namoro à distância e a escolha da faculdade ideal.
No longa-metragem, vemos cenas clássicas de comédias românticas, como declarações na frente de toda escola, passeios na roda gigante e corridas pelo aeroporto. Na verdade, são raros os momentos que não fazem o espectador lembrar de outras obras do gênero cinematográfico.
Claro, existem elementos que são quase indispensáveis para filmes de romances adolescente. Afinal, as dúvidas sobre o futuro acadêmico, as danças lentas no baile do colégio e o primeiro relacionamento são característicos do período “coming of age”, em português, de amadurecimento.
Porém, a produção estrelada por Joey King, Jacob Elordi e Joel Courtney apresenta estes velhos elementos por meio de uma narrativa e cenários previsíveis, além de arquétipos ultrapassados. E o resultado final parece uma colagem de várias comédias românticas que reafirmam ideais amorosos limitados e problemáticos.
A Rolling Stone Brasil analisou A Barraca do Beijo 2 e listou 9 clichês apresentados ao longo da trama que não aguentamos mais em 2020. Confira:
Durante a infância, Elle e Lee criam regras de amizade para garantir que continuarão melhores amigos por muitos anos. Para crianças, um acordo sincero para evitar segredos ou brigas. Para adolescentes, normas de relacionamentos idealizadas que não levam em consideração a singularidade de cada situação - tanto que os protagonistas as quebram diversas vezes.
E nós já vimos esse enredo antes em Naomi & Ely e a Lista do Não Beijo (2015), em que os personagens principais possuem uma regra absoluta de não beijar o mesmo cara, e 16 Desejos (2010), no qual a protagonista acredita que terá a vida perfeita se seguir todos os passos de uma lista mágica. (Foto: Reprodução)
Elle é extrovertida, corajosa e determinada. Mas ainda reproduz o clichê da “mocinha”. Ao longo de todo o filme, a protagonista depende dos conselhos dos outros personagens, principalmente as figuras masculinas ao redor dela.
Além disso, Elle aparece triste ou com saudade do namorado em quase todas as cenas em que está sozinha. E, claro, o final feliz dela se resume em estar ao lado do parceiro. (Foto: Reprodução)
Além da “mocinha”, Elle também é aquela típica garota atrapalhada de comédia romântica, cujo os tropeços e esbarrões sempre resultam em uma interação com o futuro parceiro. Este arquétipo já foi reproduzido por Mia Thermopolis, interpretada por Anne Hathaway, em O Diário da Princesa (2001), e Donna Sheridan, interpretada por Meryl Streep e Lily James, em Mamma Mia(2008). (Foto: Reprodução)
A Barraca do Beijo 2 também traz o trio de garotas populares, um clichê que conhecemos bem em Meninas Malvadas (2004). As características principais não mudam: um grupo inseparável formado por alunas “patricinhas”, antenadas nas fofocas e lideradas por uma personagem loira. (Foto: Reprodução)
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Acordos ou apostas aparecem frequentemente em produções adolescentes, como Meninas Malvadas e 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999). Os dois clássicos do cinema cativam o espectador ao explorar as consequências divertidas e dramáticas desses jogos ao longo do filme.
Além de repetir o mesmo enredo sem inovações, A Barraca do Beijo 2 falha ao tentar incluir esta trama no meio tantas outras linhas de ação. A tensão inicial entre Elle e Marcos parece dispensável no longa-metragem - ainda mais quando consideramos que o personagem realmente queria estar com a protagonista. (Foto: Reprodução)
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Outro clichê são as máquinas de dança. O brinquedo, que foi popular entre os jovens dos anos 2000, é o favorito de Elle e Lee. E o passatempo não o maior dos problemas no filme, apenas não é inovador para quem já assistiu Confissões de Uma Adolescente em Crise (2004). (Foto: Reprodução)
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A imagem de um parque de diversões com luzes coloridas refletindo sobre os protagonistas durante um encontro amoroso é quase um sinônimo de comédias românticas. O cenário já apareceu em Diário de Uma Paixão (2004), Antes do Amanhecer (1995), Nunca Fui Beijada (1999)e muitos outros filmes além do gênero cinematográfico. (Foto: Reprodução)
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Rachel, Lee e Elle tinham combinado de se fantasiarem de s’mores, sobremesa feita com duas bolachas e um marshmallow. Porém, Lee e Elle mudam de ideia pouco tempo antes do baile de Halloween da escola e esquecem de avisar Rachel, que aparece vestida como um marshmallow gigante.
Para os apaixonados por comédias românticas, o elemento da fantasia chamativa e ridícula não é novo. Ele aparece em Meninas Malvadas, quando Cady se veste de noiva zumbi, e em Gatos, Fios Dentais e Amassos (2008), quando Georgia aparece de azeitona recheada. (Foto: Reprodução)
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Se a roda gigante é um dos símbolos máximos dos primeiros encontros, o aeroporto definitivamente representa as declarações finais amor. Amor Sem Fim (2014), Não É Mais um Besteirol Americano (2001) e Hora de Voltar (2004) são algumas produções que terminam neste cenário. (Foto: Reprodução)
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