“Passamos daquela fase de stress de tudo ser novo”, conta Ronnie Vannucci; grupo se apresenta no evento nesta sexta, 29
Stella Rodrigues Publicado em 28/03/2013, às 11h51 - Atualizado às 17h31
“Legado. Olha essa palavra aí de novo”. O baterista do Killers Ronnie Vannucci menciona o termo pela segunda vez em pouco tempo ao falar de como se sente em relação ao show no lendário estádio britânico Wembley que encerrará a turnê de Battle Born. “O Queen tocou lá, eu ouvia esse disco quando era criança. Tem muito prestígio envolvido, só espero que a gente não estrague tudo”, diz com sua característica humildade. A outra ocasião em que usou o termo foi ao falar do Lollapalooza. Não só o Killers retornou à ativa após um hiato na primeira edição do festival no Chile como Vannucci tem uma memória afetiva forte em relação à edição de Chicago. “Lembro de ir quando ainda estava no colegial. Me faz pensar nos dias quando não tinha celular, e-mail, contas. E o show do Chile foi ótimo, foi a primeira vez que nos reunimos depois de nove meses dormentes. Foi bom alongar os músculos e o fato do show ter sido tão bom serviu para dar um empurrãozinho na moral.”
Preocupado com o setlist (“talvez a gente mostre coisas novas, mas temos que pensar que o show não é só para fãs nossos”), o músico diz que a banda virá para cá em um período em que entra no melhor ponto da atual turnê. “Estamos no momento confortável e relaxado, experimentando e arriscando. Passamos daquela fase de stress de tudo ser novo”, conta.
Há um método da banda para acalmar os ânimos em momentos de tensão da turnê que já ficou conhecido, de tanto que já foi citado pelos integrantes (o Killers ainda é formado pelo vocalista Brandon Flowers, o guitarrista Dave Keuning e o baixista Mark Stoermer). Jogadores, antes de iniciar uma partida, fazem aquele amontoado que chamam de “huddle”, durante o qual concentram a mente no jogo e nas táticas a serem aplicadas. O Killers, antes de subir a qualquer palco, faz uma versão disso, o “cuddle” (abraço). Além disso, Ronnie diz que pratica um outro ritual em festivais, o de assistir às apresentações do dia. “Sempre vejo os shows anteriores aos meus para me colocar no espírito certo”, diz com sinceridade, apesar desse não ser um discurso incomum entre artistas.
Se faz parte da profissão dos músicos aproveitar as chances que têm de se expor a outras bandas e estilos, é com base no gosto que cada um decide como tirar vantagem da oportunidade de viajar o mundo todo. Ronnie, que no início do Killers trabalhava como fotógrafo nos famosos casamentos-express da sua Las Vegas, tem seus próprios métodos de escapar da rotina de apresentações – ele gosta muito de passear, mas conta que raramente faz algum registro fotográficos dos lugares que visita. “Era ruim de fotografia. Só sabia fazer a mesma coisa na capela. Não consigo aproveitar a viagem se eu estiver vendo tudo pela câmera”. É como ir a um show do Killers e não cantar/ver nada, só ficar fotografando? “É! Exatamente”, diz ele, como quem já viu essa cena se desenrolar na plateia algumas vezes. “Você precisa decidir qual experiência quer. Se prefere lembrar de olhar para o seu telefone ou de ter mergulhado direito naquilo”, reflete tanto sobre sua vida na estrada quanto no que diz respeito à experiência musical ao vivo.
The Killers no Lollapalooza
Dia 29, sexta-feira, às 21h30
Cidade Jardim
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